Louisa
Ele está mentindo pra mim. Eu não posso acreditar. — é tudo o que consigo repetir em minha mente vez após vez. Algo sempre me disse isso, e eu tinha tantas dúvidas quanto a Daniel... Mas todas elas foram dispersas quando o vi tão vulnerável na noite passada. Eu o enxerguei; vi sua dor e a identifiquei com a minha. Mas não foi o suficiente.
Não foi o suficiente para que ele fosse honesto comigo e me dissesse tudo aquilo que realmente importa. A aflição que estou sentindo está a ponto de me consumir, então decido fazer uma faxina. Isso sempre me acalmou.
Começo pela sala, arrastando e trocando todos os móveis de lugar. Então vou para os quartos, evitando o meu e aquele celular maldito, depois limpo os banheiros e já são 4pm quando decido limpar a cozinha. Não tive fome. Meu estomago parece querer sair do meu corpo junto ao meu coração, ambos estão agitados e fragilizados.
Limpo todos os armários e encontro muitos utensílios e pratos empoeirados, retiro-os a fim de lava-los. Lavo um de cada vez me demorando deliberadamente em cada um. Preciso me concentrar em algo.
Estou no quinto prato quando escuto a porta abrir.
Respiro fundo.
— Ei, pequena. — ouço sua voz e a movimentação em meu estomago aumenta gradativamente, porém não o respondo. — Louisa?
Ele insiste enquanto escuto o barulho de algo sendo jogado no sofá, provavelmente seu terno.
— Ei, garotinha. Você parece tão concentrada no que faz. — ele tenta mais uma vez. — Está me assustando.
— No criado-mudo. — limito-me a dizer, ainda sem me virar.
— O que? — ele pergunta confuso.
— O seu celular. — digo ainda ensaboado um prato.
— Lou, eu não estou entendendo.
— Vai buscar a merda do seu celular. — digo tentando controlar minhas lágrimas que gritam para cair.
Ouço passos caminharem em direção ao corredor e um xingamento baixinho. Alguns minutos ouço-o retornar e então me viro para olha-lo.
— Leia as mensagens. — eu digo contida.
— Louisa, eu não sei o que você está pensando, mas deixe-me explicar. – ele tenta se aproximar.
— Leia a droga das mensagens, Daniel! — eu grito assustando tanto a mim quanto ele. — em voz alta.
— E-eu... Eu não vou fazer isso. — ele me encara.
— Leia as mensagens. — eu insisto apertando o balcão com força.
Por favor, leia-as. Me prove que não está me escondendo nada — eu suplico mentalmente.
— Querida, vamos conversar, por favor... — ele pede suplicante.
— O que eu vou "descobrir da pior maneira"? — pergunto encarando-o — não ouse mentir para mim. De novo.
— Acho que não é o momento para conversarmos. Você muito alterada, e o médico disse que...
— Se você não me contar, eu saio por aquela porta agora. — respiro fundo — e você nunca mais vai me ver.
— Tudo bem. Eu conto. — ele diz cauteloso — mas, por favor tenta se acalmar. — diz dando um passo em minha direção.
— Para de me enrolar, Daniel! — grito descontrolada— eu não vou sair daqui até que você tenha me dito toda a verdade. E não ouse tentar me...
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Não Se Esqueça De Mim
Любовные романы" - Eu não acredito, Daniel!- grito exasperada - como você pôde? - Lou, e-eu não... - ele se aproxima de mim - não é o que você tá pensando, deixe-me explicar... - Já chega! - respondo tentando conter as lágrimas que insistem em cair - eu não quero...