Making Love Out Of Nothing At All

It Must Have Been Love

"E sei exatamente onde te tocar
  E sei o que provar
  Sei quando devo puxar você para perto
  E sei quando devo soltar você"   Making Love Out Of Nothing At All - Air Supply
       
O sol se despede de mais um dia com seus raios laranja e a noite cumprimenta com sua escuridão junto ao brilho das estrelas. A brisa leve e gelada sopra balançando as árvores do lado de fora da residência dos Cooper's, demonstrando uma noite fria para Riverdale. 
As ruas estão silenciosas e vazias. As pessoas ainda se recuperam dos atentados do Gorro Negro de meses atrás e agora do impacto da morte de Dilton Doiley e do coma de Ben Button encontrados na floresta em um ritual misterioso.
O medo de se tornar algo pior assombra a pequena cidade, mas todos tentam continuar suas vidas normalmente. 
Na casa dos Cooper's, Alice enfrenta seus próprios demônios. Sentada na ponta da mesa, ela deposita a taça de vinho ao seu lado, voltando sua atenção às fotografias em um álbum cheio e delicado. De fundo Total Eclipse Of the Heart de Bonnie Tyler corta o silêncio, preenchendo o lugar com sua voz deslumbrante e encantadora. A melodia se mistura com o som do choro da mulher e seus fungados. 
(Vire-se)
De vez em quando eu fico um pouco solitária
E você nunca irá voltar
(Vire-se)
De vez em quando eu fico um pouco cansada
De ouvir o som de minhas lágrimas
(Vire-se)
De vez em quando eu fico um pouco nervosa
Por terem os melhores anos de minha vida já passado
(Vire-se)
De vez em quando eu fico um pouco assustada
E então eu vejo o olhar dos teus olhos
Poucos minutos antes, a jornalista havia andado pela casa sentindo-se sozinha novamente. Quando ficava assim, preferia trabalhar, afundar a cara no computador e escrever alguma notícia relevante. Mas naquele dia não, naquele dia ela estava triste e sem vontade alguma de juntar palavras. 
Um vinho. 
Ela havia pensado se dirigindo pela cozinha e servindo uma taça consideravelmente. Então se apoiou na bancada e suspirou ouvindo o som do silêncio. Após a prisão do ex-marido ela precisou se acostumar a ser um ímpar novamente. Não que o casamento era um mar de rosas, mas Hall era sua companhia durante o dia. Alguém com quem falar. As filhas tinham sua vida, Polly havia decidido continuar na fazenda com os filhos. Lugar que estava fazendo bem a moça e a ela mesma, pelo menos era o que achava, uma melhora superficial. Betty tinha sua vida... O namorado, os estudos, não podia obrigá-la a lhe fazer companhia todos os minutos do dia. E então, pensou em FP. 
Forsythe Pendleton Jones Junior.
Um arrepio percorreu seu corpo ao ter a imagem do homem em sua cabeça. Haviam transado tantas vezes durante esse tempo, mas não tinham nada sério. Não tinha porque ele estar ali a consolando. Então, precisava aprender a ficar sozinha de novo.
Derrubando a primeira lágrima após os olhos arderem de emoção, ela percebeu que já estava chorando e rapidamente passou as costas da mão na bochecha, pegou o vinho e seguiu até o som na estante da sala. Românticas anos 80. Sua pasta preferida. A melodia da primeira música se iniciou e ela conhecia muito bem, It Must Have Been Love de Roxette. Ouvirá por muitas vezes na juventude e agora embalava o momento atual de sua vida.
- Deixe um suspiro no meu travesseiro, Deixe o inverno para trás, Eu acordo sozinha, existe um ar de silêncio, Na cama, por todo lado (por todo lado)...
Cantarolou o início junto a melodia, fechou os olhos e começou a balançar a cabeça sem sair do lugar. Seu cabelo solto movia-se junto. As lágrimas continuaram a descer sem permissão e ela não se incomodou dessa vez. Em seus pensamentos, as lembranças começaram a surgir. 
- Eu sei que você está grávida Alice! 
FP afirmou abordando a loira no
corredor da escola sozinha. Assustada,
ela se desvencilheou e o mirou 
firme. 
- Como você... 
- Isso não importa agora. Só preciso 
saber se a possibilidade dessa criança 
ser minha? Nós ficamos tantas vezes! 
Você está de quanto tempo? 
Em dúvida, a loira analisou o rapaz que 
se mostrava angustiado e decidiu tirar 
essa responsabilidade dele. Mentiria. 
- Não! É do Cooper, pelo tempo de 
gravidez. Não estamos juntos já tem o 
que? Uns 4 meses? Eu estou de três! 
Então não se preocupe. Ele não é seu! 
Agora me dá licença que tenho mais o 
que fazer. 
Então ela percebeu, percebeu a 
decepção em seu olhar, mas preferiu 
não contestar, apenas saiu brava, se 
escondendo em uma cabine de 
banheiro e chorando. Achava que era a 
melhor coisa para os dois, sem saber
que FP queria aquilo, queria uma vida 
diferente do pai e que isso era uma 
oportunidade, já que a amava, só não
admitia. 
Balançou a cabeça tentando afastar esse pensamento e assim que abriu os olhos, avistou o álbum da família encaixado no canto da estante. Pegou e seguiu para a ponta da mesa com sua taça, abrindo e mirando a primeira foto: ela e Hall vestidos de noivos.
(Vire-se, olhos brilhantes)
De vez em quando eu desmorono
(Vire-se, olhos brilhantes)
De vez em quando eu desmorono