Capítulo 1: Olhos Violetas

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Ano atual: 2132 a.D.


Depois de quase um mês de espera, finalmente chegou o dia. Todos estavam muito animados dentro do laboratório (lab). A turma havia se dividido em cinco grupos de cinco integrantes, cada grupo tinha uma caixa com peças componentes de Angelic Project. Os Angelic Project (ou A.P.) eram pequenos androides com até no máximo 35 cm de altura. Podendo variar em gêneros masculinos ou femininos. Em muito se assemelhavam a pequenos bonecos articulados com as mais variadas características.

Yoshitsune era o convidado do ano para a turma, ele ensinaria a construírem os A.P. personalizando as características. Todo ano, os alunos tinham a oportunidade de aprenderem algo novo.

— Muito bem turma, o Eng. Yoshitsune é um dos melhores de Olympus. Ele trabalha diretamente com as landmate da ES.W.A.T. – contava o professor. – Então vamos todos dar as Boas-Vindas a ele!

— Seja bem-vindo, eng. Yoshitsune. – responde a classe em uníssono.

— Ok. Gostaria de falar algo a eles? – o professor pergunta a Yoshitsune.

— Ora, obrigado pela calorosa recepção! É uma honra está aqui para ensinar algo novo a vocês. Espero que aproveitem bem minha aula hoje!

— Certo. Vamos começar. – conclui o professor batendo uma palma.

E assim, Yoshitsune se aproximou da mesa, ligou o quadro-holograma e deu o comando para que cada equipe abrisse sua caixa e iniciou a aula. Era possível ouvir alguns alunos eufóricos de emoção. Comentários com grupos paralelos discutindo o tipo de A.P. que queriam criar. Algumas equipes queriam mechas de combate e outros apenas de companhia. Mas a voz que mais se destacava era a de uma alegre moça, empolgada com seu penúltimo ano colegial e que queria aprender a construir A.P. para presentear um à sua irmãzinha que acabara de iniciar o ginásio.

Enquanto Yoshitsune explicava teoricamente como utilizar cada componente, ele permitia que as equipes fossem também praticando para que assim o que ele dizia fosse fixando melhor. A aula ia correndo e entre uma vez e outra Yoshitsune olhava para aquela entusiasmada criança. Uma jovem por volta dos seus 16 ou 17 anos, com mechas cor-de-rosa nos cabelos. Em todo esse tempo ele nunca havia visto alguém com um sorriso tão cativante. Sua alegria e jeito inocentes eram apaixonantes. Ela transbordava vida. E enquanto o tempo corria, o professor da turma apenas paquerava sua assistente, uma bela universitária recém formada, ao invés de observar seus alunos.

E quando terminou de explicar toda a teoria por detrás das A.P., ele começou a circular pelas equipes para ver o andamento dos projetos. Quando chegou a mesa da garota de cabelos coloridos, percebeu a cor fascinante e incomum de seus olhos. Violetas, pensou Yoshitsune.

— Professor Yoshitsune? – pergunta uma das alunas cutucando-o para tira-lo do transe.

— Oh! Perdão! O que você perguntou?

As moças se olham e começam a rir. As garotas perceberam o olhar incomum do engenheiro à amiga.

— No que você estava pensando, senhor professor? – pergunta outra aluna. Uma garota alta e gordinha com duas tranças na cabeça.

— Me desculpem, eu me distraí perdido na cor de seus olhos. – responde Yoshitsune encarando a jovem de cabelos coloridos.

— Ah... Obrigada... eu acho. – responde a moça meio sem graça.

— Apenas por curiosidade, são reais? – Yoshitsune pergunta apontando para seus olhos, fazendo menção aos da garota.

— Sim. Nasci desse jeito.

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