Aos 20 anos, Shuri tinha mais atenção do que muitas jovens da sua idade. Não era devido ao seu cabelo ser mais bonito que muitas garotas de Wakanda, como ela mesma gostava de dizer. Também não era devido ao seu humor contagiante ou seu carisma. Por...
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O rei T'Challa estava em seu escritório quando recebeu um chamado de Okoye. A General tinha dito que era urgente e ele não conseguia imaginar o que teria acontecido à Wakanda tão tarde da noite. O suspense acabou quando ela contou que o carro de Shuri não estava na garagem.
- É provável que ela tenha saído por volta das dez da noite, Majestade - disse Okoye. - Foi no momento da troca do turno dos vigias. Mas não se preocupe, a tropa já foi alertada...
- Eu irei pessoalmente, - interrompeu ele - a criação de Shuri é minha responsabilidade.
- Como desejar, Majestade - ela se recolheu quase despercebida da sala.
Ele respirou fundo antes de ir atrás dela. Aquilo tinha que parar. Ela já tinha 20 anos e ainda cometia erros que pessoas como ela não poderiam se dar ao luxo de fazer. Como membros da realeza, deveriam ser o exemplo para os wakandianos.
Após seis anos da morte do antigo rei, a vida de T'Challa havia mudado por completo. Ele não estava acostumado com lidar com tantas responsabilidades, apesar de ter sido elogiado pelos demais representantes das outras tribos sobre sua boa administração. A vida de Shuri havia se tornado parte dessas novas responsabilidades.
A mãe dela, a Rainha Ramonda, tinha ficado com uma vida simples e regrada depois da morte do marido. Por isso, T'Challa havia assumido o total controle sobre sua meia-irmã. Ou, pelo que ele percebeu naquela noite, nem tanto assim.
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Shuri conseguia escutar o barulho das árvores se mexendo conforme o vento forte agitava suas folhas. A água do rio estava calma, silenciosa. Não havia sons de animais além dos insetos, mas a princesa sabia que eles dormiam em algum lugar próximo ao vale. O clima frio com nenhuma nuvem no céu e a escuridão do local exceto pela luminosidade da Lua, deixava o ambiente mais sombrio.
Perguntar-se como foi que aquela situação surgiu passou inconstantes vezes em sua mente. De todos os locais que ela poderia ter ido, a mais aconselhável pelo senhor destino seria para longe de Bucky Barnes.
- O que está fazendo aqui? - Perguntou Shuri ao soldado, preguiçosamente.
- Estou alojado em um acampamento perto da tribo da Mineração - os olhos azuis claros dele a analisavam. - Ajudo com alguns serviços braçais.
Shuri conteve o riso ao notar o tom seguro na voz dele. Sua boca agiu mais rápido que sua mente quando ela disse:
- Não sei se você pode ajudar muito.
Bucky moveu o ombro esquerdo, sentindo o peso do comentário sobre a ausência do seu braço. Muitas coisas haviam sido tiradas deles desde a Segunda Grande Guerra. Talvez a menor e mais visível fosse seu braço.
- Pelo menos estou ajudando em algo e não causando confusão.
Shuri franziu o cenho com o comentário. Ela pediu por aquilo apesar de achar que ele não iria retrucá-la. Criticar Bucky foi imaturo e rude. Como a raiva do passado de seu pai ainda a assombrava, sentia a necessidade de condenar alguém. E apenas um nome vinha em sua mente incansavelmente.
