Your Queen - Sua Rainha [CONCLUÍDA]

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'' Eu lutei, juro que lutei meu amor, todos os dias da minha vida. Eu continuo lutando por você, e continuarei lutando por nós.''

...

Não me importei com o momento em que todos se juntaram a mim e Ivan, só sei que todos estão aqui agora, inclusive seu pai, que carrega os outros. Voamos sobre toda a floresta, levando meu cavalo, e, consequentemente, ficando mais para trás, foi Matheus.

O vento balançava meu cabelo para trás, a sensação que eu tinha no meu peito ao sentir o gelado do vento bater contra minhas têmporas era estranhamente familiar, era uma paz que começava a me preencher sem tirar meu foco, libertar este reino.

Deixei meu egoísmo naquelas algemas, o que aconteceu foi como libertar minha alma do peso da angústia que carregava por ter mudado tanto minha personalidade, não conseguia me libertar daquela energia. Não que eu fosse voltar a ser aquela jovem de 16 anos, mas que eu tentaria resgatar seus princípios, isso faria. A mulher que me tornei merecia isso, merecia mais. Eu daria tudo de mim para me resgatar ao menos nessa parte.

O campo abaixo de nós era uma plantação imensa de trigo que fazia uma divisa perfeita com um imenso matagal de lavanda. Era um encontro do belo com o necessário. Ao longe eu comecei a vislumbrar um reino, a silhueta de um grande castelo, casas  e muralhas os cercando. Além disso, uma estranha barreira mágica ainda cobria todo o reino, tendo sua origem em uma alta torre com um cristal no topo que ficava ao centro do reino.

-Ninguém entra. - Jaqueline falou de maneira audível, mas baixa.

- Que bom que eu não sou ninguém. - Falei e fiz um sinal a Ivan para que descesse ao ver ao longe postos de observação.

Dragões são bem chamativos. Ao pousarmos, Ivan e seu pai voltaram à forma humana e Matheus se aproximou questionando sobre termos pousado.

- Há muitos postos de observação na entrada do reino, vamos provavelmente ter de ir por trás.- Ivan disse.

-Pela lateral esquerda. - Eu disse.

-Por que? - Pedro perguntou.

- Vamos ter de passar pela barreira, pela frente é impossível não sermos vistos, por trás chamaríamos atenção pois de alguma forma, esperam pelo sorrateiro, provavelmente há uma armadilhas, pela direita é de certa forma, uma estratégia pacata muito utilizada, mas pela esquerda, normalmente ninguém ataca pela esquerda.

Andei na direção de Matheus, que me olhou fixamente enquanto caminhava, de cima a baixo. Tomei o cavalo de suas mão e comecei a levá-lo comigo em direção a oeste, para irmos pela lateral esquerda do castelo. Não arrisquei trocar olhares com ninguém no trajeto, permaneci calada e à frente de todos. Ivan era o mais próximo de mim, ficando alguns passos atrás á minha direita. Deixei me cavalo entre as árvores da floresta.

- Se quiseres ser livre pode ir, mas se me esperar, eu voltarei para te buscar. - Ele relinchou, ergueu-se e permaneceu parado pastando. Dei um discreto sorriso, ele me esperaria e eu voltaria para buscá-lo.

Continuamos o caminho, desviando de alguns grupos de soldados que faziam rondas. Seus uniformes eram pretos com detalhes em azul marinho, usavam ora lanças, ora espadas, tinham grandes capacetes pretos que cobriam seus rostos. Ao chegar mais próxima das muralhas e das barreiras, observamos que esta era mais vigiada nos pontos que mencionara, mas o lado esquerdo realmente estava negligenciado, exceto pelos soldados que marchavam ao redor de toda a extensão da muralha. Esperamos o cair da alvorada entre arbustos e árvores para adentrarmos. Anoiteceu com um céu roxo cintilante, que deu espaço a uma lua cheia que seria nossa única fonte de luz naquela noite. Sorrateiramente chegamos mais perto da barreira e me senti fraca. Quando finalmente chegamos eu me desequilibrei, tendo de ser amparada, quando olhei, o rei me segurava para que não caísse no chão.