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''Como faísca eu posso sumir, mas prometo iniciar meu incêndio quando menos esperar..''

..

Os olhares estavam em mim, e os meus, encaravam Ivan.

Por alguns instantes eu estive sem compreender, mas a experiência de vida deixou as coisas mais claras. Eu livrei-o da maldição por algum ato que fiz.

Atrás de Ivan, noto o semblante distante de Matheus, que me olha sem piscar, incompreendido, talvez inseguro.

O medo que antes havia se alojado, era tomado pela curiosidade. 

Um silêncio se instalou entre nós. Ninguém explanava nada.

A quebra deste momento eviterno ocorre em virtude do comentário de um dos homens que estavam ali por Ivan.

-Majestade, meu príncipe, eu suplico por nosso reino, retorne. Teu pai, o Rei da guarda dos Ares prometeu findar com a sua sentença quando assim fosse liberto da maldição.

O outro olha e se ajoelha perante Ivan.

-Eu imploro meu príncipe, precisamos de sua liderança nas tropas. Ainda mais agora que... A profecia está para se cumprir! - Ele me encara com receio e com um olhar profundamente brilhante.

-Acalmem-se. Não duvido que falam a verdade, porém, é difícil aceitar a hipótese que meu pai agradaria-se com minha presença. Depois de decretar meu banimento...

-Você foi banido de seu reino? - Matheus questiona.

-És um príncipe? - Amanda indaga.

Ivan abaixa os olhos levemente incomodado.

-Quer que o acompanhe? - Toco seu ombro percebendo o incômodo.

Ele levanta os olhos e confirma com um movimento sutil.

Ivan e seus homens distanciam-se e voltam em forma de dragões.  

Ivan comenta que somente eu poderia ir com ele, e que os os outros iriam com os demais guardas dos ares.

No caminho exerceram uma didática muito explicativa e reveladora.

-Fui amaldiçoado por um ex-guarda chefe da casa. Na época tinha apenas 10 anos. A maldição era conhecida como ''Lua Crescente'', o que significa que toda vez que a lua está em sua fase crescente, eu não controlo minhas transformações e sou considerado indigno.

-E o que quebraria esta maldição? - Pergunto.

-Uma armadura dada como um sincero presente. - Ele me responde.

Pondero.

-Então quer dizer que eu... - Sou interrompida.

-Por favor, silencio ao entrar no território dos cavaleiros dos ares. -  Um dos guardas diz bravando.

Fico quieta instantaneamente.

As nuvens cobriam a visão, porém logo os dragões se preparam para o pouso. Conforme descíamos a visão ficava nítida. O local era no topo de uma montanha com uma vegetação alta e profunda. A claridade somente era vista na parte onde não havia qualquer coisa viva. Nesse pedaço a terra era arenosa e vermelha, e tal local se estendia até a ponta de um precipício. 

Uma queda seria mortal.

Conforme nos aproximávamos do solo, sentia arrepios e calafrios. Uma movimentação entranha começou a mexer as árvores, e, quando pousamos, logo fomos cercados.

-Quem ousa entrar no território do Rei da guarda dos ares? - Um dragão vermelho brada.

-Espere! São os três que saíram a pouco e voltaram com Vossa Majestade. - Um dragão de um verde escuro diz.

Your Queen - Sua Rainha [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora