Capítulo 3

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Graças ao incidente de Lisa eu precisei adiar minha habitual inspeção com Bitzy até o almoço. Descendo o corredor em direção ao ginásio, a ouvi resmungar antes que eu pudesse vê-la.

— Onde ela está? Onde ela está agora?

A garota estava um pouco impaciente. Eu corri pela curva do corredor e lá estava ela, subindo e descendo na ponta dos pés pela porta do ginásio. Bitzy alegava que era uma bailarina desde que nasceu. Ela não podia permanecer em um local sem estender as pernas, ou girar fazendo uma pirueta. Por toda essa prática, ela não era a pessoa mais graciosa que eu já encontrei.

— Cass! — ela gritou, enquanto eu me aproximava mais.

Ela arremessou-se através da sala até mim. Um dos professores da academia passou diretamente através dela, ela nem mesmo piscou. Eu encontrei seus olhos, e atirei um olhar para o telefone publico na cabine ao lado da vitrine de troféus. Ela me seguiu.

— Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus! — ela sussurrou por todo o caminho até lá, pontuando isto com pequenos gritos de excitação. Ela ergueu os braços acima da cabeça, e deu os últimos passos na ponta dos pés, acrescentando uma pirueta vacilante no final, o aroma de limão de madeira polida fluiu com ela. A ponta de seu rabo de cavalo brilhava. Ou Bitzy havia tropeçado na mais suculenta fofoca conhecida pela humanidade, ou ela estava prestes a virar uma supernova.

Ainda sim, a primeira coisa que ela me disse quando peguei o telefone foi: — Norris é como um pervertido. Você sabia que ele estava pendurado no armário da sala das meninas de novo? Alguém devia socá-lo.

Eu troquei o fone de ouvido para que o som de discagem zumbisse em meu cabelo, e eu fingisse que estava falando com alguém do outro lado. — Você sabe Bitzy, o que ele estava dizendo sobre o pai dele, acho que ele já foi punido o bastante.

Diabos, o cara estava morto, e olhar as meninas adolescentes seminuas alimentava seus hormônios tanto quanto a evasão de Bitzy do refeitório diminuía sua cintura. — É apenas um hábito. — Acrescentei. — Ele não pode se impedir.

— Bem, eu não gosto disso. — Ela disse. — Ele... ele foi realmente sórdido comigo.

Eu fiz uma careta. Eu não podia discutir com isso. — Sim, ele mencionou isso. Mas você sabe que às vezes Norris fala mais do que pensa. Vocês dois já vêm partilhando a escola por quantos anos?

— Eu estava aqui primeiro. — Ela disse. — E eu não aturarei mais as pessoas falando maldades ao meu redor.

Give Up The Ghost - Megan CreweOnde histórias criam vida. Descubra agora