O Retorno de Carol Danvers (COMPLETA)

Capítulo 4

Carol se acorda ainda com o gosto de Maria na boca. Olha para os lados sonolenta, tentando lembrar onde está, até que se situa novamente. Queria saber que horas eram, mas não tinha nenhum relógio. Levanta, olha pela janela, mas não consegue ter uma noção. O céu da Terra era muito diferente para ela, não o entendia mais. 

Ainda no escuro, vai até a porta do quarto de Maria. Fica olhando por alguns segundos para porta fechada, escutando os sons da casa. Abre a porta devagar e entra, fechando-a suavemente atrás de si. Ali está Maria, dormindo, linda, serena. Camiseta e calça de moletom, como sempre. Na camiseta, a frase Too sexy for my shirt. Elas bem que tentaram usar pijamas sérios uma vez, mas se acharam tão ridículas e riram tanto que desistiram. Essa lembrança fez Carol sorrir e se aproximar aos poucos da cama. Ali estava a mulher com quem já dividiu tudo, pijamas ridículos, preparativos pro Natal, planos, contas, chuveiro. 

Reparou que Maria ainda tinha a mania de dormir só do lado direito da cama. Deitou devagar no canto esquerdo como se nunca tivesse saído dali. Fechou os olhos e apagou na hora.

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Um raio de sol atravessou a cortina e chegou aos olhos de Carol, que se acordou novamente. Virou o rosto para a esquerda e, com surpresa, viu os grandes olhos castanhos de Maria a olhando atentamente. 

- Bom dia , princesa das estrelas! - disse Maria, sorrindo de leve.

- Princesa? É sério? Passo alguns anos longe e a breguice se apoderou desse corpo?

Maria ri, dando um tapa no braço de Carol.

- E voltou metida como sempre, né? Essa é a minha Carol... bem-vinda de volta! 

Carol também ri, mas o fato de não ter sentido nenhuma dor com o tapa nada fraco que levou  a faz lembrar de algo que realmente mudou nela. Ela agora se vira de lado, colocando um dos braços por baixo do travesseiro, espelhando Maria. O sorriso se transformou em olhar preocupado.

- Eu não sou mais a mesma, Maria... eu... eu quase morri. O sangue que corre pelas minhas veias não é meu, nem é humano. A energia que me mantém viva também não é humana. Eu não sei o que eu sou agora. Quando eu fico muito braba ou agitada, a energia também se agita, e eu tenho medo de machucar alguém. 

- Então não vamos deixar você dirigir por aqui, o trânsito anda péssimo e até a Monica se estressa na carona...

- Eu tô falando sério, Maria... eu tenho medo de te machucar. Literalmente. Sei lá, vai que a gente tá fazendo alguma coisa e eu machuco você sem querer. Eu jamais iria me perdoar. 

Maria reflete por alguns instantes, e se vira para pegar alguma coisa na gaveta do criado mudo, sob o olhar intrigado de Carol. Ela se vira de volta com um walkman, colocando os fones de ouvido em Carol. 

- Escuta essa música, depois me diz o que sentiu. 

Quando aperta o play, a música já começa pela metade.

Let me lick you up and down
Til'you say stop
Let me play with your body baby
Make you real hot
Let me do all the things you want me to do
'Cause tonight baby, I wanna get freaky with you

I love the taste of whipped cream
Spread it on top of me
You know I can't resist you girl
I'll fly you all around the world
I wanna see your body drip
Come on let me take a sip
Take off what you cherish most
'Cause when I like to brag or boast

Surpresa e excitada, Carol pergunta, tirando os fones:

- Jee-sus que música é essa?! 

- Freak me, do Another Level. Um grupo novo britânico. Eu sabia que você ia gostar! - disse, colocando o walkman no criado mudo. Rapidamente se vira de volta e monta em cima de Carol, olhando para ela, mãos acariciando seu abdômen.

- Maria... 

- Eu não me importo nos detalhes do que corre pelas suas veias, ou se você dá choque ou não quando está brabinha. Eu quero você, você me quer, eu estou há seis anos sentindo a sua falta e a falta do seu corpo, do seu cheiro. Se você gostou dessa música tanto quanto eu é porque ainda tem algum pingo de sangue humano correndo aí. Se também está tão excitada quanto eu agora, louca pra arrancar logo essas roupas, ainda tem um pingo de sangue humano aí. E se ainda me quer e gosta de mim, é o que importa!

Carol olha admirada para Maria e a segura pelos quadris, que ainda estão em cima dela. Maria se move lentamente para frente e para trás, sem tirar os olhos de Carol deixando-a extremamente excitada em segundos. Carol coloca aos mãos nos seios de Maria, acariciando-os por cima da camiseta. 

- Too sexy for this shirt... - sussurra Carol.

Maria começa a tirar a blusa e a porta se abre de repente:

- Mãe, que barulho... - diz Monica entrando quarto a dentro e parando repentinamente com a visão.

Maria se joga para o lado rapidamente e grita, frustradíssima:

- Monica, quantas vezes eu já te disse pra bater na porta antes de entrar??!! O que você tá fazendo aqui?

- É que eu...eu ouvi um barulho e... tá, deixa quieto, foi mal, tchau. - disse toda atrapalhada, saindo e batendo a porta. 

Carol começa a rir até que Maria ri junto, incontrolavelmente.