A Lua em seu Olhar

Capítulo 2

Acordei com o sol passando pelas brechas da cortina deixando meu quarto mais claro e belo. Corri até a janela, puxei as cortinas para o lado, e abri a janela de madeira com vidros temperado. Respirei o ar frio de uma manhã de inverno. As crianças brincavam na praça, os adultos faziam suas feiras nas calçadas da aldeia, o dia estava realmente muito lindo. Ouvi um som sensível de piano no comodo de baixo, e logo sai em disparada pelas escadas feitas de pedras de marfim. Parei no último degrau e fechei meus olhos para sentir aquele som agudo de piano entrar no mais profundo da minha mente. Encostei no piano devagar para que não parasse de ser tocado, queria ouvir mais um pouco seu belo som, mas infelizmente Cielo parou para me cumprimentar.

- Bom dia flor do dia! - Disse com um belo sorriso nos lábios. Ela era linda, seus cabelos negros desciam em suas costas batendo pouco abaixo de sua  bunda. Seus olhos castanhos claros refletiam a luz do dia.

Cielo Conely era minha amiga. Na verdade, ela era quem cuidava de mim quando meu pai estava fora, ela me atualizava nas coisas do castelo, ela quem me fazia companhia quando eu ficava só. O trabalho da Cielo era me manter segura e longe de confusão.

- Bom dia Cis! Como foi sua noite? - Pergunto louca para ouvi-la tocar novamente.

- Boa! E a sua?

- Boa!

- Que bom, porque hoje eu planejei um monte de coisas pra fazermos.

Revirei os olhos.

- Ah, pois é! É que eu estava pensando em passear um pouco com o Drag. - Drag era meu cavalo.

- Nem pensar Krystal, hoje é um dia muito especial, e não vou deixar você sair por aí de cavalo como um homem.

Buffei, o que tinha de errado em uma mulher sair pelo vale com seu alasão?

- Por favor Cis, hoje eu só quero dar uma volta no Drag.

- Krystal, hoje é um dia importante para você, por que hoje é o seu...

- Não diz isso em voz alta por favor. - A cortei.

- Você tem que dar mais valor ao dia do seu aniversário Krystal.

Não acredito que ela disse mesmo eu pedindo para não dizer.

- Não sei que valor é esse em completar 25 anos. Só estou ficando mais velha...

- E mais adulta também!!

Eu acho que eu já era adulta desde meus 10 anos de idade quando meu pai começou a tratar com outros reinos ao Sul. Meu pai não era mais tão presente em minha vida depois que a paz reinou. Ele ficava tratando sobre coisas do reino com outros Reis das nossas terras, e quase não parava em casa. Por isso Cielo vivia no meu pé, dizendo que estava cuidando de mim, sendo que eu já era bem grandinha pra fazer isso.

Cielo era empregada da minha mãe muito antes dela morrer, por isso meu pai confiava nela para me fazer companhia, já eu acreditava que ele tratava Cielo como minha babá.

Hoje não era um dia bom, pois essa foi a data em que a mulher mais importante pra mim, havia morrido para me dar a luz. Por isso não gostava de comemorar. Mas mesmo assim, Cielo e meu pai tinham que fazer alguma coisa, e sempre contra a minha vontade.

Meu pai estava prestes a chegar de uma terra bem distante do reino, ele amava a data do meu aniversário, dizia que foi a data que ele perdeu o amor da vida dele, mas ganhou o bem mais precioso da face da terra. Achava isso exagerado, não queria ser o bem mais precioso do meu pai, se minha mãe não estava conosco. Por mais que não havia a conhecido, eu amava ela, e sentia sua falta.

- Então... - Disse Cielo colocando um embrulho de presente em cima do piano.

- Cis, combinamos que você não iria comprar presentes.

- Mas eu não resisti, achei que era tão a sua cara. - Ela Sorri, e sinto que é debochador. - Abre vai!

Fiz uma cara desprezível, e peguei o presente mesmo assim. A caixa era de madeira, não era muito grande, cabia na palma da minha mão. Estava perfeitamente embrulhada com um papel rosa com desenhos de orquídeas. Abri a caixa, e me deparei com um globo de neve, onde dentro dele tinha um pequeno vilarejo, e uma lua enorme acima do vilarejo. Os detalhes era tão perfeitos, que me encantei com aquele presente. Balancei e uns pozinhos brancos começou a voar por entre aquele vilarejo dando o toque final de perfeição.

Quando olhei para Cielo ela estava com um sorriso de orelha a orelha de satisfação, ela sabia que eu tinha gostado pois eu provavelmente estava com uma cara de boba olhando para aquele globo de neve. Foi o melhor presente que já havia ganhado na vida.