Capítulo 10

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Hoje é dia de feira, a cada seis meses os reinos se juntam para fazer uma grande feira onde tem de tudo, galinhas, porcos, água, e muito mais, é a epoca mais legal, pois achamos coisas interessantes como pingentes feitos de madeira, instrumentos musicais, até artesanatos antigos.

Já faz uma semana que conheci Blayck Sparts, e para falar a verdade, não consigo parar de pensar nele.

Contei tudo que me aconteceu para Feify, que sustentou minha mentira quando eu disse que havia voltado para a casa dela depois que despistei os guardas de meu pai na floresta.

A três dias que conheci meu pretendente, e digo sem excitar que ele é muito lindo, apesar de que pensei que seria um gordinho orelhudo, e com sardas. Na verdade Sebastian Berk é muito gato, alto, forte, olhos castanhos e bem elegante, nada haver com seu pai que é gordo e arrogante.

Não cheguei a conversar a sós com ele, e não sei se quero, gostaria de manter a ideia de que ele é simpático como demonstrou ser quando fomos apresentados. Além dele, Mark tem mais dois filhos, Shay sua filha do meio e Sam o mais novo.

Meu pai não queria que eu fosse passear na feira, e entendi que ele estava com medo que eu fugisse novamente. Claro que não farei isso, mesmo que eu quisesse, não saberia ir até a aldeia do Blayck, e quero passar longe dos Larks rebeldes, então, acho melhor ficar por aqui e cuidar do meu dever para com o reino.

Andando destraida pelas ruas do vilarejo, olhando de barraca em barraca, vejo de longe uma silhueta de um homem encapuzado me observando. Paro de andar e Feify se esbarra em mim toda distraída.

- Krystal o que foi?

Olho pra ela sem saber o que dizer, e quando olho novamente na direção daquela silhueta, ele não está mais lá.

- Ah... Nada, está tudo bem. - Falo voltando a caminhar.

Iríamos encontrar Tom em uma barraca de frutas, mas em uma pequena distração, fui arrastada para um beco apertado. Me desespero quando percebo que era o homem encapuzado me segurando pelo braço e tapando minha boca para que não gritasse. Provavelmente Feify nem viu que fui arrastada.

Me debato para tentar me soltar dele.

- Ei, calma, sou eu. - Ele retira seu capuz e vejo, aqueles olhos, aquele sorriso, aquele homem.

- Blayck?

- Oi Krystal! - Ele diz com o sorriso mais lindo no canto do rosto.

Não me seguro de tanta felicidade. Por mais que eu não queira admitir, eu sempre quis vê-lo de novo. Mas um desespero toma conta do meu coração quando percebo que Blayck estava em nossas terras.

- O que faz aqui, tá maluco, se te pegarem vão te matar...

Falo sem fôlego e ele só levanta sua mão para que eu pare de falar.

- Eu vou ficar bem, só precisava vir aqui te devolver isso.

Em sua mão surge um pequeno colar, o colar que minha mãe deixou para mim quando eu ainda era um bebê.

- Nossa! Nem havia percebido que tinha perdido esse colar... Obrigada, não sabe o quanto ele significa para mim.

- Por nada.

E é só o que ele responde.

- Você só veio para me entregar o colar?

Ele dá aquele sorrisinho de lado.

- Por que? Queria que eu viesse para mais alguma coisa?

- Uhm! Talvez para participar da feira. - Falo e ele dá uma gargalhada.

- Bom... Eu preciso ir, não posso ficar muito tempo, mas... - Ele exita. - Quer ver uma coisa legal?

Penso por um segundo, e balanço a  cabeça positivamente.

- Então me encontre na divisa da floresta amanhã pela manhã.

- O que vai me mostrar?

- É surpresa.

- Por que não me conta e vejo se quero ver?

Ele dá uma gargalhada gostosa.

- Aí vai deixar de ser surpresa. Se quiser ver, é só me encontrar amanhã.

Diz saindo e não quero que ele vai. Vou atrás, mas ele some no meio das pessoas, com uma agilidade surpreendente, talvez seja assim que conseguiu vir até aqui sem ser percebido. Me assusto quando alguém agarra meu ombro.

- Ei, onde você estava? Feify está te procurando. - Diz Tom.

- Ah... Eu só fui ver os artesanatos. - Minto, sei que Tom é meu amigo, mas ele não entenderia se eu contasse sobre os Larks, então não contei.

Não sei o que estou fazendo, mas sei que não vou conseguir evitar em ir ao encontro do Blayck.

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