A Derrota

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Fernanda

Passei o dia inteiro uma pilha de nervos, mal tinha visto o Alexandre, ele permaneceu pouquíssimo tempo no Congresso e depois se reuniu com empresários italianos. Ele queria muito conseguir a parceria, trabalhava naquilo dia e noite.

Já passavam das 23h, pra variar eu estava atrasada. Tive dificuldades sérias para me vestir, não havia trazido muitas opções para Veneza, a maioria eram roupas sociais. Tirei um vestido amarelo do fundo da mala. Sabe aquele vestido que você vê na vitrine da loja e acha um arraso? Pois bem, com ele foi assim. O problema é que quando cheguei em casa e fui experimentar odiei, sabia que amarelo não me favorecia, mas mesmo assim comprei.

Os defeitos só apareciam depois que pagamos pela coisa!

O comprei há dois anos e nunca usei, desde então sempre que viajava o levava na esperança de que o utilizasse. Na falta de opção hoje seria o dia. Coloquei-o e olhei o resultado no espelho do quarto, ele tinha um tecido fino que caia de forma suave e solta no corpo, seu comprimento acima do joelho dava liberdade para que me movesse com desenvoltura, o toque sensual ficava a cargo do decote, era bem baixo e os bojos estreitos, deixando uma boa quantia do colo aparecendo. 

Fiz uma trança frouxa lateral no meu cabelo e passei um batom rosa bebê. Não me olhei mais no espelho para não correr o risco de querer trocar de roupa. Saí do quarto, peguei o elevador para a cobertura e fui buscar o meu presente.

 Alexandre

 Quarenta minutos.

Fernanda realmente tinha problemas com horários. Eu odiava esperar e ela mais do que ninguém sabia disso.

Merda!

Fui em direção a porta na intenção de ir buscá-la, a abri no exato momento em que Fernanda iria bater.

- Oi. – sorriu.

- Quarenta e dois minutos de atraso. – disparei olhando no relógio. – Que merda você estava fazendo?

Ela franziu o cenho.

- Me arrumando? – disse irônica abrindo os braços.

Olhei-a para só então perceber o quanto estava bonita. Meu coração contra a minha vontade bateu forte dentro do peito. Fernanda dizia alguma coisa, mas não consegui raciocinar de tão embevecido que estava. Era como escutar latim em uma missa, você ouve, mas não entende nada.

- Alguém educado pelo menos me elogiari...

Não esperei que terminasse, a puxei para dentro fechando a porta para em seguida empurrá-la ali tomando sua boca em um beijo. Minha língua brincou com a dela pelo que pareceu uma eternidade, levei suas mãos acima de sua cabeça e esfreguei minha ereção nela.

- Você tem ideia do que faz comigo? – perguntei de encontro sua boca.

Cheirei o seu pescoço absorvendo aquele aroma que era só dela. Impossível alguém cheirar tão bem, era algo que vinha da pele, tão natural como o cheiro das flores.

- Me mostra. – gemeu de desejo.

- Eu vou. – afirmei me afastando.

- Por que você está vestido assim? – perguntou analisando minhas roupas.

- Cheguei tarde da reunião e não tive tempo de me trocar.

Ainda vestia meu terno, porem sem o blazer e a gravata. A camisa tinha alguns botões abertos e as mangas estavam dobradas até o cotovelo. 

- Meu quarto é na segunda porta a direita. Em cima da cama tem uma sacola, quero que você vista o que estiver dentro dela e mais nada. Vou te esperar aqui. – falei serio.

Rendida - DegustaçãoWhere stories live. Discover now