Acordei com um cachorrinho me lambendo, eu estava um pouco tonta, não entendi direito o que havia acontecido.. se aquela noite havia sido real. Eu estava sobre sacos de lixos e coberta por jornais amassados, mas o que é isso?
- Está tudo bem moça? Perguntou uma mulher que passava acompanhada de o que parecia ser sua filha, que me olhava com um olhar curioso, imagina do provavelmente, o que eu estava fazendo ali no lixo.
- Han... está sim! Eu acho. Falei me levantando um pouco zonza ainda. – Só preciso ir para casa, pode me dizer que horas são? Perguntei enquanto tentava espantar as moscas que me cercavam e batia contra minha roupa para tirar os vestígios de lixo.
- Já vai dar meia noite moça, quer que eu te acompanhe até em casa? Você parece estar meia perdida. Falou ela me observando. – E, é perigoso andar por aí sozinha, eu moro aqui perto, se quiser beber uma água ou tomar um banho. A menininha me observava e pareceu gostar da ideia.
- Siim!! Mamãe, venha moça, venha. Gritou animada. Sorri.
- Desculpa princesa, mas eu preciso mesmo ir para casa.. preciso tomar um banho quente lá mesmo e dormir por que amanhã cedo eu trabalho, mas agradeço pela ajuda! Falei lhe dando um sorriso simpático.
-Tudo bem! Meu nome é Josi, e essa é Suzy! Qualquer coisa, moramos ali na esquina. Tome cuidado!.... Falou ela esperando eu dizer meu nome.
- Verônica! Eu sou a Verônica. Falei corando.
Elas riram e Josi assentiu, e logo em seguida acenaram e continuaram andando. Resolvi seguir logo meu caminho... Seja lá o que estivera acontecido mais cedo, eu não sabia mais se tratava de algo real ou um pesadelo. Aqueles olhos escuros e sua respiração ofegante e com fúria, me traziam lembranças tão reais, e se foi real, por que eu ainda estaria ali? Viva. Ele me tinha em suas mãos, e nem se quer fez nada. Logo cheguei em casa, e entrei suspirando de alívio. Fiquei com medo de pensar o que será que tinha acontecido com aquele rapaz da rua.. não queria mesmo descobrir.
- VERÔNICA?! Ouvi meu nome soando desesperadamente vindo do cômodo da cozinha. – AI MEU DEUS! Filha onde esteve? O que aconteceu? E que cheiro podre é esse? Você tem noção de que horas são mocinha?! Falou ela irritada e preocupada ao mesmo tempo.
Quando ia dizer algo, ela me abraçou satisfeita e sussurrou – graças a Deus está aqui.. eu estava tão preocupada. Abracei a mesma e assenti. – Me desculpa mamãe. Eu também não sei o que aconteceu direito.. só quero tomar um banho, amanhã cedo conversamos.. certo? Falei implorando por um banho quente, eu estava exausta.
Ela sorriu e balançou a cabeça em positivo. Subi e liguei o chuveiro enquanto tirava as roupas sujas e as jogava no cesto. Meu corpo estava frio, entreguei de baixo da água quente e deixei a mesma cair sobre mim por alguns minutos quieta. Enquanto olhava para o chão do box, observei a água um pouco vermelha.. e congelei, por alguns segundos era como se eu tivesse levado um choque, e a cena se repetiu em minha mente como um rápido flashback. Me observei no espelho do box e pareci ver sua imagem perto da janela. Era como se tivesse alguém ali, me observando fora do box. Limpei os olhos e passei a mão no espelho, e não havia mais nada, era como se eu estivesse tendo alucinações, seria de um sonho ou aquilo foi mesmo real..? O homem do capuz preto, que havia matado aquele rapaz cortando seu pescoço. Estremeci. Depois que terminei, coloquei uma roupa leve que usava como pijama e me joguei na cama, apagando na mesma hora, sem conseguir imaginar mais nada, além de como amava a minha cama.
Não consegui dormir direito naquela noite. Em meus sonhos o tal homem do capuz me fazia temer. Acordei com minha mãe abrindo a janela enquanto cantarolava uma canção que ela adorava.
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Teme-se o amor
RomanceNessa história, Verônica Blood, conhece o amor da pior forma possível, e isso pode assustar algumas pessoas tanto quanto a si mesma.