Skaller: Revolução Genus

Capítulo 1

Amanhã era o dia do Bella Moça, onde mulheres de todos os quatros reinos se reuniam em certa cidade para um leilão que funcionava da seguinte forma: cada ano, no mês de maio um grupo de mulheres vindas do reino Norte eram levadas a várias cidades de todos os reinos onde acontecia o leilão.

O festival da Bella Moça se dividia em duas partes. A primeira era dedicada às festividades, comes e bebes, brincadeiras e jogos de azar, onde todos os homens encontravam algo para passar o tempo antes do horário do leilão.

A segunda parte do festival é a venda das moças. Isso mesmo, eles vendiam as moças para um certo bairro de determinada cidade.

A venda funcionava de maneira simples, as moças subiam ao palco vestidas apenas com um pano transparente que “cobria” as áreas dos seios e da intimidade feminina. Esse traje típico das mulheres no festival, era apenas para que os compradores e espectadores vissem seu corpo, avaliassem sua saúde e estudassem para ver se seria um receptáculo digno de conceber um filho homem.

Em seguida funcionava como um leilão comum, chamavam a moça a frente e diziam seus dotes e qualidades do corpo que tinha. Assim, os homens do bairro escolhido, erguiam suas placas e ofereciam uma quantia de dinheiro. O que desse o maior lance, levava a moça consigo para casa durante uma semana.

Na semana que se passava, a moça era obrigada a passar todas as noites com seu comprador tendo relações sexuais durante os sete dias em que elas estariam férteis.

Os homens não precisam usar proteção e elas não tomavam o remédio que impedia a gravidez.

Após os sete dias passados, a moça comprada deveria realizar um exame para se certificar que estava grávida ou não. As que engravidavam tinham sorte e podiam ficar com seu comprador até o quarto mês de gestação, onde um ultrassom seria pedido e iriam descobrir o sexo do bebê.

As mulheres que iriam conceder um filho homem, residiam novamente na casa de seus compradores. Já as moças que não puderam engravidar e as que iriam conceber uma filha mulher, voltavam todas para seus campus, onde iriam continuar a trabalhar naquele local ou esperar a vinda de sua nova filha.

Os campus, onde essas moças viviam desde que nasciam, é um lugar onde elas ficam presas a vida toda e só saem de lá quando vão ser compradas, mortas ou para o agrado do rei ou sua corte.

Nós vivemos em um arquipélago, com quatro ilhas não muito distantes entre si. As quatro ilhas são governadas por reis soberanos que comandam seu reino de jeito bárbaro e mandam construir vários campus para as mulheres de seus reinos.

Atualmente existem quatro reinos, que são as quatro ilhas do arquipélago das Estações. São elas o Reino Primaveril, Invernal, Outonal e Veranil que corresponde às quatro estações do ano e também  aos pontos cardeais principais como Sul, Norte, Leste e Oeste respectivamente.

Pelo o que aprendi na escola, em todos os reinos as mulheres são tratada apenas como uma máquina de fazer filhos, dar prazer aos homens ou uma simples escrava que deveria seguir todas as ordens de seu senhor. Elas não possuem o direito de nada. Nem da fala, do respeito ao próprio corpo, do estudo, da educação e só recebem atendimento médico e dinheiro se estiver com um homem ou se forem trabalhar em um cabaré.

Elas não tem sua própria moradia, nem podem ficar com sua família. Jamais conhecem seus pais, assim como nós homens nunca conhecemos nossas mães.

Meu sonho sempre foi poder conhecer minha mãe. Eu não me lembro dela e meu pai jamais toca nesse assunto, sempre inventando desculpas ou brigando comigo por proteger e querer saber mais sobre as mulheres.

Sim, eu sou diferente. Acho que sou o único garoto da capital que não gosta e detesta ver homens maltratando e considerando mulheres como lixo. Elas merecem o melhor e claro, o mesmo direito que todos os homens têm, sem discussão.