Twenty-sixty

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Os fogos enfeitando o céu não eram os únicos iluminando o caminho do novo ano que chegava sendo aplaudido e endeusado. Olhos vermelhos, dourados e azuis brilhavam sobre a influência da lua enquanto os casais se beijavam e os amigos se abraçavam com a esperança de que esse ano fosse melhor do que o último. As pessoas ao redor aglomerando-se na areia não puderam ouvir o coro de uivos da alcatéia Stilinski pessoalmente recebendo o primeiro dia do ano.

Derek ainda dormia com a boca entreaberta rodeado de travesseiros quando Stiles se levantou assim que amanheceu mesmo que tivesse apenas dormido algumas horas depois das comemorações, ele e seu lobo estavam em paz, finalmente, pois seus filhotes descansavam preguiçosos e despreocupados com os braços abertos e as pernas um sobre os outros no chão, respirando fundo e cheirando como um todo. O Alfa se aproximou de cada um os marcando com seu cheiro, eles sorriam em seus sono quando a ponta do nariz gelado tocava seus pescoços brevemente. Viravam para o lado buscando alguns z's a mais, no entanto, Lydia acordou encolhendo o pescoço e grudou em Stiles sem nem mesmo abrir os olhos, "Bom dia, princesa". Stiles sussurrou divertido porque ela grudava nele como um octapus lutando pela vida.

"Mm café".

"Você precisa me soltar para que eu possa providenciar". A ruiva negou sonoramente e Stiles sabia por a e mais b que, a única maneira de se levantar seria se ele a levasse com ele, e com certeza dificuldade conseguiu endireitar-se com as pernas delas enroladas em sua cintura e os braços em volta do pescoço. Fez seu caminho até a cozinha sem fazer muito barulho, ironicamente os cabelos dela cheiravam a morango e ele tinha quase certeza que ela tinha caído no sono novamente. A figura dela ficava quase invisível em comparação com a dele, sempre preocupada com o que comia e a aparência, pesava como uma pena. Stilinski se viu novamente sem outra opção além de colocá-la sobre alguma superfície, afinal, ele tinha coração e suas meninas o tinha na palma das mãos, decidiu então, encher a cafeteira elétrica de água e usar os truques que tinha aprendido, colocando as breves aulinhas de culinária dadas por seu mate em prática, tudo enquanto a equilibrava. A tarefa não foi tão difícil quanto parece, acabou que ele se tornou craque em quebrar ovos com uma mão só em tempo recorde com a ajuda de cantos arredondados. Lydia babava no ombro dele enquanto seus membros balançavam de acordo com os movimentos que o Alfa fazia ao dançar pela cozinha média de tons escuros. O odor iniqualavel de café a despertou dessa vez e com os olhos piscando ela encarou Stiles fazendo o interior dele inflar ao sinal adorável.

"Fico feliz que tenha resolvido se juntar a mim agora que eu já fiz todo o trabalho sozinho". A provocou ao coloca-la sobre uma cadeira qualquer.

"Café?"

Stiles sacudiu a cabeça para si mesmo enquanto entregava uma xícara cheia para ela, "Vem", andou até a parte de trás da casa passando por um porta de correr, onde havia um tipo de balanço feito a mão em formato oval, antes de se sentar colocou os pratos que carregava sobre o toco de árvore posicionado estrategicamente como mesinha. Ele se sentou e Lydia sentou no colo dele encolhida para descansar a cabeça no peito dele e ainda sim, poder tomar seu café, não se importando com os farelos de torrada caindo sobre ela, pois estava mais preocupada em aproveitar a brisa, o balanço suave, calmaria e a companhia.

"Tem um espacinho para mim?", Derek perguntou ao se aproximar e levantar as pernas da ruiva para se juntar a eles. O beta roubou um pedaço de bacon dela depois de beijar seu mate e a têmpora da banshee. "O que vocês estão fazendo acordados uma hora dessas?". Lydia sinalizou não saber com o ombro e bocejou.

"Espere um pouco", Stiles desvincilhou deles e voltou com uma manta de zebra estampada, voltou ao seu lugar e os cobriu. Lydia espremida entre eles disse, "Amo vocês, mãe, pai".

Derek a deu um beijo de esquimó e Stiles fez com o mesmo com a bochecha rosada marcando sua filhote. "Nós também te amamos, sweetie". O calor deles juntos e do sol nascente os ninaram até caírem no sono ali mesmo. Acordaram mais tarde com a voz de Liam ecoando ao longe perguntando para os outros onde eles estavam, até Jackson finalmente os encontrarem e demandar abraços também.

Na primeira página das 365 por vir, foi descrita por descontração e brincadeiras na piscina, Derek usava camiseta porque não se sentia confortável em mostrar seus seios em crescimento, estabelecendo que, existiam limites entre a relação pai e filhos. Vons, o único supermercado aberto e responsável por abastecer a dispensa e fazer lobos bem felizes enquanto não faziam nada juntos. Liam reclamava de queimaduras do sol enquanto Derek o dava uma bronca por não tê-lo ouvido quando ele disse que ele deveria passar protetor solar na nuca também, porque essa era uma das partes do corpo que a gente só lembrava que tinha quando ela doía.

Stiles nunca foi o cara de sonhar muito alto, digo... Mais alto do que ele podia enxergar porque a vida não cansava de o colocar no lugar toda vez que ele tentava colocar a perna onde não alcançava. Ele verdadeiramente se agarrava a esperança de que, em algum momento de sua vida, alguém fosse louco e persistente o bastante para ultrapassar as camadas de sarcasmo, respostas prontas e aparência mediana para hipoteticamente encontrar algo de bom que valesse a pena lutar e permanecer por, motivos para amá-lo e desconsiderar todas as outras bilhões de opções melhores ao escolher passar um período curto, longo ou a vida inteira ao lado dele. Por isso, ao observar aquele grupo de pessoas o terem como modelo e demonstrarem infinito amor e admiração, apreciar aquele homem quem era literalmente a sua melhor metade; sorrir para ele como se ele fosse a própria lua enquanto gera seus filhos dentro do próprio ventre... Era muito mais do que ele jamais se permitiu sonhar.

Por esse motivo, ele deveria saber melhor do que acreditar que tudo seguiria seu curso como deveria ser. Tarde da noite voltavam para casa, pois Talia deveria se apresentar no primeiro dia útil e era necessário repassar algumas coisas. Stiles era o motorista e atentamente dirigia a baixo da velocidade sugerida, quando Lydia gritou dos bancos traseiros. Gritou alto o suficiente para fazer seus ouvidos zunirem e tão subitamente quanto, as luzes dos faróis altos de duas carretas na contramão em alta velocidade o cegou temporariamente. Virando o volante desesperado para sair do caminho para não serem atingidos pelos caminhões, caíram em uma ribanceira. A van capotou diversas vezes e os gritos coletivos cessaram depois de alguns impactos contra o solo. Nenhuma ajuda veio e Stiles duvidava que viria enquanto tentava desamassar a lataria o prendendo. Chamava seus betas pelo nome esperando receber alguma resposta e o máximo que conseguiu foram choros e grunhidos doloridos. Resolveu então, ouvir os batimentos cardíacos buscando esclarecimentos e dimensionamento do desastre... Dezoito batimentos alternando entre rápidos e lentos. O Alfa recontou novamente beirando a linha da racionalidade, Dezoito de novo. Deveriam haver dezenove além do dele, mas não havia.

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