Insuportável

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—Pow cara... – Era segunda a noite, não havia passado nem um dia direito depois da ida a praia e Jorginho mexia em seu celular nervosamente.
—Que foi maluco? — Francisco perguntou calmo atento na pista.
—Desde ontem de tarde que eu mando mensagem praquele baixinho gostosinho da praia e ele nem tchun pra mim... – Nesse momento um bico se formou na boca do moreno.
—Mas tu queria o que? – Francisco não acreditava que estava dando conselho em uma viagem pro centro do rio em uma van relativamente cheia. – Tu chegou na barraca do cara, deu em cima dele e ainda se acha na razão?
—Mas cisco, entende meu lado, uma coisinha fofinha daquela, eu tenho que levar comigo, por nun chaveiro e carregar pra cima e para baixo.
Francisco apena o olhou pelo espelho central da van e suspirou.
— Toma tenência Jorge! Vê se pode um marmanjão desses chorando por macho! – Francisco falou nervoso.
Jorge choramingou se jogando no banco do carona batendo em uma das meninas que ia na frente, que deu um gritinho escandaloso.
—Foi mal ai cara. – A menina fez um joinha pro moreno e suspirou.
—Mas me metendo onde não fui chamada... – Ela fitou Jorge e sorriu. – Porque então, você não vai lá no trabalho dele, já que você sabe onde é...
—Ihh, olha só o conselho da garota! – Francisco não acreditava no que ela havia falado. – Vai nessa não Jorge isso vai dar é ruim, to até vendo.
—Cara, você ta certa! Amanhã mesmo eu vou na praia atrás do baixinho! – Francisco apenas deu um tapa na testa não acreditando no que o amigo falava.
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Era quase cinco da tarde quando Jorginho chegou à central do Brasil, achou um horário até bom, já que era horário de verão e o sol ficava praticamente até às oito da noite. Pegou um ônibus até Ipanema que por sorte deixava próximo ao posto onde o baixinho trabalhava, não andou muito até chegar ao local, já via uma movimentação na barraca ao lado a do baixinho, uma caixinha de som com o volume um pouco alterado tocando algum pagode bem sofrência.
—Boa tarde, eu... – Jorginho disse animado ao puxar assunto com um rapaz de sorriso fofo e covinhas, mas logo foi interrompido pelo mesmo.
—Foi mal ae cara, mas já encerramos hoje!
—Não era isso, eu gostaria de saber se o baixinho estava aí ? – O moreno perguntou vendo as feições do outro mudarem.
Dionísio que viu o moreno se aproximar da barraca quando ainda estava do outro lado da rua suspirou derrotado, fazia todo tipo de movimento para Lay o notar. Estava tentando de tudo pra fazer o rapaz entender que era pra despensas o moreno. D.O. atravessou a rua e calmante andava até a barraca, manteve uma distância segura da mesma ainda tentando sinalizar a Lay que era pra dar um fim no cara chato do domingo!
—O D.O.? Bem ele foi no depósito já deve tá chegando! – Logo Lay viu todo o show que o baixinho fazia próximo à barraca e sorriu! – Ahh olha ele ali! – apontou para Dionísio que deu um tapa na própria testa.
Estava para nascer gente mais lenta que o Lay!
—DIONÍSIO ESSE CARA TA QUERENDO FALAR COM VOCÊ! – Lay berrou enquanto apontava para Jorge que manteve um belo sorriso em seus lábios quando viu o baixinho se aproximar.
Jorge que não era bobo correu até o mesmo para tirar alguma satisfação do mesmo, já que o baixinho não o respondia de jeito nenhum no zap.
—Então seu nome é Dionísio? – Jorge perguntou tentando usar de sua sensualidade.
—Você não viu o cara gritar isso? Então é! – D.O. revirou os olhos.
—Ah, você lembra de mim não é?
—O cara chato que queria meu ZAP? Sim, infelizmente lembro!
—Você nem respondia as mensagens! Qual é não queria falar comigo?
—Acho que ignorar você era mais que suficiente pra entender isso! – O Baixinho disse ríspido e andou em direção de sua barraca deixando Jorge de lado.
Jorge seguiu o outro até a barraca tentando puxar algum tipo de assunto!
—Mas você nem me deu uma chance! O que custa? Nem me respondeu um oi! – O moreno tentou se justificar.
—Responder um oi? – O Vendedor parou o que fazia e fitou o outro. – Você só mandava aquelas fotos de bom dia cheia de glitter que vem em todos os grupos de família.
—Você não gosta disso?
—E alguém gosta desse treco chato?
—Eu gosto! Acho fofinho! – D.O. apenas revirou os olhos e com uma caixa cheia de bebidas que sobraram do dia para guardar na geladeira do depósito, Jorginho vendo o tanto de latas que o outro carregava falou. – Você quer que eu leve? Deve está bem pesado!
O Baixinho parou de andar por alguns instantes e fitou o mais alto.
—Pareço precisar de ajuda? Eu estou bem acostumado a carregar isso! Só não me atrapalhe! – O baixinho só continuou a andar sem dar muita atenção ao outro.
Jorge ainda tentando a todo custo puxar assunto com Dionísio acabou seguindo até dentro do depósito e quando D.O. reparou foi quase o fim.
—Ei, quem lhe chamou pra entrar aqui? Pode saindo! – O baixinho apontou a saída para o moreno deu alguns passos para trás assim que reparou onde estava.
—Me dá uma chance! Qual é, eu sou legal! O quê que custa?
—Pra mim? Custa muito! – D.O. parou na frente da loja e fitou o moreno. – Você quer passar de cara legal, mas chegou em mim de um jeito babaca! E ainda fica me segundo! Cara para com isso que tá feio!
Suho que observava a cena um pouco de longe riu, mas aproximou do amigo para avisar que durante a briga terminou de arrumar as coisas com Lay.
—Dionísio, só falta fechar o depósito, eu e Lay já vamos! Até amanhã! – O Baixinho apenas acenou para o amigo e voltou à atenção ao moreno.
—Sabia que eu posso denunciar você? Tá escroto!
—Me desculpa, eu não levo jeito com isso! – Jorge tentou se desculpar.
—Percebe-se! Assim não vai conseguir nada! – D.O. suspirou. – Então só some da minha frente e esquece meu número!
—Ah não! Me dá um chance! Sério! O que custa?
—Se eu te der mais alguma chance, você para de me encher de eu disse o não definitivo? – Dionísio disse derrotado.
—Paro! – Jorginho viu ali seu último fio de esperança.
—Tudo bem! Te dou uma única chance!
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Acabaram decidindo ir em uma lanchonete ali perto, já que D.O. estava morto de fome e até Niterói seria uma longa viagem, mas divergências já começaram a ocorrer assim no pedido do lanche.
—Uma italiano de queijo e presunto! – O Baixinho pediu ao rapaz de olhos puxados no balcão.
—Mais alguma coisa D.O.?
—Um refresco de guaraná – O rapaz alto colocou o copo no balcão e o menor pegou. – Valeu Tao.
D.O. sentou em uma mesinha próxima dali e logo Jorge chegou também com seu salgado e refresco.
—Você chamou o Joelho de que?
—Italiano! – D.O. falou e viu o moreno fazer uma careta. – por quê?
—Porque não é italiano é Joelho! – Começou a falar apontando para o salgado.
—Sou de Niterói, é italiano é ponto final!
Jorge se calou por alguns instantes enquanto via o baixinho comer seu lanche.
—Do que gosta? Precisamos nos conhecer, preciso mostrar que sou um cara normal! – Jorge falou animado.
—Não de muita coisa. – D.O. respondeu indiferente.
Era proposital sim, ele só queria se livrar do moreno bonitão e chato.
—Ué? Não gosta de nada?  Filme? Série? Futebol? – Jorge tentou puxar assunto.
—Gosto de futebol! – D.O. finalmente se mostrava realmente animado.
—Ótimo! Que time você torce? – Jorge perguntou animado.
—Sou vascaíno! – D.O. disse calmo. – E você?
— Flamenguista. – Jorge respondeu sem graça.
Dionísio na mesma hora levantou-se da cadeira e se direcionou para o caixa pagar o lanche.
—Ah qual é? Isso é motivo não me dar uma chance? – Jorge disse choroso.
—Você criticou eu falar italiano e ainda é flamenguista, cara só desiste!
—Oposto se atraem, sabia?! Dê-me uma chance, qual é? Como se time de futebol formasse uma pessoa!
—Não forma, mas mesmo assim é melhor desistir! Eu não quero nada!
—Poxa, mas...
Naquele mesmo instante o telefone de Jorge começou a tocar com uma versão mixada com funk de Born To Die da Lana Del Rey fazendo KyungSoo rir.
—O que é isso?
—É o toque do meu telefone! Só um minuto é o Cisco! – Jorge pediu licença ao baixinho para falar com o amigo.
Não demorou para que Jorge voltasse a dar atenção a D.O. que ainda se perguntava porquê daquele toque.
—Era a Lana?
—Sim! Muito legal né? Foi a única maneira do Cisco aceitar Lana Dele Rey como o toque dele. – O moreno gargalhou. – Eu amo a Lana assim como essa versão.
Dionísio sorriu, talvez pudesse dar mais uma chance ao rapaz desconhecido e meio stalker.

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Jorge chegou no ponto da van e esperava Francisco chegar para começar a trabalhar, e não demorou para que a van do amigo aparecesse no galpão. Francisco estacionou a van e foi logo de encontro ao amigo saber o que ele havia arrumado.
—Ta inteiro, pelo menos ele não matou você!
—Olha, mas se eu falasse alguma coisa errada, era bem fácil ele me matar! – Francisco riu.
—K.o!
—To falando serio, mas acabei descobrindo que ele gosta da Lana! – Jorge fingiu um choro emocionado.
—Del Rey?
—É! – Francisco revirou os olhos.
—Tinha que ser viado né! – Jorge riu.
—Como se não gostasse dela também.
Os dois mantinham uma conversa animada até que Kristal se aproximasse dos dois toda animada.
—E ae, belê? Então vou comemorar meu aniversario numa bala lá da lapa, quem topa?
—Quando? – Francisco perguntou animado.
—Sábado! Preciso dos nomes pra por na lista, valeu? – Kristal avisou.
—Valeu, posso levar alguém? – Francisco revirou os olhos não acreditando no que o amigo falava.
—Vai levar a Mariana Jorginho? – A garota perguntou rindo!
—Deus que me livre! – Jorge fez o sinal da cruz em sinal de proteção.
—Ele ta querendo levar o macho novo dele. – Francisco soltou deixando Kristal e Jorge sozinhos.
—Ta namorando?
—Não, é só um possível rolo, quem sabe depois do seu aniversário!
—Ah sim! – Ela sorriu. – A gente vai se falando!

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⏰ Last updated: Mar 25, 2019 ⏰

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O Vendedor de CocoWhere stories live. Discover now