Janela

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Eu sou estranha
Sem cautela, sem medidas
Sem ângulos, sem espaço.

Sou como aranha
Vivendo perdida
Sem fé ou compasso.

As lágrimas secaram
As ruas estão sem som
Os pássaros voaram errantes.

Os músicos cantaram
Uma última vez no tom
E se perderam em algo distante.

Da janela de meu quarto
Ainda escuto os zumbidos
Os cavalos cavalgando.

Perco nos passos
Nos eternos calvários
Sobre a melodia dançando.

Vou me perdendo sem medo
Com sangue no meu olhar
As nuvens lá fora estão.

Como chamas em segredo
Sentinelas no luar
Que rebatem o coração.



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Esse poema possui alguns segredos e ao mesmo tempo é bem claro quanto ao que se passa. Abram a janela somente a noite e vejam o que enxergo durante todo o dia.

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