HAZARD

Um lugar secreto

Meu corpo estava rígido e mesmo assim decidi vê-lo! O que eu presenciei, foi uma incógnita,um homem alto, aparentemente mais velho e forte, estava usando uma máscara, da cor preta que cobria todo o seu rosto, mostrava apenas os olhos, que eram azuis, azuis da cor do céu, e eu poderia dizer que até mais claros. Seu olhar era penetrante, como se estivessem atravessando facas em meu rosto. Depois que olhei bem para a sua aparência conclui que não era um monstro e sim um homem patético tentando me assustar! Quando percebi isso logo soltei um "Me solta seu maluco!!" Tentei puxar meu braço das mãos dele, coisa que infelizmente não deu certo, e num ato mais rápido do que pude ver, ele retirou um paninho branco do bolso e colocou no meu nariz e boca, eu respirei aquilo e fui sentindo meu corpo amolecer e enfraquecer, até que fechei meus olhos e vi apenas a escuridão.
  Quando acordei, estava em um tipo de cabana, feita de umas madeiras escuras, o que aparentava serem velhas. Eu estava deitada em uma cama de palha, coberta por um lençol velho branco, que tinha um cheiro esquisito, o travesseiro que estava minha cabeça parecia uma tábua de tão fino, ao lado da cama tinha um banquinho, e do lado do banquinho uma cômoda de madeira, e em cima da mesma uma caixinha de música, e uns 3 passos adiante da cômoda, tinha uma parede com uma porta estreita, e mais pro canto da parede uma mesinha com flores. O quarto era minúsculo, e eu estava sozinha, mas não estava amarrada em nenhuma parte do meu corpo, quando percebi tudo isso, ainda atordoada, com dores de cabeça, me levantei e fui até a porta que evidentemente estava trancada, bati uma, bati duas, bati três vezes na porta e nada, resolvi sentar no chão e colocar os ouvidos na porta pra ver se conseguiria escutar alguma coisa, fiquei uns 5 minutos fazendo isso, e nenhum barulho se manifestou durante, para a minha sorte, conclui que estava sozinha e pensei comigo -vou pegar o máximo de impulso e derrubar essa porta velha - então fui até a cama , respirei o máximo de ar e sai "correndo" no minúsculo quarto, bati meu braço com tudo na porta, o que me deu uma dor tremenda enquanto a maldita estava intacta. Resolvi ficar esperando esse homem abrir a porta, deitei na cama e aos poucos meus olhos foram fechando, eu acabei dormindo e acordei sentindo um  toque na minha testa. Abri os olhos, e a cena que eu vi foi o mascarado sentado no banquinho ao meu lado, na mesma hora eu dei um pulo para trás
— Fica longe de mim!
- Calma,eu não quero te fazer mal algum
—Não é o que parece...eu quero ir pra casa
- Você vai, mas antes vamos conversar.
— Conversar o que? Eu não tenho nada pra conversar com um desconhecido
- Sou o Maicon!  Viu agora não sou mais um desconhecido
— HAHA, engraçadinho, to rindo muito, olha
- Tudo bem, preciso saber seu nome, diga ou não vai embora pra casa
— Pra que?...Julia
- Você é filha da Estela?
— An, sou, mas o que isso te interessa?
- E como ela está?
—Ela tá bem...
- Depois da morte do seu pai, nunca mais a vi
— Espera aí! Como que você sabe o nome da minha mãe, e sobre o meu pai? Qual o seu interesse na minha Família seu esquisito? - Fiquei em pé no colchão, dessa vez quem estava intimidado era ele.
- Calma, Julia - ele me olhou fixamente nos olhos - meu Deus, você é igualzinha a sua mãe, até no jeito, perfeita!
—Você pode responder as minhas perguntas? Agora!
-Eu fui, sou ainda um cara apaixonado pela Estela, por isso eu a conheço.
—E desde quando você é apaixonado por ela?
-Desde a época da escola, a Estela era a garota mais popular da época, todos queriam namorar ela...eu fui um dos privilegiados que conseguiu
— Não acredito nisso - soltei um riso falso e rápido - a mulher que eu conheço não seria popular nem aqui nem na China
- Mas ela era, nós tivemos uma história e eu nunca vou esquecer...Mas enfim não quero ninguém te procurando pra esses lados, melhor você voltar pra casa
—Então é isso, você me sequestrou pra perguntar se a minha mãe ta bem? Haha meu Deus que vergonha Maicon. Então como eu faço para ir embora?
- Eu te levo embora, mas vou ter que te apagar
— Que? por que você não m...
De novo, ele me surpreendeu com aquele paninho. Quando acordei estava na entrada do Bosque e envolta de mim tava a Vic e Steve, os dois estavam assustados se perguntando como eu fui parar ali adormecida. Me contaram que minha mãe ligou para a casa deles perguntando por mim, já que eu fiquei o dia todo sumida, tive que inventar uma história de que minha pressão baixou,deitei para descansar e sem querer acabei dormindo, eles acharam estranho mas acreditaram.
  Depois de toda aquela situação eles resolveram me acompanhar até em casa, no percurso eu dei uma olhadinha neles, o Steve estava de camiseta azul, com o cabelo arrumado pra trás, e a Vic de vestido vermelho, com um laço vermelho no seu cabelo escuro e curto, estava bem linda, andando bem próximo do Steve, eles até conversavam um pouco comigo, mas dava pra ver que o interesse era um no outro, fiquei um pouco incomodada não sei por que, mas eu sei que eles não teriam nada, afinal somos amigos a muito tempo, e eles não esconderiam nada de mim. Chegamos na minha casa, já estava escuro, me despedi deles com abraços, suspirei, pois sabia o que iria enfrentar assim que passasse pela porta. Quando entrei lá estava minha mãe sentada e fumando na poltrona, ah como eu odeio aquela poltrona!
- Onde você estava?
—No bosque, tava andando, minha pressão baixou, então parei para descansar e acabei dormindo...
- Fale a verdade, eu sei que você está mentindo
— Pelo contrário, eu não estou mentindo, nem escondendo nada, diferente de certas pessoas que estão nessa sala
- O que você está querendo insinuar Julia? O que eu estaria escondendo?
—Não sei mamãe, quem esta escondendo algo é a senhora, não eu...Vou subir para o meu quarto, mais alguma coisa?
- Sobe.