· Kim Taehyung ·

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Eu passava horas observando meu pai e suas belas obras de arte.

Eram incríveis, ele parecia demonstrar sentimentos em cada pincelada no quadro que ia ganhando cor.

- O que você viu no Jeon JungKook?

- Oi? - Nunca havia falado para meu pai sobre minha paixão por Jeon, como ele imaginava que sentia algo por ele? - o que o senhor sabe?

- Você não para de falar no rapaz e obviamente você está apaixonado!

- Não paro? - ele negou com a cabeça, me fazendo rir - Não sei, acho que são os olhos dele, talvez os dentinhos de coelho...

- E ele sobre você?

- Como assim?

- Filho, quando analisamos uma arte, devemos notar o seu todo. Um sol sozinho é apenas um sol, uma árvore sozinha é apenas uma árvore, uma nuvem sozinha é apenas uma nuvem, mas quando tudo se junta, torna-se mágico.

Eu não entendia, até o dia que subi no sicômoro para pegar uma pipa que estava muito no alto. Quanto mais subia, mais se tornava belo. Fui notando como o céu e seu tom rosa era belo, como o ar era puro, como o sol refletia entre as folhas.

Todos os dias eu subia na árvore porque
sentia vida ali. Foi naquele lugar que a mensagem do meu pai sobre o todo ser mais que a soma das partes ficou em meu coração.

Um dia, quando havia acordado mais cedo para olhar o céu e contar ao meu pai como era belo, eu ouvi um barulho lá embaixo.

- Ei, bom dia, este é um ponto de o ônibus, não podem estacionar aí!

- O que está fazendo aí? Vamos, desça, temos que derrubar essa coisa velha!

- Derrubar? Quem mandou você derrubar?

- O dono, vamos ou irei chamar a polícia!

- Eu não vou descer, de jeito nenhum, pode chamar! - Exclamei e eu não estava com medo, não iria descer, foi quando vi Jeon, ele poderia me ajudar! - Jeon, por favor, sobe aqui, não precisa subir tão alto, só me ajuda, por favor!

Ele me olhou com aqueles lindos olhos e entrou no ônibus. Todos haviam rejeitado me ajudar. Tudo ficou confuso depois daquilo, foi quando meu pai apareceu e subiu até onde eu estava.

- Tae, está na hora de descer...

- Pai, por favor, não quero descer, aqui é tão lindo... - a cada palavra, meu coração era destruído em pedacinhos.

- Taehyung, está na hora de descer!

E foi assim. Acho que chorei por duas semanas. Fazia meu melhor, mas mesmo assim, eu só conseguia pensar no meu sicômoro. Passei a ir de bicicleta para não passar pelo toco que antes era o lugar mais belo que conhecia. Nada era mais importante que ele.

- Você está bem?

- Era só uma árvore, pai...

- Não, não era só uma árvore, era o seu lugar. - Disse, retirando o pano do quadro onde havia uma pintura do sicômoro, o meu sicômoro. - Nunca esqueça dele.

Não pude deixar de sorrir e abraçar meu pai, era lindo. A obra se tornou a primeira coisa que via todas as manhãs e a última antes de dormir. Depois de um tempo, pude a olhar sem chorar e foi naquela momento que vi mais do que a árvore, vi todo o sentimento que ela me trouxe.

E foi aí que eu me perguntei, será que ainda gostava mesmo de Jeon Jungkook?

Meu primeiro amor | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora