Naquele ano, houve mudanças em minha casa.
Meu avô mudou-se para nossa casa após o falecimento de minha avó. Ele passava os dias sentado, observando a a janela qual dava vista para a casa de Taehyung e seu jardim mal organizado.
Eu e meu avô não éramos tão próximos, não trocamos muitas palavras até o garoto aparecer no jornal da cidade, grande feito.
Ele havia aparecido por conta de uma árvore, inacreditável. Kim Taehyung e o terrível sicômoro, uma velha árvore da vizinhança.
Quando éramos menores, ele sempre me chamava para subir naquela árvore velha. Todos os dias éramos obrigados a ouvir detalhe do trânsito. Sinceramente, era um tédio.
- Um quarteirão! — gritou, logo descendo da árvore. — A árvore está particulamente bonita com essa luz, você não acha? - limpou suas mãos e sorriu bobo.
- Se com bonita você quer dizer consideravelmente feia, você está certo. - Deixei um sorriso escapar e ele me olhou sério.
- Você não tem senso estético, tenho pena de você! - Entrou no ônibus, me deixando parado sem reação.
Não tenho senso? Que tipo de piada ele estava tentando me contar? Não tenho senso estético e isso vindo do garoto que tinha a casa como a piada do bairro? É incrível a capacidade de Kim Taehyung de ser totalmente maluco.
Eles tinham sua grama mal cortada e arbustos crescendo, isso deixava meu pai furioso e eu não entendia o porquê.
- Olha lá, o pedreiro que se acha pintor... - meu pai revirou os olhos ao olhar o pai do Taehyung no quintal. O mesmo pintava alguns quadros de paisagens para vender em uma praça. - Sinceramente, o mundo seria mais bonito se ele pintasse uma paisagem na lixeira que ele chama de casa.
Eu não entendia o porquê minha família sentia tanta fúria dos Kim, talvez pela forma em que eram unidos? Para ser sincero, nossa família não tinha união, era isso que o incomodava?
Mas nada se comparava com o incômodo de ver Taehyung e seus detalhes sobre o trânsito. Porém, naquele dia, algo de diferente aconteceu...
Kim Taehyung estava no sicômoro quando uma empresa de serviço contratado chegou no local com o objetivo de derrubar a árvore do Tae, que estava completamente desesperado.
Não sabia bem o que ele sentia em relação aquela árvore velha, porém, pela primeira vez na minha vida, eu senti dó dele. Mesmo com toda a insistência dele para que eu subisse, optei ir para o colégio.
Kim Taehyung passou exatamente 4 horas na árvore, negando que iria descer.
- Porque ele não é seu amigo? - meu avô questionou.
- O senhor não o conhece.
- Mas gostaria...
- Porque? - estava chocado.
- Ele é corajoso, porque não o convida para vir aqui?
- Corajoso? Ele é teimoso e faz birra até conseguir o que quer, me perseguindo desde a segunda série.
- Oh, é mesmo? Um garoto assim não é vizinho de qualquer um...
- Sorte desse qualquer um.
- Leia isso, sem preconceito. - entregou-me o jornal que tinha o título "garoto da cidade protesta contra derrubada de árvore" juntamente com uma foto de Taehyung na árvore.
Não entendia bem qual o interesse de meu avô em Kim Taehyung, mas de qualquer maneira, não iria perder meu tempo com besteiras como ele, era desperdício de tempo e paciência.
Taehyung não estava no ponto na manhã seguinte, nem na outra manhã. Ele estava na escola, mas parecia que ele não existia, deveria ficar feliz? Sim, porém, eu senti pena dele.
Iria dizer que lamentava, porém, a última coisa que queria é que Taehyung achasse que sentia falta dele.
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Meu primeiro amor | taekook
Fanfictiontaekook | longfic | waff "Talvez a culpa fosse daqueles olhos, ou até mesmo daquele sorriso." Onde Taehyung é apaixonado por Jeon Jungkook, o seu vizinho e colega de classe que tenta de todas as maneiras fugir do mesmo. Inspirado no filme - Flipped...