Part3

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2017
4 de Abril (Feriado)


Amanda

Feriado abençoado, hoje eu preparo um jantarzinho para o meu gostoso, ah hoje eu quero uma noite a sério.
- Que tal essa? - A atendente diz ao mostrar uma langerie vermelha.
- Não, meu amor eu quero uma rosa bebê, mais bem sensual sabe? - Falo tentando fazer ela perceber.
- Pode ser champanhe? - Ela diz e eu olho para ela desconfiada de que não tem rosa bebê.
Ela volta com uma langerie tom dourado nas mãos.
- Pronto. Falo, meu esposo vai amar essa cor. Faço o pagamento e saio dalí safisteita.
Pego meu táxi, chego na paragem perto de casa, caminho pela rua iluminada e isolada, sinto cheiro de chuva, asfalto molhado, durante a tarde choveu muito, então o clima está fresquinho, atrás de mim tem dois homens estranhos, parece que falam outra língua, eu marco passos mais largos, é chato chegar em casa a está hora, tudo fica mais perigoso, entro para a rua ao lado.
- Gostosa vem cá! - Um dos homens a minha trás fala aos berros.
- Ela tá se achando. Diz o outro.
Eu acelero os meus passos, passo pela lavandaria fechada e sinto um puxão pelo braço, puxão feio de quem tá com raiva.
- Tá com medo sua gostosa? - Diz ele ao puxar meu braço.
- Quê isso posso saber? - Diz o outro ao puxar a sacola das minhas mãos, abre a sacola e tira a langerie com um sorriso triunfante.
- Sua safada, putinha de uma figa. Diz ele
- Nós aqui achando que é a maior Santa, que grande vagabunda, quer vestir?
- Você devia vestir pra nós ver se te fica bem. Diz o outro, eu sinto minha fala bloqueada.
- Que peitos são esses! - Diz o outro ao pegar nos meus seios e eu arranco a mão dele de meus peitos.
- Uiii ela é agressiva! - Diz o outro em risos.
- Se você se comportar desse jeito as coisas podem piorar moça. Ele diz ao roçar uma arma nos meus peitos, misericórdia, mas não passa ninguém por essa rua?!
- Vem pra cá, aqui conversamos melhor. Diz o outro me puxando para o canto e meu telemóvel chama.
- Me dá isso. Diz um dos moços.
- O amor está ligando, deve estar preocupado por você estar demorando tanto, e você está aqui com dois homens sua grande puta. Ele diz a olhar para mim, o outro amarra meus pulsos por trás das costas.
- Posso rasgar esse vestido? - Ele pergunta e o choro começa a tomar conta de mim naquele momento, ele rasga meu vestido, eu ainda não consigo acreditar que aquilo realmente está a acontecer.
O que foi que eu fiz? Quanta maldade, duas pessoas têm coragem de fazer isso? Fazer sexo com alguém obrigando essa pessoa, sem esquecer dos ferimentos, ainda quer bater, quer fazer e desfazer... é muito nojento, sinto nojoooo dessa gente são todos farinha do mesmo saco, toda mulher tem que passar por isso? Onde está escrito que mulher tem que passar por isso, onde aprendem isso? Mente muito suja, mente de gente porca e todas as palavras nojentas do mundo.
Decido levantar, vejo sangue a escorrer pelas minhas pernas enquanto caminho.
Fico sentada na frente da boutique de uma amiga que conheço, ela chega de manhã muito cedo e vai poder me ajudar.
Eu não posso ir assim para casa, não posso chegar desse jeito, como minha filha vai encarar isso? E meu esposo?
Eu tenho vergonha, tenho vergonha de contar isso, tenho nojo, sinto minha bexiga doer, me sinto totalmente desfigurada.

Estranha Mudança.Onde histórias criam vida. Descubra agora