A pensão gótica

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-O senhor...só pode...tem...

Catherine soltou um grunhido, tentava com todas as forças prender o riso que lutava remetente para se soltar, a sua cara tomou uma cor avermelhada, mordia o lábio inferior com tanta força que causa impressão.

-Não percebo a piada...- disse Simon com cara de poucos amigos-

Se tem uma coisa que detestava mais do que o inverno era quando as pessoas riam da sua cara, principalmente quando essas pessoas tinham contas bancárias avantajadas.

-Bem...- Catherine assumiu uma postura mais seria - serei franca com o senhor.

No pouco tempo passado com Lady Catherine, Simon notou que a mesma confundia franqueza com má educação.

- Estou a ouvir. - falou meio apático -

- Alguma vez ouviu falar de um "casamenteiro" ?

- Não, porém...

- Pois! - interrompeu rispidamente - porque homens não entendem nada sobre o assunto. São como bordados de mesa, meros enfeites. E já agora, o senhor é casado ?

- Não, mas...

-O senhor não é casado?! - abanou a cabeça em negação - tsi tsi tsi...
Isso só deixa a situação menos credível, sem experiência, sem postura.

Involuntariamente Simon ajeitou a sua postura.

-Seria mais fácil- continuou Catherine- Deixar a minha vida matrimonial nas mãos de Olímpia. É como pedir a um judeu para falar sobre a Santa ceia.

-Que eu saiba a senhora também não é casada, então como pode dizer que eu não sei alguma coisa se também não sabe coisa alguma?

- Sou uma mulher!

- E isso faz com que nasça perita em casamentos ?!

- Não, mas...

- E lógico se soubesse não estaria solteira.

As palavras ecoaram pela mente de Catherine se havia uma coisa que aprendeu desde muito cedo com o seu pai era nunca aceitar a ignorância como adjetivo que te define. Para si, já é humilhante o suficiente ter que contratar uma casamenteira, a situação torna-se mais triste quando é um homem trata da vida amorosa.

- O senhor está a chamar-me de burra ?

- A senhora acha-se burra ?

"Quem ele pensa que é ?" - Pensou Catherine
"Com esse terno castanho curriqueiro, provavelmente frequentou escolas decadentes, não passa de uma marioneta da borquesia que faz qualquer coisa pelo dinheiro, DINHEIRO! deve ser isso, sempre foi isso, o sacana quer ganhar dinheiro às minhas custas."

- Senhor Simon.

- Senhora Catherine ?

Chegou o momento de negociar já viu o seu pai a fazer isso muitas vezes quando recebia aqueles homens engravatados e infadonhos no escritório, quer dizer era apenas soltar uns números aqui e ali depois debater sobre isso, achava ela.
Encheu o peito curvou-se para frente apoiando o queixo na mão direita. Simon afastou-se ligeiramente da mulher.

-Quanto o senhor quer ? -falou por fim-

-Aham ?!

- Tenho certeza que vai cobrar alguma coisa...

- A sua certeza esta errada!

Simon levantou ficando a frente para Catherine, que também tomou a mesma a acção.

Consh: A cidade bem Falada. Onde histórias criam vida. Descubra agora