Putz, agora fudeu né

390 17 8
                                    

Sese View's

Estava de volta a mi Madrid, a caminho do treino.

As palavras de Marcelo ainda martelavam em minha cabeça "Em casa conversamos", o que eu tinha feito?
Ou melhor
Será que eu tinha feito algo?

Balancei a cabeça tentando me livrar desses pensamentos, seria pior e eu ficaria ainda mais ansioso para obter respostas.

Estacionei nos fundos do CT e sai do carro, indo para o campo.

A maioria dos jogadores já estavam se aquecendo, outros ainda se ajeitavam.

Cumprimentei todos, deixando Marce por último. O cacheado estava sentado no banquinho na beira do gramado, balançava as pernas e olhava algo no celular.

Me aproximei com calma, me sentando ao lado dele.

- Oi - Falei sorrindo e ajeitei minha chuteira.

- SESE - O moreno sorriu se virando rapidamente e me deu um abraço de lado rápido, mas logo voltou a ficar sério - Tudo bem?

- Tudo... E você? - Encarei seu perfil, com as sobrancelhas juntas 

- To bem sim, vamos treinar? - Perguntou me olhando mais uma vez, em seguida se levantou e foi para o campo.

Continuei olhando ele por um tempo e respirei fundo antes de me levantar para me juntar a todos no treino.

[...]

Fui um dos últimos a entrar no vestiário, queria compensar os minutinhos de atraso.

Tomei meu banho rapidamente, estava com pressa para ir trás de Marcelo.

Me vesti, uma bermuda e uma regata branca, com o casaco no ombro e fui atrás do brasileiro.

- MARCELO VIEIRA DA SILVA JR - Gritei ao ver o cacheado passar pelas portas - Me espera.

Caminhei em  passos largos até ele, segurando em sua mão com delicadeza e insegurança.

O moreno pareceu não se importar muito, deixando eu arrasta-lo até meu carro e abrir a porta para ele.

Dei a volta, entrando no lado do motorista e coloquei o cinto, ligando o carro e acelerei para o caminho de La Isla, uma zona de banho formada por uma pequena represa e algumas poças que existe perto de Rascafría, na Serra Norte de Madrid, formadas pelos rio Lozoya.

O local era lindo, perfeito para o tipo de conversa que queria ter com Marce.

Os 71 km de distância pareciam demorar muito mais que o tempo previsto, já que o brasileiro se encontrava estranhamente quieto.

Estacionei um pouco antes da trilha e soltei o cinto, saindo do carro para pegar a mochila no porta malas.

Coloquei a mochila sobre um dos ombros e fui abrir a porta para Marce, que saiu rapidamente para olhar o local que iriamos desbravar.

- O que pretende? Já vou avisando que meu fígado é ferrado e meus rins não são lá essas coisas - O cacheado falou me olhando, pegando em minha mão novamente antes de começarmos a caminhar.

- Acha mesmo que iria roubar seus órgãos? - Perguntei soltando uma risada baixa

- É... acho que roubaria ou do Odriozola ou do Varane, eles tem carinhas de que tem órgãos saudáveis

- Marcelo? - gargalhei olhando ele e neguei com a cabeça, parando perto da beirada d'água e abri a mochila, pegando o cobertor e estendi na beirada, me sentei de um dos lados e peguei o restante das coisas de dentro da mochila.

Alguns cookies caseiros que eu tinha feito noite passada, copos descartáveis e uma garrafa de um vinho suave.

Servi a metade dos dois copos e abri a vasilha dos biscoitos, quebrando um de gostas de chocolate no meio e comecei a comer.

- Então, o que queria conversar comigo? - Perguntei para ele, enquanto olhava as árvores que nos cercavam.

- Na verdade, vai precisar esperar mais um pouco para isso - Ele falou sorrindo e pegou a outra metade do biscoito

- Esperar tipo quanto?

- Umas horinhas.

E assim ficamos, os dois, deitados sobre o cobertor, comendo biscoitos e bebendo a pequena garrafa de vinho em pequenas doses.

Quando me dei conta novamente, estávamos sendo iluminados pelo brilho do luar e das estrelas.

- Bom, tá na hora - Marcelo se esticou, ficando de joelhos ao meu lado, virado de frente para mim. - Sese, eu fiquei com ciúmes.

Me sentei para ouvir ele e fiquei parado, em silêncio, esperando o resto.

- O que? - Marce perguntou, me olhando apreensivo

- Me deixou nervoso, ansioso, e no escuro até agora para falar isso?! - Perguntei meio exaltado

O moreno apenas riu ao meu lado, passando uma das pernas sobre meu corpo e se sentando em meu colo.

- Também queria dizer que, por mais que tivesse ficado com ciúmes daquele jogadorzinho lá, quem senta no seu aniversário sou eu - Falou sorrindo antes de me dar um breve selinho - Feliz cumple, Capi.

- Ai eu te amo tanto seu moreno sapeca - Falei sorrindo e coloquei ele deitado sobre o cobertor, ficando por cima, apoiando o peso de meu corpo nos braços - Qual é o meu presente?

O moreno apenas sorriu ainda embaixo de meu corpo, e se mexeu, começando a se livrar das peças de roupa.

- Aposto que nunca fez isso ao ar livre com um norueguês - Comentou enquanto puxava minha camisa.

- Meu Deus, Marce...

- O que? Nem fiz nada, ainda... - Falou sorrindo e finalmente se livrando de toda a minha roupa - Sua surpresa só ta começando.





¡Somos los blancos!Onde histórias criam vida. Descubra agora