11 minutes // Justin Bieber

1. A garota não usa sutiã , sabiam?

West Milford , New Jersey , USA — 1994  , April

Justin Bieber P.O.V

" Estou a onze minutos de distância."

    Havia passado pouco mais de trinta minutos desde a mensagem que eu recebera , e a ansiedade e inquietude começavam a tomar conta do meu corpo. Era inevitável. O pensamento de que ela havia me deixado mais uma vez me corroía aos poucos por dentro , e os meus olhos pairavam sobre o relógio a cada segundo que passava.

    Na tentativa de me distrair , eu chamei a garçonete pedindo para que ela me servisse um Frappuccino. Meus dedos batucavam sobre a mesa uma das músicas do U2 , que por sinal me lembrava dela.
    A garota regressou , pronta a servir o café , e por azar , ela o entornou sobre mim. Ela ainda tentou se desculpar , mas eu não conseguia mais controlar a minha raiva , por isso eu levantei da mesa e me preparava para abandonar o Jacques. No entanto a voz de Will preencheu o local , e eu me voltei , segurando a porta com firmeza para que ela não fechasse.

— A noiva sempre chega atrasada no casamento e isso não significa que ela desistiu de casar. — como sempre , o mais velho me fez sorrir e eu neguei apenas antes de abandonar o local , me sentindo cansado de tudo aquilo.

    O vento frio de New Jersey batia contra a minha face pálida ameaçando cortar a mesma , como já havia feito com os meus lábios roxos. A raiva ainda preenchia todo o meu corpo , então naquele momento a Clinton Road nem parecia tão assustadora como todos comentavam. Qualquer coisa seria menos assustadora do que ser efeito de idiota pela segunda vez.

    Na verdade , para ser honesto , algo não estava bem. Aquela estrada não presenciava tanta movimentação desde há dois meses atrás , quando alegaram terem achado uma cabeça de uma mulher qualquer. A quantidade de pessoas que passavam caminhando quase correndo , denunciava que mais uma vez algo havia acontecido ali. Provavelmente mais algum acontecimento paranormal que as pessoas se esforçavam para a acreditar , o que na minha mente não fazia qualquer sentido.

    De qualquer jeito , minhas pernas pareceram decidir por elas mesmas e quando notei , eu estava correndo ,  seguindo o som das sirenes que ecoavam por toda a estrada.
Meu corpo foi barrado pelo tumulto de pessoas que rodeavam algo , provavelmente a cena do crime. Podia escutar uma mulher gritando , e as pessoas comentando sobre uma jovem de dezoito anos , o que só aumentou a minha curiosidade.

    Tentei caminhar por entre as pessoas , e meu coração parou no instante em que eu avistei o motivo pelo qual a mulher gritava. Alguns bombeiros tentavam controlar o fogo da BMW preta capotada , enquanto outros tentavam afastar a mulher que chorava e gritava abraçada ao corpo da garota morena.
    O saco preto para cadáveres permanecia no chão , completamente vazio , e então eu entendi o que aquilo significava. Como por magia , a mulher olhou para mim e meu coração apertou como nunca havia acontecido antes.

— Justin?! Está tudo bem , eu estou aqui! — a mais velha me abraçou , como se quisesse me reconfortar pelo pesadelo que ela nem imaginava que eu acabara de ter.

    Eu me afastei rapidamente , jogando o lençol e o cobertor para trás com uma certa brutalidade , o que fez a morena se afastar em sinal de receio. Eu até compreendia a reação dela. Não era fácil cuidar de um adolescente de dezoito anos com dificuldade em controlar a raiva. Barbara estava tão acostumada com os meus surtos , que já sabia perfeitamente o que fazer em situações como essas.
    A mais velha se aproximou da janela do quarto , abrindo a mesma e fazendo com que o sol penetrasse aquele espaço , o que raramente acontecia devido ao clima de New Jersey.