1. JUNHO DE 1514
Era uma bela manhã de junho quando nasceu a princesa Claire, em um reino francês, onde o castelo ficava pouco afastado da vila. O quarto onde o rainha estava dando à luz era claro, a luz do sol passava entre as grandes janelas. Chovia. Os pingos que caiam nas janelas do quarto refletiam nas paredes altas e rústicas. A mão da sra. Charllote, fria, que apertavam as mãos do sr. Louis agora a pouco, não apertavam mais e o seu coração que batia aceleredamente, já não batia.
- É uma menina! - disse Adeline, a ama da casa, instantes depois de completar o parto que fora extremamente complicado - É uma menina, é a Claire!
Durante toda a sua gravidez, Charllote estava fraca, muito doente. Prometera a Louis que daria tudo certo, prometeu que ficaria bem e não o abandonaria. Falsas promessas. Ela sabia que não aguentaria, sempre soube, nunca teve esperanças.
- Charllote? Minha... Charllote? - o sr. Louis passou a mão em seus cabelos claros e levou a mão sobre sua boca, abaixara a cabeça.
A ama olhou para Louis, que ainda segurava a mão de sua mulher, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ajoelhou-se. Ainda segurando a mão de Charllote, chorava apoiando sua cabeça na cama. A ama entendera o que acabara de se passar, ela compreendia. Sua expressão não parecia contente e satisfeita como estava. Ela estava perplexa. Pegou a menina que chorava, e retirou-se do quarto. A pele dela era impecável, era quase como a primeira impressão que temos sobre a neve, suave. A menina era muito bela e tinham muitos dos traços de sua mãe, como os olhos esverdeados e a pele branquinha, rosada. Adeline banhou a menina e a colocou em seu quarto, em seu berço dourado, banhado à ouro e bastante detalhado. A ama não sabia como cuidar de uma criança, Adeline era jovem e provavelmente nunca havia sido mãe. Acalmou a menina. Foi-se o choro.
2. COROA DE FLORES
O pátio do castelo estava cheio, haviam duques, barões, condes e suas respectivas esposas. Entre os marquêses estava Jacques Bertrand, velho amigo do rei Louis. Charllote seria enterrada no jardim, seu lugar preferido, onde passava horas lendo livros debaixo de uma enorme árvore com galhos secos. Charllote não se importava com a realeza e com o que as outras damas e a corte iam pensar, ela só queria ser ela mesma.
A cerimônia começara, e haviam muitas homenagens à rainha. Ela estava em um lindo esquife de madeira, todo decorado com ouro e pedras. Apesar de seu corpo estar frio e pálido, ela continuava muito bonita. Estava com um vestido bordado, rosa claro, com detalhes em azul.Todos os convidados faziam reverências à ela.
- Descanse em paz, Charllote... Minha rainha. - Louis fora o último e colocava uma linda coroa de margaridas em sua cabeça instantes antes de enterrá-la.
Assim fora. Charllote deixou para trás sentimentos e lembranças, nas quais ninguém esquecerá.
Após a cerimônia, muitos dos convidados foram embora, muitos moravam em outros reinos e outras cidades.
- Caro amigo, onde estás a princesa? - Jacques interrompia os pensamentos do rei, perguntando sobre a criança que nascera dias atrás.
- Desculpe, assim como a mãe, esta não sobrevivera. Nascera morta. - dizia Louis cabisbaixo, sendo convincente.
- Ah... Eu sinto muito, meu caro.
- Não sinta - estava sério - Aconteceu o que era pra ter acontecido, nada acontece em vão.
- Creio que estás certo.