Capítulo 21

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Chelsea

"Vai me falar aonde diabos nós estamos?" Pergunto quando Wolf para a moto no meio do nada. Realmente, a nossa volta, havia apenas árvores e mato.

Tínhamos demorado mais ou menos dez minutos para chegar até aqui, mas eu não tenho ideia de onde aqui realmente é. Quero dizer, sabia que ainda estamos dentro da cidade, mas me questionava se Wolf não iria me levar para o meio da floresta e me matar.

Ele apenas rola os olhos e salta da moto, fazendo um gesto para que eu faça o mesmo. Suspiro, mas imito a sua ação quando ele começa a andar por entre as árvores, como se soubesse exatamente aonde estamos indo.

"Estamos indo para o meu lugar favorito nessa cidade." Murmura, ainda andando, e eu solto um suspiro.

"A mata? Não sabia que era tão aventureiro assim." Resmungo, o que faz ele parar de andar, meu peito batendo contra o seu quando ele subitamente se vira.

"Ruiva? Cala a boca." Fala, e eu rolo os olhos, mas nem tenho tempo de retrucar antes que ele, depois de andar um pouco, afasta algumas plantas do caminho, abrindo visão para o que ele provavelmente chamou de seu lugar favorito da cidade.

Meu queixo caiu. Era possivelmente o lugar mais lindo que eu já tinha visto na vida. Na nossa frente, havia uma espécie de clareira. A esquerda, uma casa de madeira, como uma cabana, rodeada por flores nas paredes e no chão. A direita, havia um pequeno lago, com algumas flores também jogadas por cima.

Eu ainda estava surpresa quando Wolf da passos a frente, em direção a casa. Eu estava prestes a perguntar o que ele estava fazendo quando a porta de entrada se abre e uma senhora aparece na varanda.

Ela deveria ter setenta anos, de onde eu estava sentada. Seu cabelo era de um loiro grisalho e cortado na altura do pescoço. Ela não era muito alta, mas não era muito baixa também, e usava uma blusa azul clara e um jeans casual. A mulher tinha um sorriso no rosto quando olhava para Wolf, que se aproximava calmamente.

"Vince!" A senhora grita, e corre, o que eu não acho que tinha visto uma senhora fazer até agora, até Wolf, que a pega em um abraço.

Vince?! Me liberto de meu congelamento e me aproximo, entrando na clareira. Wolf se afasta da senhora e me encara com uma sobrancelha arqueada, fazendo com que a mulher virasse sua atenção para mim.

"Vó, essa é ruiva, ruiva, essa é Grace." O VP apresenta, e a senhora olha dele para mim, com ambas as sobrancelhas para cima. Wolf apenas rola os olhos, sem parecer querer se explicar.

"Quill está aqui?" Pergunta, e Grace, aparentemente, a avó, sorri para mim antes de voltar seu olhar a Wolf.

"Está na cidade, acredito." Responde, dando de ombros.

"Vou usar a parte de trás da casa, tudo bem?" Pergunta, e Grace concorda com a cabeça. Wolf olha para mim e indica para que eu o siga quando começa a andar.

"Bom te conhecer, ruiva." Grace diz com diversão em sua voz, e lhe envio um sorriso tímido antes de seguir o VP.

Vejo Grace rir e andar para dentro da casa, enquanto Wolf caminho ao redor dela. Dou alguns passos rápidos até parar ao seu lado.

"Vince?" Pergunto primeiro, e ele apenas rola os olhos, um sorrisinho em seus lábios.

"Vince Wolf, ruiva. E, antes que pergunte... Ela é mãe da minha mãe." Responde as perguntas, uma que fiz e a outra que nem tive a oportunidade, e eu assenti.

"Me trouxe para casa da sua avó?" Pergunto, ainda meio confusa sobre o que que está acontecendo aqui. Uma risadinha escapa de seus lábios assim que chegamos na parte de trás da casa, onde uma grande porta estava exposta do chão até o teto da parede.

"Não, ruiva. Eu te trouxe para a garagem da minha avó." Responde, e, antes que eu possa questioná-lo sobre isso também, ele abre a grande porta, respondendo a minha futura pergunta.

Haviam seis carros ali dentro. Seis. E não eram aqueles carros que você encontra estacionados na rua. Eram os tipos de carros que você vê na televisão, dirigidos por estrelas de Hollywood ou até mesmo corredores.

Eu não sabia exatamente qual eram os tipos, já que não tive exatamente tempo para carros durante a minha vida, mas você poderia dizer apenas por olhar para eles que eram excelentes.

"Escolhe um." Ele murmura, e eu percebo que seu corpo está bem atrás do meu, seu peito encostando nas minhas costas, os lábios bem no meu ouvido.

Sinto um calafrio correr por meu corpo, mas não me mexo, sem demonstrar que Wolf me afetou de qualquer jeito que seja.

Não tinha a mínima ideia sobre qual escolher, então apenas aponto para um preto no canto, sem nem saber o que estou escolhendo.

"Uma Ferrari. Boa escolha." Murmura, novamente, no meu ouvido, e sai de trás de mim, caminhando tranquilamente até o carro. "Entra aí ruivinha. Vou te dar um tour na cidade, mas não vamos de moto, por mais que eu ame minha querida." Diz.

Eu entro no banco do carona, e Wolf da partida no carro, seguindo a pequena trilha que dava para uma estrada.

Ele olha para mim e sorri, acelerando o carro. Damos a volta em toda a cidade, e Wolf fazia observações sarcásticas e irônicas sobre os lugares conforme eu apontava e perguntava.

Passamos por um cinema, igreja, shopping, restaurantes... Alguns, Wolf parava e me mostrava algumas coisas, apresentava a algumas pessoas que ele conhecia na cidade. Não deixo de perceber a quantidade enorme de pessoas que passavam rapidamente por nós na rua, parecendo com medo, mas também não me importei.

Ficamos o dia inteiro fora e, antes que eu pudesse realmente perceber o quanto tempo foi, estávamos voltando para a garagem de Grace e deixando o carro. Wolf me apresentou a Quill, um rabugento senhor que eu conheci como sendo seu avô.

Pegamos a moto e voltamos para o clube, meu braço ao redor de sua cintura. Descobri também que Wolf mantinha Grace e Quill em segredo do resto do MC, com exceção de Crow e Ace, que cresceram com ele.

Fiquei me perguntando o porquê ele me contou, mas uma parte de mim tem a impressão que, depois da minha confissão ontem a noite, ele sentiu como se tivesse que compartilhar algo comigo. Mas logo ignoro esse pensamento.

No segundo em que paramos no MC, uma coisa me atinge. Eu não acho que já me diverti tanto quanto com Vince Wolf em toda a minha vida.

Esse pensamento também era um pouco assustador, então eu apenas o afasto e vou para o meu quarto.

Wolf- Flaming Reapers 2Onde histórias criam vida. Descubra agora