Wolf- Flaming Reapers 2

Capítulo 4

Wolf

Eu suspiro pesadamente quando fecho a porta atrás de mim, saído do quarto de Chelsea. Por um segundo ali, realmente cheguei a considerar que a garota realmente iria pedir para que eu a matasse. Claro que, como eu disse, eu teria feito. E provavelmente também não teria perdido nem uma noite de sono por causa disso.

Mas provavelmente teria a minha bunda chutada por Crow depois, e isso realmente não seria tão legal assim. Suspeito que ele estaria realmente bem puto.

Caminho pelo corredor do segundo andar e desço as escadas. O som de conversa, gritos e música volta a meus ouvidos, não mais abafados pelas paredes do quarto. Esse barulho era tão familiar para mim como a minha própria respiração, já que nasci e cresci nesse lugar.

Uma vez de volta a festa, ignoro as cadelas caminhando em minha direção e vou direto a Ace, que estava sentado no bar com uma bunda doce em seu colo. Pelo jeito como a cadela rebolava em seu pau, não demoraria muito até os dois transarem. Não seria bem ali na frente de todos, como acontece muitas vezes, porque Ace era um pouco mais reservado. Todos nós sabíamos de suas manias um pouco mais violentas, mas ele nunca iria foder alguém bem ali.

"Hey, cara... Tem um cigarro aí?" Pergunto ao motoqueiro quando me aproximo, e ele nem mesmo para de beijar a garota enquanto busca o que lhe pedi em seu bolso e atira uma maço em minha direção.

Solto uma risadinha e rolo os olhos.

Normalmente, eu não era o tipo de cara que fumava. Mas, bem, foda-se, estávamos em dias complicados. Esse rato fodido ainda estava andando por aí, provavelmente enterrando seu pau minúsculo em uma cadela, e o orfanato ainda estava de pé. E, agora com esse negocio com Chelsea, eu realmente precisava de um pouco de nicotina.

Me afasto de Ace, em direção a porta do complexo. Busco um insqueiro em meu bolso, um que eu sempre tinha comigo, e acendo assim que saio do clube.

Me encosto na parede ao lado da porta de entrada, o barulho da festa abafado pelas paredes do complexo, e dou uma tragada no cigarro, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos. Uma boceta seria uma boa ideia agora, se eu pensar bem.

Alguns dos motoqueiros gosta de dizer que sou viciado em sexo... Nunca neguei. Não acho que eu seja, mas, foda-se se eu não gosto de transar. Ser o VP de um clube é estressante para caralho, por mais que eu ame o que eu faço, e poder foder uma cadela quando eu quiser é um ótimo jeito de relaxar.

"Desde quando você fuma?" A voz feminina baixa e fraca me surpreende, e eu não gosto muito disso. Estava envolvido demais em meus pensamentos para perceber alguém se aproximando.

Olho para a minha direita, de onde o som estava vindo, apenas para encontrar Barbie me encarando. O fato dela estar uma merda, pior do que eu já me lembro de ter lhe visto, me irrita para caralho. Seus olhos perderam a luz, e ela tinha um sorrisinho fraco e forçado no rosto, sem contar com os círculos escuros embaixo dos olhos.

Uma culpa por ter deixado Rocket morrer sem poder fazer nada me atinge, mas eu tento afastá-la. Não vai adiantar nada me martirizar por isso agora.

Dou de ombros e sorrio um pouco. 

"Desde agora, aparentemente." Digo, e logo percebo a mochila grande em suas costas. Meu corpo fica tenso e eu imediatamente trinco a mandíbula.

Acho que Barbie percebe a mudança na minha postura, porque seus ombros caem e o sorriso vai embora. Seus olhos enchem de lágrimas, e isso é como uma fodida adaga no peito.

"Você vai embora, não vai?" Pergunto, franzindo a testa, e ela balança a cabeça, concordando.

"Eu não posso mais ficar aqui, Wolf." Ela diz, fungando. Aperto meus dentes juntos, odiando tudo isso. Eu sabia muito bem o que Rocket significava para ela. "Tudo por aqui me lembra ele... Não posso ir para nosso apartamento, porque tudo fica ainda pior... E também não posso ficar no nosso quarto no clube. Eu amo vocês... Mas isso não está funcionando para mim, Wolf."

As lágrimas escapam de seus olhos, rolando por suas bochechas. Eu jogo o cigarro no chão, pisando em cima, e me aproximo dela. Eu não costumo ser o cara que vai te abraçar e te consolar, mas Barbie é como uma irmã para mim. Ela faz parte desse clube, tanto quanto qualquer outro motoqueiro.

Então, exatamente por causa disso, eu abro meus braços e deixo que ela afunde seu rosto em meu peito, seu corpo tremendo com os soluços. Boto minha mão em seu cabelo loiro e descanso meu queixo em sua cabeça.

Quando Barbie apareceu pelas primeiras vezes, demorou uns bons meses de puro drama até que ela e Rocket finalmente ficassem juntos. Mas era fodidamente claro para qualquer um perto deles o quanto os dois se amavam. Assim como eu sabia que o mundo do motoqueiro iria acabar se Barbie morresse, o mesmo aconteceu com ela.

"Para onde você vai?" Pergunto quando ela se afasta, os soluços diminuindo, e Lima as lágrimas do rosto. Ela suspira.

"Tenho alguns conhecidos espalhados por aí... Vou ficar com um deles." Diz, dando de ombros, e eu concordo com a cabeça, cruzando os braços.

Nesse exato momento, a porta se abra atrás dela, e sei quem é antes mesmo de olhar.

"Essa é sua casa, Barbie... Pode voltar quando quiser. Sabe disso, garota." Crow diz quando sai do clube, logo depois que a porta do complexo se fecha atrás dele. A ex Old Lady de vira para encará-lo.

"Eu sei, Prez... Tente não ferrar muito com as coisas, tudo bem?" Ela brinca, e eu vejo um sorrisinho pequeno, mas sincero, aparecer em seu rosto, sua voz com um pouco de humor. 

Crow rola os olhos, mas sorri para ela também.

"Como vocês falam... Chega dessa merda sentimental. Vejo vocês por aí, garotos." Barbie diz, sua própria voz rouca de emoção, seus olhos cheios de lágrimas.

Assisto enquanto ela sorri para nós, segura a alça de sua mochila nos ombros e se vira, caminhando para fora do complexo. Crow levanta o braço para que o prospecto porra abrir os portões para Barbie passar.

Sinto um peso no peito quando vejo a Old Lady sair das nossas vidas e o portão fechar atrás dela. Sinto uma mão no meu o bro, mas nem mesmo olho para Crow.

"Ela vai voltar... Não sei quando, mas vai voltar." Diz, e eu suspiro.

"Eu sei."