24- Escolhas ruins

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Bonnie

Minha vontade era de gritar para o mundo que eu seria mãe! Mas primeiro precisava contar a uma pessoa.

    ⁃    O Kai já levantou? Perguntei para Rita.
    ⁃    Ele saiu bem cedo senhora, disse que tinha muitas coisas para fazer hoje. Ela respondeu chateada.
    ⁃    Que droga, justo hoje. Falei decepcionada.
    ⁃    Bem, posso fazer um jantar especial para vocês, e quando ele chegar você dá a notícia! O que acha? Ela sugeriu tentando me animar.
    ⁃    Ótima ideia! Falei com um sorriso que não cabia em mim.
Tomei café da manhã e corri para o closet, hoje eu daria início à uma nova fase em nossas vidas. As mágoas do passado seriam deixadas para trás e projetaríamos um futuro melhor para nossa família. A quase uma semana Kai tinha me autorizado a sair do quarto, eu não o fiz, por pura pirraça, e também por que ficar perto dele me causava uma torrente de emoções, como é possível amar e odiar uma pessoa com a mesma intensidade?

Escolhi um vestido branco, curto e ajustado ao corpo, sem decote e muito elegante. Um scarpin nude e a joia que foi da minha avó e ele me deu de presente, no dia do nosso casamento.

Depois fiquei na cozinha ajudando a Rita, queria que tudo estivesse perfeito. Faria um pacto com Kai, para que protegêssemos nosso filho, e que criássemos ele ou ela em um ambiente de amor e acolhimento.

✨✨✨✨✨✨

Kai

Finalmente tive uma noite de sono, ao lado de Bonnie meu coração se acalmava. Mas pela manhã, mais uma vez sonhei com ela e dessa vez não teve nada de erótico, ela simplesmente enfiava uma estaca no meu coração. Esse maldito sonho era uma clara analogia ao que vem acontecendo, faz três semanas que a tranquei, e a uma semana destranquei seu quarto, mas ela se recusou a sair.

Meu maior tormento é ela e eu me sinto ridículo, sou um Herege, um dos seres sobrenaturais mais poderosos do mundo, e estou completamente obsessivo por uma bruxinha marrenta. Eu pedi desculpas por queimar a casa da avó dela, Bonnie arremessou tudo o que tinha a sua frente em mim, agora ela estava finalmente sob controle, mas como sou um completo idiota quando se trata dela, tentei mais uma vez me desculpar e tentei que ela me desse uma chance, caso contrário teria que fazer com que ela se dobre a minha vontade.

Flashback on
A alguns dias atrás.

Geralmente sugava sua magia de madrugada, enquanto dormia. Mas  eu queria conversar naquele dia, então fui até seu quarto, estava escuro e silencioso. Por sorte minha visão de vampiro é um facilitador. Identifiquei Bonnie sentada em sua poltrona, ela olhava o céu por uma pequena fresta de cortina aberta.

    ⁃    O que faz aqui? Perguntou. Detesto quando ela usa esse tom de voz, esse desdém me irrita. 
    ⁃    Oi. Ignorei completamente sua pergunta.
    ⁃    Vai embora! Ela quase gritou. Quem essa garota pensa que é pra me tratar desse jeito. Ascendi a luz do quarto e andei para perto dela a colocando de pé.
    ⁃    Que inferno Kai, você não pode me deixar em paz? Esbravejou.
    ⁃    Não, não posso. Sua birra está durando tempo de mais. Respondi irritado.
    ⁃    Eu preciso de espaço, me casei com um sociopata por causa de um filho que não existe mais, agora sou obrigada a viver com um maldito vampiro.  Ela gritou.
    ⁃    Cansei Bonnie. Você pode me acusar o quanto quiser, mas foi você quem começou tudo isso.
    ⁃    Você inventou na sua cabeça doentia que eu tenho um amante. Quer saber, Kai? Eu deveria mesmo ter um. Rebateu debochando.
    ⁃    Eu mato você e ele. Esbravejei.
    ⁃    Desde que você se mantenha longe de mim, por mim, tudo bem. Ela ironizou.
    ⁃    Hoje eu vou voltar a dormir no nosso quarto. Ordenei.
    ⁃    Porra nenhuma. Ela falou me surpreendendo.
    ⁃    Ótimo, se você se recusar a ser minha esposa eu terei que descontar em alguém. Toda vez que eu quiser estar com você e se recusar, eu vou encontrar uma moça disponível, vou beijar, transar e me alimentar do doce sangue dela até que sua vida seja sugada de seu lindo corpo. O que acha? Perguntei me aproximando dela, o corpo de Bonnie tremia contra o meu, seus olhos transpareciam todo o horror que ela sentia em ouvir minhas palavras, o coração disparado entregando o verdadeiro medo pela ameaça.

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