39- Meu super-herói

247 27 1
                                    

Bonnie

Minha mãe estava a salvo e agora dormíamos tranquilamente nos recuperando do susto. Acordei sentindo e ouvindo meu estômago roncar, é... meus filhos eram esfomeados como o pai.
    ⁃    Oi meu amor! Minha mãe falou com um sorriso doce.
    ⁃    Como se sente mãe? Perguntei acariciando seu lindo rosto.
    ⁃    Estou ótima! Respondeu retribuindo o carinho. - Melhor agora sabendo que vou poder aproveitar muito os meus netinhos. Disse emotiva.
    ⁃    Vai ser a vovó mais linda de todos os tempos. Brinquei de volta.
    ⁃    Está sentindo esse cheiro? Ela falou fechando os olhos apreciando o aroma. Eu segui seu gesto e ouvi meu estômago roncar um pouco mais alto.
    ⁃    Parece delicioso. Completei já pulando da cama.
Descemos juntas, a casa estava em silêncio, todos já tinham ido embora. Me lembrei subitamente que talvez o cheiro bom de comida fosse Kai cozinhando os braços do Jamie, deixei os dois sozinhos e corria o risco de achar meu "irmão" esfolado.
Parei na porta da cozinha sentindo meu queixo tocar o chão. Kai cozinhava alguma coisa, que não eram os braços de Jamie, já que ele os usava enquanto colocava a louça do jantar na mesa.
    ⁃    Abby! Jamie se adiantou quando a viu, e a abraçou. Eles estavam tão aliviados daquele pesadelo ter terminado.
Eu andei até Kai, ele me olhou com um sorriso debochado, enquanto tirava uma carne suculenta do forno.
    ⁃    Não me olhe com essa cara de espanto, eu sei me comportar. Ele disse sorrindo.
    ⁃    Essa carne é alguma parte do corpo do Jamie? Perguntei fingindo desconfiança, ele gargalhou com a minha piada, colocou a travessa em cima do fogão e me tomou nos braços  me beijando. Kai não se sentia intimidado pela presença de outras pessoas, sempre me beijava com paixão, onde quer que estivéssemos.
    ⁃    Imaginei que acordaria com fome. Ele disse enquanto eu usava um garfo para roubar um pedacinho daquela delicia de comida.
Nos sentamos à mesa para o jantar, fiquei completamente encantada com aquele clima de paz e tão familiar.
    ⁃    Kai, não sei como te agradecer. Abby falou emotiva.
    ⁃    Sabe que eu faria qualquer coisa pela sua filha, e ela te ama muito, não precisa me agradecer. Falou sendo sincero.
    ⁃    Então pode ficar mais alguns dias e ensinar Jamie a cozinhar assim. Ela falou elogiando a carne assada. Demos risada e Jamie resmungou alguma coisa sobre queimar até pipoca.
    ⁃    Eu vivi sozinho por muitos anos, tive que aprender a me virar. Kai disse um pouco melancólico  eu toquei sua mão, o olhei com ternura demonstrando que ele nunca mais estaria sozinho.
    ⁃    Já pensaram nos nomes dos bebês? Jamie perguntou mais relaxado depois que Kai parou de ameaça-lo.
    ⁃    Ainda não. Eu respondi pensativa. Essa era uma parte muito importante, e eu queria pensar bem, o nome carrega muito da nossa história.
    ⁃    Tem alguma sugestão Abigail? Kai perguntou atencioso, eu me surpreendi por ele pedir opinião, justo para minha mãe, e logo Kai que é sempre tão autoritário e auto-suficiente. O gesto me pareceu um aceno de bandeira branca.
    ⁃    Não sei, eu gosto de Dana, era o nome que eu daria a Bonnie se Sheila e Wilson não tivessem cismado com "Bonnie". Minha mãe contou sorrindo com a lembrança.
    ⁃    Não me imagino chamando Dana, mas é muito bonito. Falei gostando da ideia.
    ⁃    Eu teria me chamado Anthony se meu pai não quisesse homenagear seu avô que chamava Malachai, minha mãe quase o matou quando soube que ele me registrou com esse nome, ela odiou e só me chamava de Kai. Ele contou dando risada e eu pude imaginar como ele era quando criança, como sua mãe o tratava bem, até os problemas com magia começarem. Senti meu coração apertar, como pais poderiam rejeitar um filho, independente do problema que tivesse?
Ficamos mais um tempo conversando antes de nos retirarmos. Jamie nos cedeu seu quarto, Abby disse que não era nada de mais já que ele dormia quase sempre na sala pois ficava até tarde jogando vídeo game.
    ⁃    Eu realmente gostei de Anthony e Dana. Falei enquanto Kai e eu trocávamos as roupas de cama.
    ⁃    São bonitos, mas são sobras dos nossos nomes verdadeiros. Kai falou me enrolando no lençol para me prender, eu ria sem conseguir me soltar do seu aperto.
    ⁃    Tem razão, nossos filhos merecem nomes "exclusivos" , pensados para eles. Falei me rendendo a sua brincadeira. Ele me deitou na cama e se deitou por cima, ficou beijando e mordendo minha orelha e pescoço me provocando com toques atrevidos que eu não podia retribuir por estar presa. Cada vez mais sentindo a excitação entre nós aumentar.
    ⁃    Me solta pra eu poder retribuir. Falei gemendo completamente excitada com seus beijos e toques.
    ⁃    Nós não vamos transar na cama do Jamie. Ele falou com uma careta.
    ⁃    Por que não? Perguntei chocada com a sua recusa.
    ⁃    Por que é a cama do seu ex, eu nem deveria deitar aqui. E além do mais, sua mãe vai nos ouvir. Ele falou se levantando. Dei risada achando graça, ele estava obviamente dramatizando a situação apenas para me provocar.
    ⁃    Tudo bem então. Falei me soltando do lençol que ele usou para me prender. Kai se sentou na cadeira da escrivaninha enquanto eu pegava meu celular, liguei uma música com batida bem gostosa e coloquei ao lado dele na mesa. Ele me observava com aquele ar cafajeste que eu tanto amava, seus olhos percorrendo meu corpo como se fôssemos predador e presa. Minha temperatura aumentou assim que eu comecei a me mover no ritmo da música, sensualmente. Tive tempo de ver Kai travar a mandíbula antes de me virar de costas. Ele estava procurando por autocontrole, mas eu não daria muitas chances a ele. Minha roupa era muito sem graça, então me livrei rápido da calça jeans e da camisetinha básica, por baixo eu exibia uma calcinha boxe e um sutiã, ambos pretos com detalhes em renda fina.
Ao fundo Beyoncé cantava as estrofes sexys de "Dance for you" e eu me entregava ao momento, movendo o quadril, usando os braços enquanto minhas mãos percorriam minhas pernas, meus olhos não desgrudavam dos dele. Kai tinha a respiração mais acelerada, ele mordia o lábio quase se castigando. Seu olhar entregando toda a ferocidade do seu desejo.

Prison World - BonkaiOnde histórias criam vida. Descubra agora