Capítulo 2

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Capítulo contém violência recomendado cuidado ao ler 

And I know that I'll get through this

'Cause I know that I am strong

And I don't need you anymore, no

No I don't need you anymore

Madilyn Bailye (cover)— Belive

Estava escuro, eu escutava o tic tac do relógio, minha respiração estava controlada, eu quase a prendia, não queria que ele acordasse, não queria ter que fazer sexo com ele novamente. Aqueles toques em meu corpo que antes me enchiam de desejos hoje me fazem me sentir com medo, tenho nojo, sou obrigada a fingir que gosto, que sinto desejo e isso me deixa indignada porque tudo que eu mais quero e não ter que senti-lo nunca mais perto de mim.

Afastei seu braço com cuidado, me mexi na cama lentamente, me sentei, peguei minha camiseta no criado-mudo e vesti.

Passei a mão por meus olhos a fim de limpar às lágrimas.

Olhei por cima do ombro e suspirei aliviada, ele não havia acordado. Me levantei, mas mal fiquei em pé e senti uma mão grande me puxar pela cintura, me derrubando na cama.

—Onde vai? —Ele pergunta.

—No banheiro, querido. —Eu falo numa voz entrecortada, ela está tão fraca e baixa, que se não tivesse tudo em silêncio, ele não me escutaria.

— Não quero que saia de perto de mim.

Ele deitou sua cabeça entre meus seios.

— Preciso fazer xixi, meu bem.

— Te quero.

—Adam, por favor, eu preciso fazer xixi.

Ele saiu de cima de mim, aproveitei para sair da cama e correr até o banheiro. Assim que eu entrei ali, tranquei a porta, fui até a pia lavei meu rosto e me encarei no espelho, meus olhos estavam vermelhos, eles ardiam talvez pelo fato que eu estava com vontade de chorar, mas segurava, suspirei pesadamente. Eu não queria ter que voltar para o quarto, mas se eu demorasse muito ele iria vir atrás e seria pior. Fiz xixi, me sequei, dei descarga, lavei as mãos, abri a porta. Ele estava parado com um olhar estranho, eu diria que faminto, aquela intensidade me assustava, pois me sentia uma presa pequena nas garras de um predador enorme. Ele sorriu e me puxou para junto de si e me arrastou até a cama. Eu sei o que aquele olhar significava, sei que ele não demostrava desejo somente de sexo, do meu corpo, sei que ele desejava me machucar também, por mais que eu tente negar eu sei que o desejo dele em me punir por algo maior, era uma necessidade gritante, era como se meus gritos, choros e suplicas dessem prazer a ele.

Meu coração começou a bater acelerado, ele queria mais, queria fazer sexo e eu não queria. Na verdade, não queria mais nem que ele encostasse em mim. Sentia nojo, asco.

Suas mãos subiam pela minha cintura e iam de encontro aos meus seios, eles o apertou com força.

Adam era uma pessoa bonita, seu rosto fino, sobrancelhas grossas, nariz arrebitado e lábios carnudos, um corpo bem torneado devido anos na polícia, ele era alto 1,95, cabelos pretos daqueles bem escuros, olhos castanhos, quando sorria exibia dentes perfeitamente brancos e alinhados. Meus olhos se encheram d'água em lembrar como eu o amei tanto e hoje o odiava.

Com brutalidade, ele me derrubou de bruços na cama, seu corpo pesado sobre o meu me deixava sem ar. Sentia sua ereção nas minhas costas, ele se esfregava em mim de um jeito nojento, ele segurava meus braços com violência para trás e isso doía.

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