Capítulo 3

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And just because it hurts

Doesn't mean it isn't worth it

And even if it stings

It's just a temporary thing

Mariana Mena- Growing Pains

Naquele final de tarde, não demorou muito para que Adam ligasse na casa dos meus pais e pedisse que eu voltasse. Embora sentisse medo do que estava por vir, coloquei as crianças no carro e dirigi o mais devagar possível. Pois eu não queria chegar em casa, não queria ver Adam, não queria meus filhos perto dele mais.

Mas o que eu podia fazer nessa situação?

Adam era policial, era influente, poderia tirar meus filhos de mim e sabe-se lá Deus o que ele faria com as crianças para me atingir.

Adam amava as crianças eu sei disso via em seus olhos, ele sempre se deu bem com eles os mimavam e sempre que podiam dizia o quanto os amava, porém meu medo era que ele mudasse com eles assim como mudou comigo, e se ele levanta-se a mão para qualquer um deles, não iria responder por mim.

Assim que cheguei em casa, ele estava sentado na mesa de jantar com três caixas de pizza em cima dela. Jonas e Beatriz correram para o pai, o abraçaram e beijaram. Já Pedro fez cara feia e me abraçou pela cintura.

— Pedro, venha cá — ordenou Adam. Eu o olhei, quase que implorando com o olhar, e por mim, mesmo a contragosto meu garoto foi até o pai e o abraçou. — Sente-se, vamos jantar. Papai trouxe pizza de queijo para os meus filhos, sente-se Melanie, mas antes me sirva de vinho. — Ele ordenou como se fosse apenas sua empregada.

Senti-me estremecer, ele já começaria a beber, e sei muito bem o que acontece depois que ele bebe, claro sempre sobra para mim. Fui até a cozinha peguei uma garrafa de vinho abri e voltei para a sala de jantar. Coloquei uma taça para ele e me servi de refrigerante.

— Acho que você não deveria comer, nem beber isso. Já está gorda demais. — Adam disse tomando um gole de vinho.

Pedro se levantou e eu olhei para ele com firmeza, ele se sentou novamente.

— Tem razão, meu amor. — Tentei sorrir. — Acho que não irei jantar, me deem licença, preciso arrumar umas coisas.

— Não, fique, nos faça companhia. — Adam disse segurando minha mão. Em seguida ele a levou ate os lábios e a beijou, tentei sorrir, mas por dentro queria era vomitar com seu toque. O jantar ocorreu bem, Pedro mal tocou na pizza, ele me olhava a cada cinco segundos. Adam bebeu a garrafa de vinho toda. Assim que ele terminou de comer, me levantei e retirei os pratos.

— Pedro, querido, ajude a mamãe a lavar a louça.

— Sim senhora.

Adam sorriu ao ver o filho tão prestativo, peguei os pratos e copos, Pedro os talheres.

— Mãe, quero ir embora. — Ele disse assim que entramos na cozinha.

— Escute aqui, Pedro — disse baixo colocando os pratos em cima da pia. — Não podemos sair, ok? Quero que pegue seus irmãos e vai para o seu quarto, tranque a porta e não saia de lá, não importa o que aconteça, não saia. — disse sendo dura, afinal se algo acontecesse eu mais do que nunca deveria me controlar nos choros e gemidos, não que eu não controlasse antes, mas ás vezes Adam só para quando ele me sente desesperada.

— Mas, mãe.

— Você disse que me protegeria, certo? — Ele assentiu com a cabeça. — Preciso saber que estão em segurança, prometa que não irá abrir a porta.

Ele balançou a cabeça em afirmativa, seus olhos estavam cheios de lágrimas. O puxei para junto de mim, e beijei o topo da sua cabeça, ele me abraçava pela cintura.

Um caminho para a FelicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora