Capítulo 3 - Chloe

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Uma semana se passou desde que comecei a trabalhar na OBS, todo dia há uma novidade. Quando Taylor disse que eu estava inadequada eu fui procurar saber, e quando eu descobri fiquei mais desconcertada do que nunca. Fui pedir para uma das recepcionistas um documento de regras para os funcionários. Assim que peguei os papéis nas mãos e li AS MULHERES DEVEM USAR SAIAS SOCIAS ABAIXO DO JOELHO, eu fique bufando de raiva, por uma "regra" sem noção, quem em sã consciência vá trabalhar de saia curta ou vestidinho de festa?
Quando me dei por conta eu pensei no primeiro dia que comecei a trabalhar aqui e vi aquele monte de mulheres vestidas de saias e pelo que eu pude ver era de grife.
Quando terminei de ler um livro enorme de direito, refiz formulários para mandar advogados, escrevi emails, fui em reuniões, refiz as contas salarias, entre outras. Peguei minhas coisas e fui embora. Hoje não tenho visto Taylor e pelo que me parece não verei amanhã cedo.
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Passei em uma loja perto de casa onde vende roupas lindas e baratas e peguei 5 saias cada uma de uma cor.

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São 6 da manhã e ainda to crua, fiz nada e nem da cama levantei. Alguns pensamentos que não queria ter começam a vir e uma delas é porque será que Taylor é tão afastado? Não abriu a boca nem um minuto nas 9 horas que estive trabalhando com ele na segunda e na quarta feira, tirando as ligações indesejadas e que eu não gostaria de ouvir como " Vou te beijar a noite inteira", a cada momento vinha o nome de alguma mulher no meu decodificador e fiquei me perguntando como é possível esse ser humano ter tempo de ficar com tantas meninas assim.
Olho para o meu despertador e já faz 10 minutos que estou aqui pensando em abobrinhas.

Vou pegando minha saia azul na gaveta direta do lado da minha cama e a blusa social branca de lacinho na gola. Hoje não tem como ele me dizer que estou inadequada, pois estou seguindo as regras que vi na semana passada. Tomo um banho rápido, penteio cabelo, escovo os dentes, me enxugo, passo roupa e me perfumo com cremes de alta fragrância toda. Pego minha bolsa Mônica Sanches da cor nude e minha chaves tanto do carro como de casa. Olho em volta para confirmar se está tudo ok.
Abro meu Geely branco, sento e dou vida ao carro.
De casa até a OBS penso por alguns instantes em como vai ser daqui uns anos sendo secretária do Taylor, será que ele vai continuar olhando para mim com cara de nojo, me fazendo se sentir mais inferior do que nunca? Vai continuar me dizendo o que fazer toda hora sem explicar, como se eu soubesse de tudo? Vai continuar me limitando das coisas que eu sei que preciso saber? Se ele pensa que eu não tenho capacidade de fazer as coisas não devia ter me contratado, caso pense que sou um bebe que ainda não sabe engatinhar ele pode ter certeza que está ludibriado.
Retiro esses pensamentos da minha cabeça e desligo o carro. Coloco os pés para fora e suspiro o ar acalorado.
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- Evans preciso que me dê uma resposta ainda hoje de algo que tenho a falar com você.
Eu coloco minha bolsa do lado da mesa e o encaro.
-O que seria no caso?
Ele coloca as mãos grossas no colo e me fita, olhando fixamente para meus lábios rosados.
- Tenho uma festa para ir em comemoração dos grandes advogados daqui, e nessa comemoração eu preciso levar não necessariamente a minha secretária, porém como você trabalha comigo e está prestes a conhecer meus negócios e boa a sua participação.

Bom vamos por partes é impressão minha ou ele está envergonhado em dizer isso? Assim que ele termina de falar em "Minha secretária" seu rosto permanece vermelho por um tempo e seus olhos brilham. É bom saber que ele fica desse modo, pois me mostra que ele só usa uma capa para esconder algo tão belo.
-Você está demorando muito para me responder, se não quer é só me falar.
-É que eu... eu não tenho exatamente uma roupa adequada para esse tipo de evento. - Gaguejar é comigo mesmo, sou péssima em falar com esse homem idiota e lindo na minha frente.
- Eu a convidei, eu pago o seu vestido escolhe-o do seu gosto e me traga a conta.
-Não posso deixa-lo fazer isso. De jeito nenhum.
- Você é sempre complicada? Se eu digo para escolher, então escolha. Aliás sou seu chefe Chloe então por favor me obedeça.
-Haha perfeito agora tenho que seguir suas ordens fora da empresa?
Ele se levanta da cadeira, sua testa em uma carranca e espero um monte de xingamentos saindo da sua boca.
-Olha só mocinha - Ele se aproxima mais do meu rosto e fito tão intensamente - eu perguntei se você tem disponibilidade para ir e até agora eu não escutei a palavra sim ou não. O resto das coisas eu resolvo.
- Ok, senhor Carranca.
-Não me chame assim - um olhar sério inunda seu rosto lindo e bonitinho.
Cada um para seu espaço, vou para a minha mesinha e ele vai para a o dele.
Se eu soubesse que seria dessa maneira nosso relacionamento, eu não tinha nunca aceitado essa maldita vaga, ah como eu queria ver o futuro só para não fazer escolhas que ferraram com a minha própria vida.
Uma batida na porta e nos dois olhamos um para o outro, desde de que comecei a trabalhar aqui nunca vi alguém bater na porta além de mim no primeiro dia, ele sempre recebe ligações das pessoas que querem falar com ele, ou ainda mesmo me mandam e-mails urgentes nas quais eu devo passa-lo rapidamente, mas nunca a nenhum momento eu ouvi uma batida na porta.
- Não vai pedir para abrir? - Olho para ele que encontra-se com as mãos nos bolsos.
Mais uma batida, duas e na terceira batida a porta se abre, e vejo uma mulher tão linda. Alta, magra e loira.
Ela está com um vestido mais deslumbrante ainda, agarrado ao corpo da cor bege com cristais no lado esquerdo, seus saltos são o mesmo da cor do seu vestido e sua bolsa é da Michael Kors, e pelo que me parece é de couro.
- Helena.
Já vi ele bravo comigo muitas vezes em um dia só, mas esse rosto está totalmente diferente é misturado com surpresa, tristeza e algo a mais que não consigo decifrar. Vejo olhando para mim e para ela e penso que ele quer que eu saia. A menina/modelo chamada Helena caminha até a mesa dele, suas chaves a mão balançando e seus cabelos loiros claros ao vento.
Provavelmente ela deve ter saído de algum de Hollywood.
-Precisamos conversar, necessariamente a sós.
- Helena não temos nada que conversar.
- Há temos sim.
Olho de um lado para o outro freneticamente esperando uma resposta logo para que eu saia. Provavelmente esses dois se odeiam, mas a raiva dele por ela é mais profunda do que a dele por mim.
- Ela vai ficar. - Ele se levanta da cadeira se apoiando na mesa, atiçando "fogo" pelo nariz, eu nunca o vi tão furioso assim mesmo discutindo comigo.
- Então tá já que essa - ela aponta para mim, seu lábios sobe e ela me dá um meio sorriso arqueado, foi assim que a recepcionista estava quando me atendeu. - essa mocinha não pode sair daqui
- Diga me o que você quer?
- Bom a primeira coisa é que eu me mudei e serei sua vizinha.
Taylor arregalou seus olhos, suas sobrancelhas se juntam e seus dentes se apertam em uma mordida com força e sei que além dele estar com medo, ele está sentindo raiva, e por um momento eu sinto dó dele porque vai saber o que essa mulher fez para deixa-lo tão furioso que nem nos olhos dela ele olha.
- E tem mais uma coisa hoje eu volto a trabalhar como assistente administrativa junto com você.
Por essa eu não esperava.
- Quem te colocou aqui?
- Seu pai, quem mais poderia? Você acha que só você é dono daqui?
- Helena - Ele se levanta da cadeira e aponta para a porta à nossa frente - Saia daqui agora.
- Não eu não vou sair.
- Mesmo que você trabalhe aqui, não quero que entre na minha sala e não importa quem seja o dono, minha sala minhas regras. Você está proibida de pisar o pé dentro do meu escritório. Agora saia por favor.
- Tudo bem Taylor, mas fique sabendo de uma coisa VOCÊ VERA MEU ROSTINHO TODOS OS DIAS.- ela aponta o dedo pra ele.
Pretendo ajudar Taylor sair dessa cilada com ela e penso por um momento que ele tinha me dito sobre o delegado Dowski, vou usá-lo ele como uma saída e informa-lo que é coisa sérissima e isso fará com que ela saia daqui.
Pego meu celular e fingo estar vendo os e-mail.
-Senhor, o doutor Dowski gostaria de falar com você é caso urgente.
Eles se viram pra me olhar e Helena pega a sua bolsa, vi que meu plano deu certo e meu coração palpita. Será que agora por um gesto que fiz a ele, tudo vai mudar? Ah Eu espero que sim.
-Por gentileza Helena, me de licença.
A porta bate e ele se levanta e vem até mim, deixando Helena seguir seu caminho. Seu cheiro afrodisíaco e tão bom, sinto o cheiro do seu creme de barbear e me perco em como ele pode ser cheiroso por tanto tempo. Queria que as coisas fossem diferentes, queria que a pessoa que deve te-lo machucado no passado sofra muito no presente. Um cara tão intelectual, inteligente não pode ser tão horrível quanto ele demonstra ser.
- Evans, cadê o caso urgente de Dowski?
- Eu meio que menti, é que você parecia que queria que ela sumisse daqui e tive a ideia do Dowski, você diz que ele e super importante.
Suas sobrancelhas estão arqueadas e forma um sorriso nos seus lábios lindos que gostaria de beija-los.
-Muito bom senhorita Evans. Eu vou descer na cafeteria para aliviar meus nervos gostaria de ir comigo?
Penso um momento e digo;
-Oh, sim senhor.

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⏰ Last updated: Apr 04, 2019 ⏰

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