Cap 21 - Dia de treinamento

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Acordo com uma dor de cabeça, como se estivesse de ressaca, mas na verdade era fraqueza, todas as minhas energias foram gastas por conta da minha transformação. Vejo alguns arranhões sobre meu corpo, automaticamente minha mente me culpa. Amélia! Será que ela está bem?

Desço correndo as escadas e vejo a mesma preparando o almoço, parecia estar ótima, como se nada tivesse ocorrido.

- Como? Você não tem nenhum ferimento, está tudo bem? Me desculpa! Não foi a intenção. Falo desesperada.
- Na verdade não sei nem como ter auto controle sobre isso! Falo mais pra mim do que pra ela. Mas a mesma escuta, afinal, tudo estava as claras, ela também é uma loba, por isso ela e minha avó se davam tão bem!

- Oh querida, está tudo bem! E você como está? Como você é uma loba? Nenhum de seus pais são! Isso é possível? Foi mordida por alguém? Ó meu Deus, alguém quer te usar como sacrifício, tem alguém te obrigando a algo? Ela me enche de perguntas desesperadoras.

- Não, está tudo bem, fique calma! Tem razão, meus pais não são lobos, mas por acaso sabes algo sobre minha avó?

- Não querida, ela era loba? Nunca me revelou nada deste tipo! Ela me olha confusa.

-Sim, ela era! Conto toda a história a ela, incluindo o fato de eu ser a Escolhida pela lua e o fato de que minha loba acabara de acordar, por isso estava descontrolada. Ela abre a boca incrédula por tudo que ouviste até agora.

- Então já deves saber que seu poder é muito grande certo? E precisa tomar muito cuidado pois é possível que alguém de mal intenção tente mata-la pra tomar seu poder.

Concordo com a cabeça e a mesma me abraça com todo carinho possível que me conforta. Me sinto segura, era como se minha avó estivesse ali em seu lugar.

- O que acha de eu te ajudar a obter controle sobre si mesma?

-Ótimo! Falo um pouco rápido de mais empolgada com tudo. Era ótimo ter alguém que te entendesse e que pode confiar dentro de sua própria casa.

- Ok, ela diz pegando algumas coisas atrás da porta da lavanderia. - Vamos?

- Pra onde exatamente?  A olho com ar de preocupação.

- Pra floresta! Vou deixar um bilhete pra sua mãe dizendo que fomos ao shopping.

Concordo com a cabeça. Saio depois dela e tranco a porta de entrada da casa.
E assim vamos floresta a dentro.

Andamos cerca de uns 15 min.

- Chegamos!

Ela anuncia já empolgada.

Olho pros lados e não vejo nada mais que árvores e grama ao nosso redor.

- Bom, primeiramente você deve se transformar. Pense em algo bom, pense em algo que mexa com os seus sentimentos, algo que te faça estar viva ou querer viver ainda mais.

Rapidamente minha mente viaja e assim cria a imagem daqueles belos olhos azuis. Mas porque logo ele veio a minha mente? Penso indignada. Mas ignoro meus pensamentos contrários, deixando apenas seus olhos invadir meus pensamentos, o quão lindo era, da forma que me olhou preocupado quando acordei em seu quarto.

Meus olhos começam a brilhar, pelos começam a crescer sobre meu corpo e na mesma hora me transformo. Amélia faz o mesmo, e assim nos conectamos conversando por telepatia de lobos.

- Como está se sentindo? Ela me pergunta vendo que eu consegui me transformar sem nenhuma dificuldade.

- Estou ótima, é maravilhoso! A sensação é de estar ainda mais viva!

- Ótimo, vamos começar.

Ela começa a correr entre as árvores inclinando a cabeça em convite para que eu a siga. Assim faço, corro até ela que continua correndo.

- Vou te ensinar a caçar!

Concordo com a cabeça.

A nossa frente, há um pequeno riacho que cruza a floresta. Do outro lado do mesmo, um veado tranquilo bebe água como se ali não houvesse perigo.

- Minha loba está morrendo de fome, mas não posso matar esse bichinho indefeso!

- Então morrerá de fome querida. Agora essa será sua comida, apenas carne irá te sustentar! Comidas normais serão apenas aperitivos.

- Tudo bem, apenas me olhe!

Ela sai disparada e assim morde a jugular do pobre veado, ele se debate tentando se defender, mas é em vão.
Ela o trás até mim.

- Aprendeu?

Assinto com a cabeça.

- Agora é a sua vez.

Nego, mas a mesma força o olhar sobre mim e assim faço pois a fome era tamanha!
Corro sem rumo a procura de um veado ou algum coelho. Logo em seguida avisto uma pequena lebre saltitando sobre a grama verde.

Vou até ela em passos leves, quando ia apanha - lo, um lobo beje rouba minha refeição.
Faço uma cara de brava, mas ele apenas ri me encarando.

- O que quer? Já não basta roubar meu almoço ainda fica com essa cara de deboche! Falo com voz de lobo e com raiva.
O mesmo se transforma a minha frente após matar o coelho.
-Caio? Falo espantada ao ver a imagem de um dos amigos de Louis sem roupa a minha frente!
Viro o rosto e ele se toca.

- Desculpa, esqueci que estava sem roupa, ele me olha sem graça, pra mim isso é tão normal que já acostumei!
Mas esquece tudo isso. Obrigada pelo almoço! Ele ri e se transforma novamente e vai embora.

- Aff. Reviro os olhos e volto pra onde Amélia estava.
Ela fica desapontada ao ver que não consegui nada. Apenas respingos de sangue animal sobre minha pelagem.

- Vamos, já são quase 15h, sua prima deve estar chegando. Toma, deixei pá você caso não conseguisse nada.

Ela me oferece um pedaço da carne do veado, mas já de volta ao normal, recuso, querendo só um pedaço de bolo no momento.

- Vai ficar fraca se não se alimentar!

-Reviro os olhos e como a carne. Até que não é tão ruim quanto pensei!

Lambo os dedos após terminar de comer.

E assim vamos de volta pra casa.

[...]



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