Notas iniciais:
Olá, pessoas! Tudo certo?Trago a vocês uma história feita há alguns meses para o desafio #Vemprocrack do Inkspired. Nesse desafio, você precisava escrever uma fanfic sobre um casal crackship (um casal bem inusitado). O frio que rasteja foi a história vencedora do desafio e resolvi trazê-la para o Wattpad e compartilhá-la com os meus seguidores daqui também. Além disso, é a única fanfic que tenho e que não pertence ao universo Naruto, o que a tornou uma "queridinha" minha!Devo dizer que retratei a Daenerys de forma diferente da usada nos livros (apesar de poder encontrar menções dos livros e da série na história). Neles, ela sente frio e isso é mostrado em diversas passagens, mas quis escrever a história com a minha visão dela (visão compartilhada por algumas colegas também), em que a Dany deixou de sentir frio quando seus dragões nasceram. Sendo assim, poderão ver uma característica que costuma ser mostrada nas narrativas de Melisandre, que derrete o gelo por onde passa.Apesar disso, tentei resgatar a narrativa dos últimos capítulos da série, mesclando-a com a do livro (por consequência, as linhas de acontecimentos se cruzam, mas acredito que quem só tenha assistido a série seja completamente capaz de entender a história).
Espero que gostem!
Se olhar para trás, estou perdida, ela pensou ao ver o mar de gelo que se erguia à frente, atrás e por todos os lugares. Cinza, azul, branco e um ponto enegrecido no meio de tudo aquilo, destoando-se.
Não, estou no fim do mundo, mas ainda é o meu mundo. Após sair de Atalaialeste, só conseguia pensar em voltar por seu filho, mas agora que estava aqui sentia-se uma garotinha tola mais uma vez, cheia de temores. O jeito que seu Urso Jorah a olhou, antes que se lançasse às costas de Drogon e deixasse a galé... Não, não devo pensar sobre isso agora. Era tarde demais para se arrepender. Sequer havia contado para onde seguia, pois sabia que tentariam impedi-la se o fizesse. Tentei não vir, mas aquele lugar parecia chamar por ela, seu filho gritava o nome dela. Não podia ouvir, mas sentia.
Sou do sangue do Dragão, recordou-se, inclinando seu corpo para frente e enfincando as unhas nas escamas de Drogon o mais forte que podia enquanto ele cuspia uma rajada de fogo vermelho enegrecido para frente e para o ar. Uma névoa cresceu onde as chamas terminavam, e o estalo de gelo rachando se espalhou com um eco de crac, crac, crac. Ele não tem medo, percebeu ela, mas devia ter. E eu também.
— O mal está aqui — disse com uma voz estranha, mais infantil do que o comum. Sou do sangue do Dragão.
Usava uma luva de lã cinza, uma bota de pele de lobo da mesma cor, e sua túnica era tão branca como o gelo que os cercava, cravejada de botões de lápis-lazúli. Usava uma calça de sedareia também branca, e seus cabelos prateados estavam presos para trás, sem seus sinos. Devia tê-los pedido para Irri. Aqui, de frente ao lago congelado, sentia-se pequena, e os sinos a ajudariam a se lembrar de quem era. Mãe dos dragões.
Mãe de monstros, um sussurro cruel respondeu.
Daenerys deslizou de cima de Drogon, sentindo seus pés afundarem em neve tão macia como espuma. Coração acelerado, olhou para frente e para frente. Drogon silvou e as pontas de suas azas se arrastaram pelo chão provocando outro alto ruído. Então o couro foi soprado pelo vento, e ele subiu, deixando-a sozinha naquele mar gelado. Olhou para cima, vendo seu filho tornando-se cada vez menor. Mãe de monstros, o sussurro voltou, rastejando para mais perto. Se olhar para trás, estou perdida. Era só o vento falando ao seu ouvido aquilo que pensou. Não. Não, não, não. Eram seus filhos, não monstros.
De repente, a voz de Missandei veio à sua cabeça como um acalento aos seus temores, um toque de carinho e ternura em sua mente: Todos de joelhos para Daenerys Nascida da Tormenta, a Não Queimada, Rainha de Meereen, Rainha dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Khaleesi do Grande Mar de Grama, Rompedora de Correntes e Mãe de Dragões. Dany estava vestida em suas orelhas de abano mais uma vez, mas as franjas do Tokar a pinicavam e sua bunda doía. Apoiava uma perna em cima da cadeira, e o grande salão da pirâmide se esvaziava de meereenses. Um homem permaneceu no salão, porém, com olhos baixos, agarrado a um saco de ossos.
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O frio que rasteja
Fanfiction"...era difícil respirar, não saiba se por causa do ar sombrio que circundava aquele local ou se pelo temor de ver a tumba de seu filho querido."