Arte

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— Jimin? Jimin, acorde!

— Huh? Ah, minha cabeça! — Reclamei por conta da dor que sentia. Não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo.

— Jimin? Consegue me ouvir? — Escutei alguém falando comigo, mas sua voz estava muito longe para que eu pudesse escutar.

   Abri os olhos lentamente, vendo um garoto belo com cabelos castanhos.

— Menino de cabelos castanhos, é você? — Perguntei, piscando várias vezes. A figura em questão riu de mim, gesticulando que não.

— Sou eu! Taehyung! — E foi então que o mesmo disse. Pisquei mais algumas vezes até tomar consciência do que aconteceu.

   Me levantei assustado, olhando para os lados. Tinham várias pessoas do evento me olhando.

— Namjoon? — Procurei ele enquanto olhava para os lados, vendo-o se aproximar.

— Estou aqui, Park! Você está bem? — Ao chegar próximo de mim, se abaixou e segurou em minha mão esquerda.

— Não, não estou bem. Leve-me para casa, Namjoon!

— Hey, Namjoon, é melhor levá-lo mesmo. — Taehyung se pronunciou, recebendo uma reação negativa do outro Kim.

— Cale-se, Taehyung. Ninguém te pediu opinião! — Respondeu, deixando todos do evento e, principalmente Taehyung, chocados. Namjoon me pegou no colo e passou comigo para fora do lugar, pegando o primeiro táxi que viu, tentando ignorar os paparazzis do lado de fora.

   Nesse meio tempo, eu desmaiei.

[...]

— Park? Ei, cara, você está melhor? — Acordei com Namjoon desta vez. Eu estava em minha casa.

— Sim, estou, mas só com um pouco de dor de cabeça! Mas vai passar.

— Quer algum remédio, Jimin? Eu posso comprar!

— Não, Namjoon, está tudo ótimo, não se preocupe. — Sorri gentil para ele, que retribuiu. — Vá para sua casa, ok? Eu quero dormir, ficar um pouco só.

— Está bem, mas se precisar, venho correndo. Como um Papaléguas. — Rimos juntos. — Até logo. Melhore. — Ele fez uma leve carícia nos meus cabelos e saiu do lugar.

   Senti algo gelado tocando meus dedos e quando vi, era o menino de cabelos castanhos.

— Menino de cabelos castanhos! Você voltou!

— JungKook. Me chame de JungKook. — Respondeu me deixando boquiaberto.

— Certo, "JungKook"! — Só havia notado ele colocar a mão na sua cabeça no mesmo instante que coloquei a mão na minha por conta da dor. — JungKook? O que você tem?

— Jimin, eu já te disse. Sou a representação de como você se sente. Se você está com dor, eu sinto. Se está triste, eu sinto, se sente prazer, sinto. — Encarou Jimin com um olhar vazio. — Sei que você quer me colocar de volta no quadro. Para isso, precisamos... Nos apaixonar.

— Nos apaixonar? De homem e homem? Amor? Carnal? Isso é impossível! Sou homem, namoro, tenho uma mulher! Se for pra depender de mim, você fica.

— Você não é feliz com ela. E pense bem, Park. Se eu continuar aqui, no mundo real, não vou poder voltar pro meu mundo e salvar o mesmo. — Explicou, me deixando um tanto curioso.

— Seu mundo? Salvar? Que?

— Você me nomeou príncipe daquela vez que disse que eu mandava em tudo. No mundo da arte, eu sou o príncipe, e quando uma pintura fica fora do seu domínio, uma guerra acontece. Se eu não voltar, tudo, todos, o universo deixa de ser universo. Porquê tudo o que vivemos é arte. Tudo o que você vive é arte. O amor é a chave pra qualquer problema. Precisamos nos apaixonar. Você me coloca de novo no quadro e tudo se resolve. — Ele me disse como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— JungKook, isso... Isso é errado. Dois homens se apaixonarem, não! Não podemos. E-

   Tomei um susto quando senti lábios frios e molhados de tinta tocarem minha boca. Seu beijo era intenso e gostoso. Eu não me afastei. Levei minha mão para sua nuca, acariciando ela enquanto o beijo durava. Quando terminamos, eu estava coberto de tinta na boca e o que antes era homem, sumiu e voltou para o quadro.

— JungKook? JungKook, não! Por favor, não! Não vai assim...

   E mais uma vez era eu, meu apartamento, minhas pinturas e solidão.

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⏰ Última atualização: Apr 10, 2019 ⏰

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