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      Lizzie

Oi, meu nome é Lizzie, tenho 15 anos e moro em Toronto há 12 anos. Eu nasci no Brasil, mas como passei pouquíssimo tempo lá, não sei muito sobre. Sou uma garota nada popular no colégio, mas também não sou a nerd isolada, como aquelas de filmes.
Eu odeio a minha escola, só vou por dois motivos: minha amiga Daisy e porque meu futuro depende disso. Caso contrário, eu nem passaria perto daquele inferno!

Eu já disse que não sou nada popular na escola, mas no Twitter eu já tenho 30k de seguidores. Nem sei como tenho tudo isso, afinal eu só posto o que penso e o que vivo e vejo diariamente, além de coisas engraçadas é claro! Já deu pra perceber que eu não largo NUNCA e para NADA o celular, né? Pois é, meus pais sempre tentam me chamar atenção sobre isso, mas quem disse que eu realmente ligo?

Tenho um relacionamento super sério com a minha cama, afinal, é nela que passo a maior parte da minha vida. Ela e meu celular são meus grudes!
Continuando sobre meus pais; meu pai é advogado e minha mãe o ajuda no escritório, é sua assistente. Eles são sempre bem ocupados, afinal ocupam cargos importantes e são bem famosos por isso, eu não entendo bem o porquê disso fazer "sucesso", mas ok.

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  Acordo com a porta do meu quarto quase sendo arrombada pela minha mãe, me assusto e vou abri-la.

  -Você não ouviu eu te chamar? -Ela grita entrando no quarto. -Já são 06:15 você está atrasadíssima!

  -Bom dia, dona Allison. -Falo sonolenta e esfregando os olhos. -Podemos começar o dia com mais calma?

  -Calma? Você está atrasada para a suas volta às aulas e quer começar o dia com calma?

  -Mãe, por favor! São seis da manhã, ninguém merece acordar com seus gritos!

  -Se continuar reclamando, mocinha, eu grito em seus ouvidos! -Ela diz aumentando o tom da voz que já estava alto o bastante para eu tampar os ouvidos e sair correndo pelo corredor. -Onde você vai?

  -Tomar café, não é óbvio?

  -Certo, Mary fez torradas e seu pai saiu para comprar um croissant para ele.

  -De lá ele vai para o trabalho, não é?

  -Sim, filha. -Ela percebe que fico um pouco abatida por não poder tomar café com o meu pai. Me faz um carinho no rosto e coloca meu cabelo para trás da orelha direita. -Sabe que seu pai é ocupado, Lizzie.

-Eu sei disso, mãe, mas não custa tomar um café com a gente. -Puxo uma cadeira e me sento, já pegando a jarra com suco de limão. -E a senhora sairá que horas?

-Vou te deixar na escola e de lá já vou para o escritório. -Ela também puxa uma cadeira e se senta.

-Senhora, -Mary interrompe, eu gosto muito dela, é como se fosse uma mãe para mim, já que a de sangue quase nunca está presente. -posso levar Lizzie para a escola, assim a senhora não chega atrasada no escritório. 

-Muito obrigada, Mary. -Mamãe diz pegando um guardanapo e limpando a boca que sujou com geléia. -Mas hoje posso entrar mais tarde e faço questão de te dar um tempo de descanso, faça o que quiser.

-Uma manhã de folga? -Mary estava empolgada, havia meses que mamãe não dava uma folga sequer para ela.

-Isso mesmo. mas se Lizzie não precisar de você, pegue a tarde de folga também.

-Obrigado, senhora!

-Disponha, Mary.

Termino meu café e subo correndo para o meu quarto, eu tenho noção do quanto estou atrasada para o inferno, quis dizer,  colégio.
Pego um moletom vinho grande e uma calça legging preta, calço meu Vans preto e já estou pronta para sair. Eu não tomo banho de manhã, afinal, é muito frio e eu simplesmente odeio tomar banho na água quente de manhã, me dá mais sono. Apenas penteio o cabelo.
  Desço as escadas e encontro minha mãe já na porta me esperando.

-Pronta? -Ela me pergunta com um olhar de  "Você realmente vai assim?"

-Sim. Ainda está cedo, podemos passar na Wired Coffee? Preciso do meu capuccino.

-Você é realmente rápida, acorda atrasada, mas ainda sai cedo de casa. Impressionante.

-Habilidades, mãe.  Mas e então? Podemos?

-Claro! Mas vamos logo, você quer se atrasar? -Ela abre a porta.

-Você é muito bipolar mãe. -Digo já do lado de fora da casa. -Uma hora diz que sou rápida e que vamos sair no horário e já na outra hora diz que posso me atrasar.

-Habilidades, Lizzie.

Trocamos olhares de deboche por um tempo e ela já muda seu olhar para a frente, para retirar o carro de dentro da garagem.
Pego meus fones e meu celular, já me preparo para minhas 8 músicas de sempre, ignorando as outras 207 que tenho salvas.
É um absurdo o que vivo, fecho os olhos e quando abro, KABOOM!  Já estou em frente ao portal do inferno. É horrível estar nesse lugar após três meses evitando passar perto.

-Mas já estamos aqui? Aff... -Reclamo, é a única coisa que sei fazer da vida.

-Não, chegamos na Disney, olha ali o Pateta!   -Ela aponta para o monitor que nos espera em frente ao portão, me faz rir. -Vai logo, ó Cinderela de Chernobyl.

-Nossa, mãe, esse é o seu amor por mim?

-Vai logo!

(n/a: elas passaram na cafeteria, mas eu quis poupar os detalhes e tals)

Saio do carro fingindo estar bufando de raiva, mas por dentro estou rindo feito hiena.
  Tento entrar na escola, mas o monitor que é o receptor do inferno me barra.

  -Srta. Grinny, não pode entrar com o copo de café.

  -Ué, mas por que não?

  -São regras da escola, Srta. Grinny.

  -Regras da escola? Mas a Billy entrou com um milkshake. Ela é privilegiada, por acaso?

  -Não. -Ele abaixa a cabeça, como se mostrasse arrependido, esse cara é chato pra caramba! Eu não o suporto, na verdade eu não suporto 99,9% dessa escola, o 00,01% que sobre é a Daisy.

  -Então me deixe entrar.

  -Certo.

  -Obrigada e torça para que eu deixe passar batido dessa vez.

  Eu passo rindo baixo, eu não iria fazer nada, só quis me sentir importante pelo menos uma vez. Mas como eu odeio aquele receptor do inferno, digo, monitor, foi bom ver ele com medo de mim. Ah, como eu sou idiota!

primeiro cap, na minha opinião não tão bom assim, mas superou minhas expectativas ksksks

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bjuus da nannee

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