Num mundo onde as almas gêmeas existem, Jeremy Heere morre de vontade de conhecer a sua.
No braço direito, ele carrega as primeiras palavras que sua alma gêmea dirá para ele, o problema é com palavras tão comuns fica difícil saber quem é a pessoa...
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— Como eu fico usando seu óculos?
Eu não fazia idéia que Michael tinha a visão tão danificada, eu praticamente não conseguia enxergar usando aquilo.
— Você é o borrão mais bonito que eu já vi — ele respondeu rindo.
Rolei os olhos e devolvi o óculos para Michael. Estávamos sozinhos na loja e eu o ajudava a fazer o estoque. Esse período da tarde era o único tempo livre que eu tinha, então o tio de Rich deixou que eu ficasse lá se ajudasse no trabalho.
—Vamos fazer algo depois daqui? — perguntei, abraçando Michael por trás.
— Não dá, Jer. Eu vou estar ocupado.
— Mas faz duas semanas que a gente não se vê... — Eu beijei seu pescoço, esperando ganhar um pouco mais de atenção.
Michael virou-se, encarando-me com aquele sorriso adorável que só ele tinha. Toda vez que ele sorria assim eu me apaixonava mais, como se fosse a primeira vez.
— A gente tá se vendo agora.
— Não é o suficiente. — Encostei nossos lábios, aproveitando cada segundo desse toque delicado. — Eu quero me divertir com você, Micha.
Mell riu quando percebeu que minhas mãos estavam cada vez mais ousadas e começavam a explorar por debaixo de seu casaco vermelho.
— Tem câmeras aqui.
— Mas não no banheiro.
Por um segundo, Michael pareceu considerar minha proposta, mas balançou a cabeça e se afastou.
— Por Deus, Jeremy! Eu tenho que trabalhar.
— Desculpa — murmurei, voltando ao meu lugar.
Ajudar Michael até que foi divertido. Eu nunca imaginaria que a clientela daquele lugar era tão diversa. Tive a oportunidade de atender três garotas de mesmo nome, cada uma com uma cor, uma adolescente gótica que falava sozinha, um cara chamado Curt que usava terno e uma "barba" (que fez com que eu o confundisse com um sem-teto) e alguns outros tão únicos quanto.
