Capítulo 6

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Hey pessoinhas, mais um capítulo para vocês a partir desse mostrará bastante flashbacks sobre o passado da Camila, para que vocês começarem a conhecer um pouco sobre a vida da Camz antes da Lauren. Haverá sim flashbacks no ponto de vista da Camila, mas somente quando ela estiver pronta para desabafar com a Lauren. Mas enfim, vamos ao capítulo.. Boa leitura babys!

CAMILA POV

FLASHBACK ON

Sete anos antes....

Mais um dia naquele orfanato infernal, o que é mais um dia para quem passou sua vida dentro de um? Simplesmente nada. Katerina, nossa diretora foi até a sala de recriação e me pediu para acompanhá-la até sua sala. Meus “irmãos” ficaram olhando para mim preocupados com o que está por vir, pois ir até a sala da diretora só sem dois motivos: Ser adotada, o que com certeza não é o meu caso, ou, estou seriamente encrencada. A diretora tocou o meu ombro e certas palavras que nunca pensei ouvir saíram.

– Camila, essa é a sua mãe.

É indecifrável a sensação de conhecer a mulher que me abandonou quando tinha três anos de idade. Eu não lembrava dela, e não sinto nada ao vê-la na minha frente, talvez sinta, sinta aquela vontade de perguntar muitas coisas, mas, chego a conclusão que ela nunca quis compartilhar essas respostas comigo.

– Oi Camila, meu nome é Sinuhé Cabello.

Continuei recuada sem esbolçar algum sentimento em meu rosto. Não que eu seja fria, mas sim, porque essa mulher diante de mim, não passa de uma completa estranha. Katerina me explicou que Sinuhé veio me buscar para finalmente ir para a minha casa, isso tudo tratado como um sonho. Alô, alguém me perguntou alguma coisa? Fui para o quarto onde durmo e comecei a arrumar minhas coisas. Minhas amigas que conviveram comigo todos esses anos estão mais felizes do que eu, isso sim é surpreendente. A verdade é que eu tenho uma intuição muito forte, e eu não estou com uma sensação boa sobre a Sinuhé.

Terminei de arrumar as minhas coisas, guardando todas as fotos que tirei no orfanato, peguei os meus diários onde relato toda experiência que tive como paixões, medos, etc. Toda minha vida coube dentro de uma mala velha e empoeirada que Beatriz me emprestou. Sai do orfanato junto com a Sinuhé e olhei para trás vendo todos os “irmãos” chorando e foi impossível não chorar também, na verdade, meu coração de manteiga não ajuda muito. Entrei no carro velho da Sinuhé, olhando para as ruas do subúrbio Tower Hamlets , um dos lugares com maior índice de criminalidade aqui na Inglaterra. Só ver aonde Sinuhé mora, senti um certo medo.

Ela parou o carro gritando por um tal de Simon, para ajudá-la com a mala. Ele saiu de dentro daquela casa terminando de levantar suas calças e abotoá-las. Quando olhei para ele abaixei a cabeça, olhando para a minha mão. Os dois começaram a discutir e ele chamou Sinuhé de “vadia drogada”. Estremeci com essas palavras, não vou negar a aflição que tomou conta de mim. Pisei na varanda que contém folhas secas da árvore, o chão de madeira e uma rede. O cheiro de tinta na porta, indica que não faz muito tempo que ela foi pintada e para concluir, o lado de dentro cheira a cigarro barato.

Entrei e Simon colocou minha mala em um quarto que mais parece um sótão, que fica por cima da casa. Não reclamei, pela primeira vez tenho um espaço só meu. Comecei a arrumar as minhas coisas e no fim, já com tudo em seu devido lugar desci para a cozinha flagrando Sinuhé usando cocaína. Me assustei com isso, nunca vi alguém fazer isso antes, é como se eu vivesse em uma cúpula no passado, e eu soubesse que aquilo é droga, por palestras, mas nunca tivesse visto na minha frente.

– Sinto muito, Camila. – Disse Sinuhé pegando a carteira de cigarros e saindo.

– Vem cá garotinha. – Simon puxou o meu cabelo e eu comecei a gritar desesperada. – Mostra pro papai o que você sabe fazer!

Camren- Uma Linda MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora