Azul No Vermelho [ Debate Entre Excluir Ou Continuar]

‡ 0.2 ‡

Você acha que conhece a morte.
Mas não conhece.
Não até vê-la.

Vê-la realmente.
Ela entra em suas veias e vive dentro de você.

★ Se a morte batesse na sua porta, correria ou a aceitaria?★

Lembranças de sua primeira morte.

Corro por entre as árvores, ouço o choro dela e sinto o cheiro de sangue, sorrio sádica e acelero o passo, ouço-a gritar por ajuda.

- Não adianta gritar.- digo alto e a vejo parar e respirar rápido.- Não adianta correr.- paro na sua frente e sorrio.

As gotas de sangue caindo pelo meu queixo e indo do pescoço até o vão dos peitos deve dar uma imagem assustadora de mim, ela da passos para trás e vacila caindo na grama, ando mais para frente e me baixo.

- Pois eu sempre estarei aqui.- sussurro no seu ouvido.

Seu choro preenche o silêncio da floresta e eu a observo, ela fez exatamente oque eu fiz.

Chorou

Implorou

Gritou

Mas não fugiu.

Pisco atordoada pelas imagens da minha morte, me elevo e coloco as mãos na cabeça, urro de ódio e viro chutando uma árvore, ela voa por alguns quilômetros e eu fecho os olhos.

Porque eu amo você.

- CHEGA!!- grito e as imagens param.

Abro os olhos e percebo que a garota não está mais aqui, ela tem um dom.

Sorrio com raiva e balanço a cabeça, começo a correr e ouço seus passos a alguns metros, vejo seus cabelos da cor do fogo, seu vestido branco enroscando nos galhos e tomando uma coloração vermelha.

Sangue.

Rio alto ao ver que ela parou na ponta de uma colina, as mãos na barriga pelo ferimento e os cabelos voando, seus olhos verdes analisam a queda com fervor, olha as coisas ao redor com medo, rápido.

Piso num galho de propósito e ela se vira rápido demais, corro e agarro seu ombro, ela pende para trás e a vejo agarrar meu braço com os olhos arregalados implorando por ajuda.

Os olhos refletindo minha imagem, cabelos negros caindo como uma cortina negra, os olhos vermelhos com colorações azuis, minha boca e nariz cobertos por sangue e as garras enormes nos dedos.

- Eu sou assim?- sussurro e franzo o cenho.

- Por favor.... Lee, eu não tenho culpa que meu irmão fez isso com você, por favor...- implora e eu paro de olhar o nada.

Meus olhos caem nela e eu sorrio de lado.

A solto e ela tenta me puxar em pânico, seu grito é abafado pela correnteza e eu ouço o seu corpo bater nas pedras.

Olho para as minhas mãos e o sangue deles banha ela, ouço passos e uma respiração afobada. Me viro e vejo Jason com o rosto coberto de suor e sangue.