capitulo 3

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"Jonathan "

Durante três dias seguidos Jonathan passeia pelo parque na esperança de encontrar Lyly por lá. Quando estava prestes a desistir da idéia no quarto dia ela aparece. Então a observa de longe em meio as árvores para não ser visto, seus cabelos longos e castanhos, usava um suéter azul que combinava com seus olhos carregando uma espécie de mala.

" Que garota estranha"

sussurra Jonathan, então decide segui-lá.  Lyly para em frente a uma pequena caverna abre sua mala onde se encontra vários equipamentos de primeiro socorros, Jonathan tenta espiar mais de perto quando se assusta com um rato e ao fazer barulho Lyly percebe sua presença.

-Quem está aí?  

Jonathan se aproxima lentamente.

-Sou eu Lyly!
-Olha só, se não é o senhor curioso, veio me espionar é?
-não é isso, só estava de passagem, mas acabei me perdendo do caminho pra escola.
-sei, bom é melhor você se apressar se não vai perder a aula.
-você não vem?  
-hoje não, tenho algumas coisas pra resolver.

Lyly fecha sua mala e entra na caverna.

-Ei maluquinha, onde pensa que vai? o que tem nessa caverna?
-Venha descobri senhor curioso.
Lyly entra.

"O Que eu tô fazendo nesse lugar com uma maluca dessas".

Diz Jonathan ao entrar com Lyly na caverna.

-O que garotas como você faz em cavernas?  Você é algum tipo de serial killer?  confesso que você está me assustando Lyly.
-ora,ora...onde será que foi parar o valentão Jonathan, o rei do Aflordisio? o que será que seus amigos pensariam ao saber que você está com uma menina se borrando de medo? que papelão Jonathan,eu esperava mais de você, estou decepcionada.
-Primeiro que eles nunca poderão saber que estive aqui com você , segundo quer parar com piadas e me contar de uma vez o que veio fazer aqui?
-Perderia a reputação ao estar com alguém como eu?
-Não é isso,não foi o que eu quis dizer...
-Sei muito bem o que quis dizer, é melhor você ir embora Jonathan, antes que seu fã clube apareça.
-Não saio antes de você me contar o que veio fazer aqui.
-Mas é mesmo insistente você em garoto. Venha comigo.

Jonathan e Lyly se aproximam  de dois macaquinhos bastante feridos.

-O que houve com eles?
-há 3 semanas venho cuidando deles, foram atingidos por espingarda de caçadores, é uma mãe e seu filhote. encontrei os dois muito machucado a beira da morte, estou cuidando deles para que possam voltar para suas casas e família.
- Coitados, mas não seria melhor leva- los ao Ibama? lá eles vão receber tratamento adequado.  
-Não confio neles, eles estão prendendo vários animais, eles precisam ir pra casa junto com a família e não ficar encarcerados. Eles precisam de natureza.  
-Mas você é veterinária?
-Meu pai tem uma fazenda, e lá cuidamos  de muito animais. Se der tempo vou estudar pra ser veterinária.
-Uau,vejo que tem mais qualidades do que eu havia subestimado. Parabéns Lyly, você leva jeito pra isso tudo...mas como assim "se der tempo"? Você é jovem, claro que tem tempo de fazer uma faculdade.

Lyly arregala os olhos como quem sabe que não devia dizer algo e tenta desviar daquela situação ...

-Ah Jonathan, você sabe como é né...quis dizer que nunca se sabe o que o futuro nos reserva...
acabei por aqui, agora tenho que ir, eles precisam descansar um pouco.
- Sim claro, vamos. Esse cheiro está me matando, o que você dá pra eles?  que remédio horrível.  
-Nossa Jonathan  como você é mole, vai vomitar agora é? cuidado com os meus sapatos.
Lyly cai na gargalhada ao zombar de Jonathan.
-Aé né, vai mesmo rir de mim? Vamos de uma vez, meu carro está logo ali, te deixo em casa. Onde você mora?
-Moro a duas quadras da escola.  

No caminho Jonathan liga seu rádio ne um volume tão alto que chega assustar Lyly.

-garoto! você é louco? quer me deixar surda é?  
-Desculpe Lyly mas é assim que escuto rock roll.  

Agora é a vez de Jonathan ri da situação. Desconfortável com tudo aquilo Lyly desliga o som do carro.  

-Pronto bem melhor assim, meus ouvidos agradecem.  

"estraga prazeres". sussurra Jonathan.

-Então Lyly, você está a tanto tempo naquela escola, mas não sei nada sobre você. conte - me sua história, eu adoro histórias, e você me parece ter boas histórias.
-Desculpe te decepcionar Jonathan, mas minha vida não tem nada de interessante pra contar.
-Mas o que você faz além de cuidar de macaquinhos desamparados em cavernas?
-Bom, ajudo as crianças do orfanato "um lar para todos". Mas estamos preocupados, esse mês recebemos poucas doações e não sabemos como vamos manter todos os nossos gastos com as crianças.
-Que chato Lyly, espero que vocês possam resolver isso de uma vez por todas. Me parece que essas crianças precisam muito de vocês.
-Sim,muita daquelas crianças não tem pra onde ir, o orfanato é tudo o que elas tem. Bem, mas tirando essa parte triste, aos sábados faço teatro e música escola, tem sido meu porto seguro, fugir um pouco te todos esses problemas.
-Nem me fale, fugir de problemas é o que eu mais quero atualmente, acho que deveria fazer teatro e música também.

Lyly tenta se segurar mas não consegue conter a gargalhada.

-Eu pagaria pra ver essa cena,"Jonathan Dantas" na aula de teatro, ia ser o acontecimento do século.
-Não ri de mim garota, eu daria um bom ator, deixaria você no chinelo.  
-Ok senhor Don Juan, te desafio a enfrentar um aula sequer, como disse eu iria adorar ver essa cena.
Lyly não consegue conter a risada.
-Desafio aceito senhora Lyly.

Lyly se surpreende ao ouvir aquilo.

-Como assim?  Você não seria capaz? seria?  
-Bom, você acabou de me desafiar, e um Dantas nunca foge de um desafio, por tanto eu aceito.
 
Lyly mais uma vez não contém as gargalhadas.
 
-Além do mais eu adoraria passar mais tempo vendo esse sorriso.

As bochechas de Lyly começam a ficar coradas e sem ter o que dizer apenas solta  um leve sorriso olhando para Jonathan que também retribui com um sorriso de volta.

-Então, chegamos. É aqui?
-Isso, obrigada pela carona Jonathan.
-De nada, então nós vemos sábado na aula de teatro?
-Com certeza, levarei até minha câmera para esse registro.
-Nem de brincadeira fale isso Lyly, ninguém pode saber disso, digamos que será nosso segredo.  
-Ok, nosso segredo.
 
Jonathan e Lyly se despedem.  
Manoel com um olhar furioso fica a espera de Lyly na porta.

-Quem era esse garoto filha?
-Oi papa, era só um amigo da escola.
-Não é confiável que você  ande com esse tipo de garoto, sabe como eles são.  
-Fique tranquilo papa, eu ainda sei me cuidar.
-Vamos entrar, temos visita.  

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