Capítulo 14

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Preso no tempo

''Era aproximadamente 22:00PM quando senti um forte aperto em meu coração e tudo novamente voltava a ser escuridão.''

Brusque,Santa catrina, 20:15PM

  Como de costume as ruas de Limeira eram sempre vazias depois das 20:00, o que se via eram somente as luzes acessas das casas. Eu caminhava em direção ao galpão abandonado que ficava bem no final da cidade,local onde Jack me pediu para encontra-lo.Confesso que o medo me consumia naquele momento, não sabia exatamente o que me esperava, ele parecia fora de controle e meu irmão corria um sério perigo, o que me faz pensar como fui me envolver com alguém como Jack, eu realmente devia estar cega.

Ao chegar no galpão o relógio apontava 20:45, dou a volta por trás para ver se conseguia avistar Jack e Jonathan, e la estavam eles, meu querido irmão preso ao que parecia ser correntes. Jack apontava o dedo repetida vezes para Jonathan, deviam estar discutindo algo mas não conseguia ouvir se quer uma palavra, e é  nessa hora que meu celular toca, era papai furioso com minha ida sem ele.

-Alô? Lyly, onde você está? não me diga que foi se encontrar com bandido do Jack sem mim?
-Desculpe pai, mas ele me pediu pra vir sozinha, não posso arriscar a vida do Jonathan,ele me fez ameaças caso eu levasse alguém comigo, isso tudo é culpa minha, mas eu vou concertar, confie em mim.
-Lyly me fala onde você está, isso é loucura filha, me passe o endereço agora.
-Pai, eu te amo, avisa a mãe que logo estaremos juntos como uma família mais uma vez.

Sem exitar Lyly desliga o celular.

-Alô? Lyly? não faz isso comigo minha filha...

Me aproximo mais uma vez da porta na tentativa de ouvir a conversa de Jack com Jonathan mas sou surpreendida por um carro que se aproxima.

-Oh céus, quem pode ser agora? Será uma ajuda? Mas eu não disse a papa onde eu estava, estou com um mau pressentimento.

Me afasto e tento me esconder pra não ser vista.
Avisto uma mulher saindo do carro, seu rosto é praticamente impossível de reconhecer devido a um chapéu enorme a qual usava. Ela entra no galpão e segue em direção a Jack e Jonathan, mais uma vez me aproximo na tentiva de ouvir alguma coisa.

                                 ...

-Me diga Jonathan, o que fez voltar assim tão repentinamente? Não me diga que foi por causa da sua irmã, por que aliás nem sua irmã ela é, não é mesmo?
-Cale a boca, não sei do que você está falando. Logo esse seu teatro vai acabar, você não perde por esperar.
-Ah mas é claro que você sabe do que estou falando, agora me diga como é ser abandonado e rejeitado pelos pais? Não esses de mentira que a essa hora devem estar chorando pelo filhinho adotivo deles. Ah meu caro Jonathan acho que não foi uma boa idéia você ter voltado. Lyly costumava me dizer que você agia como se não fosse da família, agora eu te pergunto, ela sabe que o irmãozinho dela é adotado? Ah, não faz essa cara de espantado pra mim, meu coração não aguenta.
- Seu canalha, como você sabe disso tudo ? Quem é você e o que quer com a minha família?
-O que eu quero? Não se trata do que eu quero e sim do que é meu, o que sempre foi meu.
-Do que é que você está falando cara?
- A minha doce Lyly, eu não sei o que vocês fizerem com ela mas eu vou ajudá-la a se lembrar, e nada mais vai nos impedir de ficar juntos, você não vai tirar ela de mim Jonathan, você tirou uma vez não vou deixar que isso aconteça novamente.
- Você é louco Jack, eu posso te ajudar, me deixe te ajudar.
-Louco? Loucura vai ser o que eu vou fazer se a Lyly não for minha pra sempre.
-Meu Deus, você está fora de si, não sabe do que está falando, a Lyly não é e nunca será sua, não enquanto eu estiver vivo.

Ouvindo aquelas palavras, Jack se enfurece e saca uma arma apontando em direção a Jonathan.

-E o que você vai fazer Jonathan? Me diz, o que você vai fazer se eu enfiar agora mesmo uma bala na sua testa.
- Não faça isso cara, vamos conversar, eu já te disse, eu posso te ajudar.
-E se eu disser que não quero mais conversa, cansei de você, da sua cara, esse seu papinho de bom moço,  que tal dizer suas últimas palavras? Prometo que as entregarei a Lyly.

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