1. safe

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Oi!! Boa leitura xx

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Louis revirou discretamente os olhos pela quarta vez no dia.

Ele se sentia exausto. Era mais interessante observar a volta que o ponteiro dava no relógio do que escutar as bobagens de Lorde Joseph. O homem estava falando há 4 horas seguidas. 

Seus olhos pesavam, mas não podia se dar ao luxo de cochilar durante a reunião, pois se fizesse, seu pai o repreenderia pela forma inadequada e rude que agiu perante os lordes e ministros dos reinos vizinhos.

O problema é que não tinha conseguido dormir quase nada na noite anterior. Tinha sido assombrado pelos mesmos pesadelos de sempre. 

Estava num campo vasto, a brisa suave da manhã acariciava seu rosto. A calmaria era boa, mas durava pouco. Repentinamente, o cenário mudava e tudo ficava cinza e sem vida. A grama verde do campo era substituída por cinzas e por corpos espalhados pelo chão, gritando, pedindo por socorro.

Louis assistia a cena, sentindo o desespero borbulhar por seu corpo, mas não consiga se mover. As pessoas gritavam cada vez mais alto, os corpos agonizavam e se arrastavam em sua direção. Uma mulher, estranhamente calma no meio dos corpos, o encarava fixamente.

Por algum motivo, ela parecia querer dizer algo muito importante. 

“Ele está vindo...” — Sussurava a mulher, uma urgência contida em sua voz serena.

Antes que pudesse concluir, algo como uma nuvem negra entrava em seu campo de visão e a mulher desaparecia. 

Nunca havia conseguido chegar ao fim desse sonho.

Como todas as outras noites, Louis acordava sobressaltado, suado e ofegante. O sonho era sempre o mesmo, mas não fazia o menor sentido em sua cabeça. Quem era aquela mulher? 

Suspirando baixinho pela milésima vez, o príncipe decidiu se retirar antes que realmente dormisse na frente ds todos aqueles homens importantes.

— Desculpe-me, Lorde Joseph, receio que precisarei me ausentar. Estou indisposto, provavelmente por algo que comi e não me fez bem.

Mark arqueou a sombrancelha, percebendo a mentira descarada do filho, mas optou por não dizer nada.

Louis sorriu levemente e levantou-se, despedindo cordialmente dos presentes com um aceno. — Falaremos mais sobre esse acordo na próxima reunião, senhores.

Foi em direção aos seus aposentos e se trancou, deixando claro que não queria ser incomodado. Os criados sabiam que o príncipe odiava ser perturbado quando estava descansando. 

Louis esparramou-se na kingsize e sorriu satisfeito ao sentir a textura macia dos lençóis tocando sua pele, seus músculos relaxaram de imediato. Ele ficou assim por alguns minutos, nessa áurea entre o sonho e a realidade. Quando estava quase dormindo, escutou um baixo gemido dolorido.

Louis sentiu o sangue parar de circular por suas veias por um momento e arregalou os olhos, ficando de joelhos na cama.

Alarmado, pegou o travesseiro e segurou em frente ao corpo, como uma espécie de proteção. Observou atentamente ao redor do cômodo, mas não viu nada. Devia estar ficando louco.

O som estridente do raio cortando o céu assustou Louis, que levou a mão ao coração. Estava se assustando com qualquer coisa esses dias. Resmungou consigo mesmo e levantou-se para fechar a janela.

— Até parece que alguém consegueria...— Murmurou, mas não conseguiu terminar a sentença antes de tropeçar em algo, caindo de quatro no piso polido. 

Dolorido, Louis procurou o objeto que o fez cair tão bruscamente, sobressaltando-se ao notar que não se tratava de algo e sim de alguém. Alguém caído no chão de seu quarto.

— Ahhh! — Louis exclamou e se afastou instintivamente, seu coração quase pulando pra fora por causa do susto.

O príncipe olhou espantado para o rapaz ensanguentado e desacordado ao seu lado.

Após piscar algumas vezes, um lapso de racionalidade o atingiu e fez com sua estabilidade voltasse, aos menos um pouco. Ele contou até dez para ter certeza de que não se tratava de uma alucinação.— O que...? — Balbuciou e se aproximou.

Cautelosamente, sentiu a pulsação do rapaz e suspirou aliviado ao notar que o desconhecido estava vivo. Ao menos não teria que explicar ao pai como alguém morreu em seus aposentos.

Várias perguntas surgiram em sua cabeça, mas ele sabia que não iria conseguir respondê-las agora. 

A atenção de Louis foi desviada para o homem que se contorcia e esboçava uma careta de dor. 

Ele aparentava ter por volta dos 25 anos e tinha um rosto delicado e angelical, apesar da sujeira e do sangue. 

“O que teria o deixado tão machucado?” Louis questionou-se. Uma subita tristeza tomou conta de si ao ver o péssimo estado do homem, algo em sua cabeça gritava para que ele ajudasse aquele estranho desconhecido.Talvez porque, quando era mais jovem, sua mãe sempre dizia para ajudar as pessoas, independente de quem fosse.

Mas ele sabia que não era só isso, a necessidade que começou a sentir de era intensa. Era insana. Algo como uma ligação, o que não fazia sentido considerando que ele não o conhecia.

Porém, todas as dúvidas sumiram de sua mente no momento em que notou uma lágrima solitária escorrer pela bochecha delicada do jovem ferido. 

Foi nesse momento que Louis decidiu. Ele o ajudaria.

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eu queria muito atualizar logo então nem revisei, me perdoem os errinhos.

estão gostando da fic? eu to pensando em atualizar toda semana, dependendo de como vocês vão reagir a fic.

se algo ficar confuso me avisem, beijos!!!

J xx

Spark of Light (L.S.)Onde histórias criam vida. Descubra agora