Spark of Light (L.S.)

2. bath

Boa noite!! Leiam as notas finais please.

Boa leitura. Xx

-x-

Há muito tempo atrás, a lenda do homem perdido na floresta proibida era muito conhecida e falada pelos moradores de Bath, província do reino de Cambridge.

A história era um método usado para afastar crianças da floresta e evitar que se perdessem. Os pais costumavam contar aos filhos e estes repassavam para a próxima geração.

Era tradição reunir todos em volta de uma fogueira e relatar sobre o homem que vagou por dias, sem comer e sem beber, perdido na floresta, exposto a todo tipo de perigo.

Tudo começou quando um camponês extremamente curioso resolveu aventurar-se pela floresta sombria durante a noite, mesmo não conhecendo o caminho. Ele a adentrou e andou até se perder.

Sem forças e com fome, ele decidiu parar e descansar numa árvore enquanto buscava por ar. Tudo em volta estava silencioso, exceto pelo ruído das corujas reposuadas nos galhos, atentas a cada movimento. Foi então que ele ouviu.

Um choro de bebê.

O homem arregalou os olhos e procurou a origem do som. Uma criança recém-nascida estava escondida entre o tronco da árvore, sozinha e suja. A imagem lhe deu um aperto no peito. Ele conseguia entender como aquele pobre ser se sentia.

"Quem poderia abandonar um ser tão indefeso?" Pensou e abaixou-se para segurar a pobre criança.

- O que...? - Parou a ação ao notar uma luz vermelha brilhar em volta do corpo do bebê. Horrorizado, afastou-se imediatamente e fugiu,deixando a criança sozinha na floresta.

Harry inspirou profundamente e arregalou os olhos, impressionado.

- E que aconteceu com o homem, papai? - O garoto de cabelo encaracolado questionou, genuinamente curioso.

Ele perguntou de forma tão inocente que Robin sorriu com carinho.

- Não sei, querido. Após esse acontecimento, o camponês desapareceu sem deixar rastros.

Harry acenou, ainda chocado com a história.

- Okay. Já chega de histórias por hoje. - Anne levantou com o menino nos braços e apertou suas bochechas vermelhas. - Vamos dormir, meu bebê.

- Mamãe! Por favor, eu já tenho 4 anos, não sou mais bebê. - Harry reclamou e cruzou os braços.

- Tudo bem, meu homenzinho, vamos dormir. - Anne corrigiu.

Ambos deitaram e esperaram por Robin. A casa do casal não era grande, tinha apenas um quarto, um banheiro e uma cozinha minúscula, então o menino sempre dormia com os pais. Ele gostava, era confortável.

- Mamãe...- Harry levantou a cabeça deitada no colo da mãe. - Será que a criança ficou bem?

Anne franziu o cenho por um segundo, mas percebeu que o filho referia-se a criança da lenda.

- Hmm... Acredito que sim, filho. - Disse e acariciou o cabelo macio do menino. - Uma criança que sobreviveu tantos dias perdida em uma floresta, sozinha e exposta aos perigos com certeza é muito forte. Eu diria que é especial. - A afirmação tranquilizou Harry, que deitou-se novamente e finalmente fechou os olhos.

A noite não durou muito. Logo a luz do sol tocou seu rosto suavemente, indicando o início da manhã. Lentamente, ele abriu os olhos enquanto tentava habituar-se a claridade do ambiente e quando conseguiu, percebeu que não estava no quarto de seus pais.