Verônica olhou o relógio e levantou-se rápida. Não perderia aquele encontro por nada. Tratava-se de um contato importante é que poderia abrir-lhe as portas do mundo em que desejava entrar.
Lançou um olhar sobre a escrivaninha, fixando-o no porta-retratos em que um menino sorria alegre. Seu rosto abrandou-se, mas em seus olhos havia um brilho determinado e forte.
Noah era sua força, seu enlevo, seu tesouro. Desde que nasceu, cinco anos atrás, tomara conta de seus pensamentos, do seu amor.
Apesar disso, não esquecera os votos que havia feito naquela tarde tempestuosa.
Se antes havia forte motivo para desejar subir na vida, o nascimento de Noah viera reforçar sua determinação.
Nunca mais tivera contato com Archie. Anne, uma amiga e vizinha da casa onde morava com ele, a informava dos acontecimentos.
Depois de demitir-se do emprego, fora ter com ela para se despedir. Anne tentou tirar essa ideia de deixar a casa. Mas foi inútil. Verônica estava decidida.
- Você é a única pessoa que sabe para onde eu vou. Não conte a ninguém. Apanhe a correspondência que chegar. Depois virei para buscar. Não quero que minha mãe saiba o que está acontecendo.
- Acho que você está se precipitando. O Archie virá procurá-la, estou certa disso. O que lhe direi?
- Que você não sabe de nada.
- Você está acostumada com um padrão de vida bom. Agora que está grávida, precisa de cuidados. Não pode ficar sem recursos.
-Tenho algumas economias. Posso pagar. Só não quero que o Archie saiba onde estou.
- Ele vai ficar desesperado.
- Não se iluda. Ele ficará aliviado. Estou saindo do caminho. Estará livre para fazer o que ele quiser.
Anne ainda tentou argumentar, mas Verônica foi irredutível. Enquanto estava trabalhando no colégio, foi através de Anne que ela acompanhava os passos de Archie.
A princípio, ele ficou aflito, tentou por todas as formas descobrir seu paradeiro. Não conseguiu.
Em uma fria madrugada de junho, Noah nasceu. Olhando o retrato sobre a escrivaninha, Verônica recordou-se do momento em que o teve em seus braços pela primeira vez. Um misto de alegria e dor. Um sentimento de plenitude e ao mesmo tempo de tristeza diante de seu filho sem pai.
Archie preferia outro amor, e ela imaginou o quanto ele estava perdendo por não sentir essa sensação maravilhosa. Apertando-o de encontro ao coração, Verônica pensou:
- Archie não fará falta. Eu farei tudo por meu filho: serei mãe, pai, guia, apoio. O que for preciso.
Durante o período em que ficará fora da cidade, Verônica trabalhou em um colégio. Prestativa, incansável, educada, fez amizade com os professores, ganhou sua simpatia e admiração.
Havia feito curso de secretariado e, depois de pouco tempo, foi convidada para assumir a secretaria da escola, que ia até o nível colegial.
Seus vinte anos, sua gravidez assumida corajosamente, sua disposição de trabalhar a ajudaram a progredir rapidamente. Quando Noah nasceu, ela continuo trabalhando. Seu filho ficava na creche.
Ganhando bom salário, gastando pouco e vivendo a vida modestamente, ela conseguiu juntar algum dinheiro. Seu tempo livre passava com Noah.
Verônica olhou a sala onde trabalhava havia cinco anos. Gostava da simplicidade daquele ambiente. Se o encontro que ia ter desse certo, logo deixaria aquele lugar onde se sentia segura e amparada.
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A True Love - Varchie
SpiritualFanfic Varchie Ele a abandonou gravida e casou-se com outra.E depois uma de suas amigas acaba falecendo e ela começa a ter sonhos e alucinações sobre o caso. Adaptação do livro Um amor de verdade de Zibia Gasparetto