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Ele parecia distraído naquele dia.

Ele entrara no metrô correndo, segundos antes das portas se fecharem, com sua bolsa aberta e sem a máscara preta que ele costumava usar.

Ele parecia ansioso.

Ele se sentou ao meu lado, apesar de terem outros assentos livres.

Eu fiquei ansioso.

Ele estava ajeitando sua bolsa e seu cabelo. Parecia ter acordado atrasado.

Ele tirou de sua bolsa um celular, e passou boa parte da viagem mexendo nele, o que não era de seu costume.

Mas, naquele dia em que ele estava ansiosamente mandando mensagens para alguém, foi quando eu vi pela primeira vez seu sorriso, iluminado pela suave luz azul da tela do seu celular.

Era um sorriso muito mais bonito e característico do que eu havia imaginado.

Passageiro | Th × YgOnde histórias criam vida. Descubra agora