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A minha cabeça dói.

O meu estômago dói.

Eu abro os olhos e minha visão hesita ao dar de encontro com o teto exageradamente branco.

Eu olho em volta.

Estou deitado em uma cama em um quarto sem cores, tirando a das flores no cômodo ao meu lado. O local tem um ar deprimente, muitas janelas e cheiro de remédio.

Estou... num hospital...?

Agh. Ótimo.

Eu tento me levantar mas falho pela tontura, e só então noto o soro conectado à veia em meu braço.

Como acabei aqui?

A última coisa de que me lembro é estar escrevendo no metrô.

Deus, como minha cabeça dói.

Dou um salto pelo repentino som da porta sendo aberta a minha frente.

"Vejo que está acordado, Sr. Min"
O homem de jaleco disse ao entrar no quarto. No lado esquerdo de seu peito estava sua identificação. 'Dr. Nam'.

Eu o olho confuso.

"Como está se sentindo?"

"Já estive melhor"

"Eu aposto que sim"

"Desculpe Dr.Nam, mas, por que estou aqui?"

"Você foi trazido até mim. Fui informado que você desmaiou no metrô. Vamos ter que conversar sobre sua alimentação e horas de sono, senhor Min. Se me permite dizer, sua saúde está fora dos eixos"

"É uma pena. Adoro a sensação do soro correndo em minhas veias"

O Dr. me olhou. Sinto que ele não soube dizer se eu estava brincando ou falando sério.

"Bom, repouse. Algum enfermeiro passará aqui pra fazer o relatório em breve"

Eu assenti com a cabeça e ele deixou o quarto.

Eu suspirei.

É um bom momento pra escrever.

Eu olhei pro lado e percebi alguns de meus pertences ajeitados na poltrona próxima a minha cama.

Me levantei com cuidado e comecei a procurar pelo meu caderno, mas ele simplesmente não estava ali.

Foi quando percebi que havia esquecido de perguntar ao Doutor quem havia me trazido até aqui.

A porta se abriu novamente.

"Com licença" A voz grave disse e eu congelei por um momento.

Eu me virei em sua direção.

"Você acordou. Ainda bem" Ele falou sorrindo.

Eu me senti tonto.

"T- Oh" Me cortei, instantes antes de falar seu nome, e senti minhas bochechas esquentar.

Ele fechou a porta e se aproximou.

"Você deve estar confuso. Sente-se na cama, sim?" Ele falou e eu assenti, visto que eu ainda estava agaixado em frente à poltrona.

"V-você me trouxe aqui?"

Ele assentiu.

"Eu estava no metrô com você esta manhã. Era meu trabalho te trazer pra cá"

"P-por que diz isso?"

Ele riu.

"Literalmente"

Passageiro | Th × YgOnde histórias criam vida. Descubra agora