chapter twenty

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*O look da Any está na mídia *

O meu pai fez questão de ir comigo até a recepção do hotel, por mais que eu explicasse que só ia ao hotel ao lado e com o instrutor de esqui do meu irmão! NÃO ADIANTOU NADA. E ele ainda me fez passar a maior vergolha, pedindo para o Josh não me deixasse beber! Como se eu fosse a maior alcoólatra!!

Por sorte, ele levou na brincadeira e falou para o meu pai que pediria para trancarem as bebidas no cofre, assim eu não teria acesso. Em seguida, ele ficou sério e disse que antes das 22h me traria de volta, o que eu achei meio cedo. Mas eu nem estava muito a fim de ir mesmo, então tudo bem...

"E a gripe, como está??", ele perguntou assim que nos afastamos da recepção. Na verdade durante o resto da tarde eu havia tido um pouco de febre, mas tudo que disse foi: "Estou bem!"

Nós fomos andando até um hotel perto do meu, o tal hotel do qual ele tinha dito, pelo o que eu havia entendido, os pais dele eram sócios, e quando estavamos quase chegando, ele disse: "O pub é à esquerda, mas quero te mostrar um coisa antes de irmos pra lá, tudo bem??"

Concordei. Passamos pela recepção e em seguida paramos em frente ao elevador. No caminho, ele cumprimentou algumas pessoas, que ficavam me olhando com curiosidade, mas, por sorte, as portas do elevador logo se abriram e nós entramos. Ele então apertou o botão do último andar e ficou assobiando uma música que eu não consegui identificar.

Saímos do elevador e ele fez sinal para que o seguisse, por um corredor que estava meio escuro. Fiquei um pouco tensa por estar em um lugar tão deserto com um cara que eu nen conhecia direito, mas, por outro lado, ele tinha me tirado de um lugar mais deserto ainda! Se fosse para me fazer algum mal, ele teria aproveitado antes...

Ele pegou uma chave e abriu uma porta no final do corredor, que dava em um terraço todo envidraçado, com vista para o Vale Nevado INTEIRO.

"Uau!", falei, olhando para todos os lados. "A paisagem de dia deve ser deslumbrante daqui!". Naquele momento só conseguíamos ver as luzes dos postes e a silhueta das montanhas. E já era bem lindo assim...

"Os hóspedes podem vir aqui durante o dia, é exatamente um observatório. Mas apenas até as sete da noite. Depois desse horário é só pra quem tem a chave..."

Ele deu um sorriso, mostrando um molho de chaves.

"Any, além de te mostrar a vista, eu te trouxe aqui para a gente conversar um pouco antes de ir para o pub. Lá vai estar bem cheio e meio barulhento por causa da música..."

"Vai me contar se lá encima tem ursos??", perguntei meio de brincadeira, mas eu realmete queria saber.

Ele balançou a cabeça negativamente e disse que só se eu explicasse por que eu estava tão revoltada por estar passando as férias ali e o que tinha me feito pegar o teleférico sem nem saber para onde ele ia.

Normalmente eu não me abriria para um "quase" desconhecido. Mas depois do dia anterior, um certo laço tinha se formado entre nós.

Por isso, apesar de estar meio tímida, expliquei: "As duas perguntas têm a mesma resposta. Eu queria ter passado a última semana de férias com as minhas amigas no sítio de uma delas. Só que meus pais me obrigaram a vir pra cá e, desde então, parece que tudo que eu faço é errado! Ontem foi a gota d'água. Eu recebi umas mensagens no celular contando umas coisas que me deixaram bem chateada... E ainda por cima, meu pais me culparam pelo sumiço da Belinha. Ai eu vi aquele teleférico e resolvi subir nele, exatamente porque queria me distanciar de tudo"

"Desculpa se estou me intrometendo demais, mas essas mensagens tem a ver com algo que seu namorado fez?? Eu ouvi os seus pais falando algo assim..."

Em vez de responder, eu me virei novamente para admirar a vista e fiquei pensando... algo que meu namorado fez... o Bailey não tinha chegado nem perto disso, apesar de eu ter criado uma história de amor com ele na minha imaginação.

"Melhor a gente mudar de assunto, não quero te ver triste de novo", ele disse, quando viu que eu fiquei calada.

"Não estou triste...", falei passando os dedos pela parede de vidro. "Ele não era meu namorado. Era só um menino que eu gostava. Ou de quem eu pensava que gostava. Ele me fez acreditar que ele também gostava de mim, ou talves eu que pensei isso por querer demais que acontecesse. Mas ontem ele me mostrou quem ele era de verdade. Me fez perceber que nada do que eu pensava antes era real, mas uma fantasia. Apesar de ter ficado arrasada na hora, acho que estou bem agora.... acho que aquele susto que passei ontem me fez ver que minha vida é muito mais importante do que aquilo. Eu acho que nunca havia tido medo de morrer antes... mas, de repente, no alto daquela montanha, sozinha, com tanta dor e frio, fiquei pensando em tudo qur tinha deixado de viver. Em como a minha vida havia sido limitada, no quanto eu tinha dado importância para coisas que não valia a pena.... para alguém que não valia a pena. Cheguei a conclusão de que, se morresse naquele momento, tudo que eu tinha vivido até então não teria feito a menor diferença no mundo. Seria como se eu tivesse vivido em vão. Mas aí, quando eu te vi no meio daquela neblina, foi como se você tivesse me trazido uma segunda chance..."

"Any..."

Fiz sinal para ele esperar e continuei: "Desde ontem eu tenho dado valor para umas coisas que antes eu não percebia.... o chuveiro quentinho, o fato de não estar morrendo de frio. Os meus pais que, apesar de serem muito chatos, se preocupam comigo. A minha irmãzinha... Eu sei que essa gratidão é provisória, exatamente por causa do susto de ontem. Não paro de pensar o que teria acontecido se aquele esquiador não tivesse passado! Será que alguém chegaria a descobrir que eu estava lá em cima?? Será que me encontrariam a tempo?? Antes que eu morresse de frio??. Eu sei que daqui à alguns dias eu nem vou me lembrar mais disso e vou voltar a brigar com os meus pais, a me preocupar com coisas sem importância e a me importar com pessoas que não valem a pena. Mas agora eu só posso dizer que aquele susto me apresentou uma felicidade que eu não sentia antes... apenas por estar viva!"

Então sorri pra ele, que sorriu de volta, se aproximando e colocou a mão no meu ombro.

"Any, presta atenção. Você não morreria lá em cima, okay?? Com certeza nós a encontraríamos antes, não fica pensando nisso. Acho que você é muito nova, não tem que se preocupar com o que fez ou deixou de fazer. Fico feliz que o acontecimento de ontem tenha feito você esquecer esse cara, que, pelo que entendi, não fazia nada bem pra você"

"Não fazia mesmo...", falei, me lembrando de toda aquela mágoa que ele havia feito.

Percebendo que eu estava voltando a me sentir melancólica, ele disse: "Mas, como você disse, agora é vida nova, neh?? Então vamos lá pra baixo escutar música e conhecer gente nova??

Eu concordei, sorrindo pra ele e, em seguida, voltamos para o elevador.


5/5

acabou a maratona, mas não fiquem tristes pq eu volto amanhã com outro cap, esse cap ficou um pouco grande pq A FIC CHEGOU A 3K PORRAAAAAAAA, OBRIGADA BBS PELOS 3K ♡

caso esteja gostando não esqueça de deixar seu comentário e voto sz

While the snow fallsOnde histórias criam vida. Descubra agora