chapter thirty one

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"Acho que vou te contratar, Josh. Já pensou em dar aulas de algum esporte que tenha no Brasil?? Surf, skate?? Eu realmete não me incomodaria de ter você mais tempo por perto! Nunca vi a Any tão concentrada e contente quanto nos últimos dias. Até largou o celular! Acho que a sua companhia fez muito bem para ela...", meu pai disse.

Estávamos no restaurante do hotel e a minha família não parava de me envergonhar. Já haviam contado para o Josh desde histórias de quando eu era criança até casos recentes. Por sorte os pratos chegaram, e a partir daí o assunto foi só comida.

Quando terminamos, o Josh perguntou para os meus pais se eu podia ir com ele encontrar com alguns amigos que queriam se despedir de mim. Eles concordaram, mas me pediram para não demorar muito, pois eu não podia dormir tarde, já que íamos embora bem cedo na manhã seguinte.

Assim que saímos do hotel, ele me abraçou. Estava ventando e nevando, mas o abraço dele era tão quentinho que eu nem estava sentindo frio.

"Nem acredito que você já vai embora amanhã...", ele disse, passando a mão no meu cabelo.

Eu também não podia acreditar. Minha vontade era de mudar para ali. Pelo menos até o inverno acabar...

"Ainda bem que vocês ainda vão ficar dois dias em Toronto", ele completou. "Acho que você vai gostar de lá também"

Eu estava curiosa para conhecer a cidade onde ele morava durante as outras estações do ano, mas sem ele lá, acho que não teria tanta graça...

De repente pensei em uma coisa. "Josh, você disse que sua mãe é do Brasil, ou seja, sua família materna é brasileira. E seu primo me disse que a namorada dele era de Portugal, mas atualmente mora em São Paulo. Você costuma ir para lá em alguma ocasião??"

"Tem muitos anos que eu não vou", ele explicou. "Os meus avós já morreram, e a irmã da minha mãe, que é a mãe do Noah, vem para Toronto uma vez por ano. E os dois sempre vêm no inverno. Então acaba que não viajamos tanto para lá... mas de uns dias pra cá eu me peguei com muita vontade de voltar a ir, sabe..."

"Verdade??", perguntei sorrindo. "Algum motivo especial para essa vontade súbita??"

Em vez de responder, ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um longo beijo. A neve caía à nossa volta, e quando ele se afastou e eu o olhei, tendo ao fundo aquele cenário de montanhas nevadas que nos últimos dias eu aprendi a amar, percebi que meu pai estava certo. Eu nunca havia me sentindo tão feliz e tranquila.

Senti lágrimas molhando meu rosto de repente. Eu não queria que aquela sensação passasse. Não queria ir embora. Não queria ficar sem ele.

"O que foi, linda??", ele perguntou, enxugando meu rosto e me olhando preocupado.

Eu só balancei a cabeça e o abracei. Ele respirou fundo e falou no meu ouvido: "Eu vou dar um jeito de a gente se reencontrar... quem sabe eu não te visito em breve??"

Eu o abracei mais forte e falei que adoraria que ele fizesse isso.

Em seguida fomos andando de mãos dadas para o pub. Pensei que, quando chegássemos lá, o Josh soltaria a minha mão, mas ele nem cogitou essa possibilidade... Só me largou quando foi cumprimentar os amigos. Assim que nos sentamos, colocou o braço por cima dos meus ombros e em alguns momentos me abraçava e beijava o meu rosto, como se fôssemos namorados de muitos anos... em vez de ficar feliz, me sentia cada vez mais triste. Eu não queria que aquilo durasse apenas uma noite. Eu tinha passado tanto tempo me contentando a gostar de alguém que nunca havia gostado de mim, que agora, sentindo o carinho do Josh e percebendo que estávamos na mesma sintonia, que ele também estava sentindo o mesmo, fiquei arrasada por aquela sensação boa ter hora marcada para acabar...


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While the snow fallsOnde histórias criam vida. Descubra agora