Jimin estava receoso em voltar para a Coréia, viveu a maior parte da sua vida nos Estados Unidos, mas após a morte de sua avó não tinha mais motivos para viver lá, e de qualquer jeito não poderia ficar.
Viver na Coréia seria um grande desafio para Park, principalmente concluir sua faculdade lá, não que tivesse medo de ser julgado pelas tatuagens e piercing's que cobrem seu corpo musculoso, coisa tão mal vista no meio artístico do balé clássico no qual fazia parte, ele já até espera por isso. O grande desafio que Jimin teria que enfrentar seria ser um coreano que não fala a língua coreana.
Não que fosse completamente sua culpa, afinal praticamente nasceu falando inglês, só viveu na Coréia por pouco mais de seis meses com a mãe e a irmã mais nova de 3 anos, mas ao primeiro sinal de adoecimento da avó voltou para a América tão rápido quanto saiu.
Park sempre foi muito apegado a avó, ele e a família viviam com ela desde que nasceu, e infelizmente teve que ir para a Coréia por causa do trabalho de sua mãe. Ficou de coração partido ao ter que deixar a avó sozinha na América, e isso o prejudicou muito na Coréia, tanto que começou a cultivar uma repulsa a coisas coreanas, o que magoava muito sua mãe vendo que ele se negava a aprender a língua ou participar das tradições do país.
Quando sua avó ficou incapaz de morar sozinha, por causa de complicações com o câncer mamário, a mãe de Jimin, como a única familiar, teve que voltar para a América, assim levando Park e a pequena Seul-gi para o que, na visão deles, era o seu verdadeiro lar.
Anos se passaram e felizmente a avó já estava boa o suficiente para viver sozinha de novo e deixar a nora e os netinhos voltarem para a Coreia, porém dessa vez Jimin se negou a voltar com a familia, afirmando que o seu lugar era nos Estados Unidos junto da avó e que como um bom neto tinha que cuidar dela. De primeira tanto sua mãe quanto a avó negaram o pedido do garotinho, mas após diversos apelos do mesmo elas acabaram cedendo e Jimin ficou na América para viver com a avó sobre a promessa de voltar assim que terminasse o colegial.
E assim Park viveu dos seus 6 anos, quando voltou para a América, até os seus recém completos 19 anos inteiros com a sua avó, cuidando dela e fazendo de tudo para dar do bom e do melhor para a velhinha enrugada que praticamente o criou, Jimin sempre teve uma ligação muito forte com a avó, a amava muito e viveu todos os momentos bons e ruins ao lado dela, ela o apoiou quando ele se assumiu como bissexual, quando quebrou o primeiro osso e até mesmo quando ele quis largar o futebol para fazer o balé clássico, protegeu o neto dos olhares preconceituosos e ignorantes de pessoas que em pleno século XXI ainda não aceitavam que homens poderiam sim fazer coisas "para meninas" sem diminuir suas masculinidades tanto quanto meninas podiam tanto fazer coisas "para meninos" e ainda assim serem meninas.
Park realmente amava a avó, por isso foi tão difícil ver ela partir, ele sabia que uma hora ela teria que ir, seu câncer havia voltado e agora estava por todo o corpo, ela não tinha chance, foi o que os médicos disseram para ele, mas Park viu a avó lutar pela vida uma vez e achou que ela poderia fazer de novo, mas dessa vez ela não foi capaz, estava sofrendo demais, mas mesmo assim continuava a lutar em um luta que não iria ganhar, não ganhou.
Foi difícil para Park, enterrar um membro da família ainda mais um membro tão querido como sua avó não foi nem um pouco fácil, demorou muito para passar pelo luto completo, ficou um bom tempo encaixotando as coisas, negociando com a imobiliária para vender a casa, preparando tudo para voltar para a Coréia, mesmo que não fosse sua total e completa vontade, mas ele queria ver a mãe e a irmãzinha que agora já tinha 16 anos, isso o faria bem, apesar dos problemas com a língua não podia negar que estava animado para ver as outras mulheres de sua vida.
E assim Park voltou para a Coréia, mesmo não estando tão feliz assim com isso. O vento gélido batia contra o seu rosto, ele não lembrava de ser tão frio no outono lá, mal sabia como iria se preparar para o inverno, vivendo em Los Angeles Jimin estava acostumado ao calor, por isso tinha tão poucas roupas de frio, e também por que andava para lá e pra cá quase pelado e não se importava com isso, sempre com suas jaquetas pesadas, calças justas e rasgadas, e o seu velho par de botinas de couro sintético, afinal era um cara estiloso não um torturador de animais para usar couro de verdade.
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Dancing with a stranger
Fiksi PenggemarNascido e criado na realeza, Jeon Jeongguk nunca teve muitas dificuldades na vida. Crescer no luxo, rodeado de banquetes sem fim e joias mais brilhantes que o Sol era algo realmente prazeroso e invejável, porém nem toda a riqueza e poder no mundo er...