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- Não é um desastre total. Se olhar bem, você pode ver as manchas de tinta e tudo - disse Jisung, tentando aliviar o clima.

Ambos estavam de pé, ombro a ombro e de braços cruzados, pés descalços e roupas suadas, velhas e cheios de tinta; observando a parede completamente manchada com tinta até que as diferentes cores se misturassem formando um marrom horrendo - ou pelo menos foi o que Changbin disse ao passar pela sala em busca de um copo de suco.

- O marrom, hm, pode se tornar moda algum dia. Você poderia combiná-lo com tons de azul e verde e...vai se parecer um pouco com as cores da terra.

- Jisung, a parede está nojenta - Minho disse suavemente, sem afastar o olhar das enormes manchas marrons e pequenas gotas de cores que quase não se distinguiam - Vou ter que pinta-la inteira. Ou colocar outra camada de cimento em cima para que não se veja o desastre.

Jisung começou a rir em voz baixa, sem querer sacudindo o pincel que ainda segurava em uma das mãos, manchando ainda mais o rosto.

- Bem, sim está feio.

- Anda - disse Minho - admita.

- O que? - Jisung perguntou, mordendo o lábio e inspecionando a parede criticamente.

O maior respirou fundo.

- Que um arco-íris cagou na parede e não deixou exatamente suas cores mais bonitas.

O riso de Jisung ressoou por todo o apartamento, e com as pernas fracas, caiu no chão, sendo seguido pelo mais alto que, contagiado por sua risada, acabou se juntando a ele. E foi pensando no fracasso que aquilo lhes proporcionou, que ambos riam tentando controlar a respiração. Definitivamente aquilo não era o esperado vindo de dois estudantes de artes.

- Eu acho que deveríamos ter deixado a tinta secar - disse Minho após um momento de silêncio, quando finalmente estavam recuperando o ar, novamente sentados de frente para a parede manchada. - Tentamos novamente no próximo sábado?

Jissung riu baixinho, inclinando a cabeça para ver Minho com um olhar terno.

- Por que você continua dando desculpas para ter encontros comigo, hyung? Não pode simplesmente me convidar para sair? Já está assim há meses.

Minho abriu a boca para responder, mas nada saiu; em vez disso, um rubor profundo coloriu seu rosto, fazendo com que Jisung caísse na gargalhada.

- Eu não achei que fosse tão óbvio - disse, escondendo o rosto atrás das mãos.

- Praticamente saem estrelas dos seus olhos toda vez que você me vê, Lee. Eu posso ser um desorbitado e morar em outra lua, mas sou muito observador.

- Eu me sinto muito envergonhado para responder isso.

- Basta dizer: "Jisung eu quero sair em um encontro com você na sexta à noite, você me deixaria levá-lo para comer? Podemos sair para passear no parque e ao final nos beijar no banco de trás do carro de Changbin, quem sabe"

- Ninguém vai usar meu carro para ficar se beijando não! Todo mundo sabe onde isso sempre acaba! - Changbin gritou de algum lugar da casa, fazendo ambos os jovens rirem em voz alta. O ambiente, que por exatos 4 segundos ficou em um silêncio absoluto, foi interrompido pelos sons sensuais de ambos os lábios ao beijarem-se com desejo de conhecer mais sobre o outro.

- Você vai ser meu namorado, não é? - Minho murmurou contra a pele do pescoço do menor, enquanto suas mãos vagavam por debaixo do suéter roxo que este usava, buscando acariciar a figura que ele imaginava que se escondia atrás de suas roupas.

- Nos dois primeiros encontros digo que não, no terceiro não sei, e no quarto eu penso melhor - disse Jisung em um sussurro, sentindo as mãos do garoto deslizarem por seu corpo para no fim apertar sua cintura.

- Tecnicamente, nós já tivemos muitos encontros não oficiais - Minho respondeu, logo depois mordiscando de leve a pele logo abaixo de sua orelha, um ponto fraco para Jisung.

- Então sim, algum dia - Jisung sussurrou, agarrando-se a ele quando suas bochechas ficaram vermelhas como a tinta que tinham usado na parede antes de se misturarem com as outras. - Eu serei seu namorado no futuro, mas agora devemos nos concentrar em outra coisa, não acha?

Minho não apresentou mais resistência e pressionou seus lábios contra os de Jisung novamente, enquanto suas mãos viajavam mais decisivamente até o seu casaco e o retirasse junto a sua blusa.

- Gente vocês viram meu... - os olhos de Changbin quase pularam para fora e uma sensação desagradável embrulhou seu estômago ao entrar na sala. - A não, não não não...acho que eu vou vomitar...preciso urgentemente lavar meus olhos com álcool!!

Minho e Jisung se entreolharam.

- Opss.

𝐍𝐎𝐓 𝐀 𝐒𝐂𝐈 𝐅𝐈 𝐌𝐎𝐕𝐈𝐄 | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora