Fui ao hospital no dia seguinte, fazer os exames, e ver Alberto. Ele não estava nada bem. Não queria conversar muito. Acho que estava sentindo dor.
-Ei. Está tudo bem?
-Tá sim. Olhou vom um sorrisinho meio torto.
Peguei sua mão. Agarrei-a para o apoiar e sentir que ele não está sozinho.
-Pode me contar o que quiser viu?
-Eu...
-O que foi?
-Tô com muita dor.
-Calma, calma. Deita aqui. Coloquei meu dedo em minha boca. Shiiiiii, calma, vai ficar tudo bem.
-Sabe de uma coisa. Você é mais legal do que eu pensei.
-Você também. Agora fica em silêncio, tenta dormir. Se te chamarem eu te acordo.
-OK.
Alberto é uma gracinha. No tanto acho que ele sentiu minhas coisas, se é que você me entende. Mas tudo bem, não me importo, ele dormiu. Ele não deve ter pregado o olho a noite.
Passei umas 2 horas na fila. E o Alberto não acordava, quando derrepente.
-Renato Silva. Por favor compareça a enfermaria.
Lá vamos eu e minha mãe. Alberto estava tão bonitinho dormindo, deixei ele na recepção. Avisei a secretaria para se chamarem ele, para que ela o acordasse.
Essa parte era a pior, odeio medir pressão, febre, pesar, essas coisas ao lado de uma enfermeira ainda são mais desconfortantes.
-Tudo certo, podem ir para a sala da doutora.
-OK. Eu ainda tento ser educado, para não causar algum tipo de mau impressão.
Chegamos na sala da doutora. Como ela é bem mais educada que a enfermeira, já me desfiz do sentimento de desconforto, e prestei atenção em suas palavras.
-Olá, tudo bem? Vamos começar os exames?
-Vamos sim!
-Então, a gente vai começar com a ressonância, e depois... E a doutora começou a explicar todo o procedimento, de como seriam feitos os exames.
-Pronto, agora podem esperar na recepção os resultados, saem em cerca de 30 minutos, 1 hora.
Logo após ter feito os exames, a doutora pediu para que fossemos para a sala de espera. E lá estava ele. Alberto ainda estava dormindo, ainda não foi chamado. Fui me sentar ao lado dele, e ao leve barulho da cadeira, ele acordou.
-Oi, o que aconteceu? Ainda com os olhos inchados me perguntou.
-Eu fiz os exames e deu tudo certo. Agora a doutora vai nos chamar daqui a pouquinho.
-Que bom! Olha, vou continuar dormindo. Posso deitar no seu colo de novo?
-Pode sim.
-Espero não sentir seu negócio de novo.
-Abusado. Dei uma gargalhada e um tapinha nele. Sabe no que pensei? Como nos encontramos nos 2 dias seguidos, no mesmo horário?
-Eu venho aqui todas as semanas no hospital, todas as quintas-feiras para fazer a quimioterapia, ontem eu tinha vindo aqui entregar alguns documentos para a doutora.
-Ah, sim! Achei muita coincidência a gente se encontrar.
Eu e mamãe ficamos esperando, por alguns minutos apenas. E a doutora já veio nos chamar novamente.
-Renato Silva!
Eu e mamãe fomos novamente à sala da doutora e ela estava folheando os papéis com bastante calma.
-Bom... Uma pausa silenciosa acontece e eu e mamãe ficamos olhando com muito receio para a doutora. Pelo que tudo indica, o tumor não e grande, está no estágio 1 ainda, e ele se localiza pela parte mais à esquerda do seu estômago, na parte interior, por isso você não está conseguindo comer muito bem. Você deu sorte garoto. Você ir ter muitos enjoos se fosse ou na boca do estômago, ou na parte que liga ele ao intestino delgado.
-Graças a deus Renato!!! Mamãe comemorava e chorava com muita emoção comigo, mas, ao mesmo tempo, penso que Alberto podia não ter tido essa mesma sorte que a minha. Mas não podia pensar assim, tinha que pensar positivo por ele.
-O tumor está com um tamanho de aproximadamente 4 centímetros. Agora precisamos fazer a biópsia, vamos marcar pra semana que vem, no sábado vocês podem?
Pensei na mesma hora, de marcar para quinta-feira, da semana que vem, para poder me reencontrar com Alberto.
-Poderia ser na quinta-feira doutora? É que sábado temos compromissos.
-Ah sim, mas é claro. Poderia ser na parte da manhã?
-Sim, sim.
-OK, então está marcado.
Saímos da sala da doutora, e mamãe me perguntou:
-Porque na quinta-feira, Alberto vem aqui também.
-Aquele seu amigo da recepção?
-É, ele mesmo.
Quando estávamos saindo do hospital, passamos pela recepção, percebi que Alberto não estava mais lá, deveria ter sido chamado. Bom depois eu converso com ele pelo celular. Agora e hora de chegar em casa e relaxar. Foram muitas emoções para um dia só.
Autor: Genteee!!! Fiz esse capítulo maiorzinho, porque percebi que os outros estavam bem curtinhos. Espero que estejam gostando da história.
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Para Sempre Nós
Teen FictionRenato é um menino que descobre que tem câncer. Ele tem apenas 15 anos, e já enfrenta mais problemas do muitas pessoas. Ele faz sessões de quimioterapia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e conhece o jovem Alberto, que também tem câncer. Os...